Glossário da atividade extrativista no Estado do Acre: instrumentos de trabalho, alimentação, ervas e lendas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Macêdo, Márcia Verônica Ramos
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Seabra, Maria Cândida Trindade Costa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: A Cor das Letras
Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/4748
Resumo:  Este estudo apresenta os resultados parciais do projeto de estágio pós-doutoral desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, cujo objetivo é o de elaborar o Glossário da atividade extrativista com base na pesquisa efetuada no Centro de Estudos Dialetológicos do Acre, na Universidade Federal do Acre, nos idos de 1990. Tem como base teórica os pressupostos da Lexicologia, Lexicografia, Dialetologia e Sociolinguística. Utilizamos o método lexicográfico para a elaboração do glossário. A metodologia adotada foi a pesquisa de campo, com entrevistas dirigidas, através de um questionário semântico-lexical, sobre a atividade extrativista, que versavam desde o convívio em família até a atividade produtiva, modo de produzir a borracha até o processo de comercialização. Neste artigo descreveremos somente os campos lexicais dos instrumentos de trabalho, algumas ervas e lendas da floresta (MACÊDO, 2017). Após as entrevistas, foram feitas as transcrições grafemáticas e parte delas publicadas por Lessa (2002). O corpus compõe-se de 45 inquéritos organizados e publicados por Lessa (2002), coletados nas regiões dos Vales do Acre, Purus e Juruá e da Dissertação de Macêdo Sousa (2004), bem como de um corpus inédito de 10 horas de gravação da pesquisa realizada pela autora enquanto bolsista de Aperfeiçoamento Científico do CNPq. Toma como fundamentação teórica os estudos de Welker (2005), Biderman (1984), Isquerdo e Oliveira (2007) e Camacho (2008), sobre Lexicografia e Lexicologia; Pottier (1974), sobre os tipos de lexias; e Cardoso (2010) e Mota e Cardoso (2006), acerca da Dialetologia; além do modelo de verbete de Macêdo (2012) e Cunha (1982,) para a classificação etimológica. Utilizou-se da técnica do ARCGIS para a elaboração das cartas linguísticas. Os resultados são apresentados por meio de um glossário, tabelas, gráficos e cartas lexicais. As lexias sobre os instrumentos do seringueiro são classificadas em: 1. Simples: toco, cabilho, prancha, borracha, oito, tigela, vasilha, poronga, lamparina; 2. Compostas: pano virgem, pano vadiando, quebra jejum, perna direita, perna esquerda, margem direita, margem esquerda; 3. Complexas: lâmina de seringa, faca de seringa, cabo de arame, faca de seringa, lâmina de seringa, vasilha de colher, pé de bode, pé de burro, entre outras. São classificadas de acordo com suas origens (latim, espanhol, grego, italiano, francês ou desconhecida), além da dicionarização ou não das lexias e as dicionarizadas com outra acepção. Em relação às ervas foram selecionadas algumas, tais como: Chá de Alfavaca, Eucalipto, Casca da Copaíba, entre outras. No tocante às entidades da floresta foram encontradas: Caboclinho da mata, Mãe da seringueira, Mãe d’ água, Caipora, Mapingari, Pai da Mata. Os resultados demonstram um total de, aproximadamente, 93 lexias, sendo: 29 relativas aos instrumentos de trabalho do seringueiro, 32 relativas à alimentação, 26 nomes de ervas utilizadas na cura da malária, febre, gripe, inflamações na garganta, entre outras, e, por fim, seis lendas específicas da região amazônica. São importantes o registro e o resgate do vocabulário da atividade que colonizou o Estado do Acre, a fim de identificar a cultura regional e contribuir com o ensino de língua portuguesa e da dialetologia e lexicografia regional.
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