Retratos de mulheres na colonização canadense: The King’s Daughter ([1974] 2011), de Suzanne Martel – uma releitura crítica do passado colonial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Uber, Beatrice
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: A Cor das Letras
Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/3358
Resumo: A narrativa híbrida, de história e ficção, The King’s Daughter (2011), da canadense Suzanne Martel, aborda, como tema principal, o fato histórico da vinda de algumas órfãs francesas para a Nova França, o atual Canadá, durante o século XVII. Essas mulheres que deixavam a sua terra natal – no contexto histórico – tinham por obrigação casar-se com colonizadores franceses e gerar filhos desses, ou até mesmo criar os que já eram existentes de um primeiro casamento. Na releitura ficcional do passado, a diegese do romance coloca em evidência os discursos da personagem-protagonista, a órfã Jeanne Chatel, e também apresenta figuras secundárias, como a órfã Marie du Voyer e outras, por meio de um narrador heterodiegético. Nessa perspectiva, descreve-se a difícil viagem marítima e os primeiros anos de adaptação das órfãs nas florestas canadenses, junto a seus maridos e filhos. Uma vez que essas personagens, configuradas como as órfãs francesas do século XVII, passavam a residir no novo território em desenvolvimento, do mesmo modo que na história, elas não podiam regressar à Europa e tinham consciência de que ali passariam o resto de suas vidas. Com base nesse contexto histórico e sua releitura ficcional, esse artigo tem o propósito de analisar a configuração dessas personagens femininas retratadas como órfãs francesas, conhecidas, historicamente, como “The King’s Daughters”. Ao efetuarmos tal leitura, objetivamos, também, evidenciar que essa obra se configura, pela forma como relê criticamente o passado, dentro da mais recente modalidade desse gênero híbrido: o romance histórico contemporâneo de mediação. Teóricos como Sharpe (1992), Runyan (2010), Fleck (2007; 2017), Zug (2016), entre outros, servem de subsídios à proposta apresentada.
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