Memória em tempos de pós-guerras : um estudo das relações identitárias em contexto de crise em “O gigante enterrado” e “Um artista do mundo flutuante”, de Kazuo Ishiguro
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG |
Texto Completo: | http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1250 |
Resumo: | Esta dissertação faz uma análise dos romances O gigante enterrado (2015) e Um artista do mundo flutuante (2018), do consagrado escritor Britânico Kazuo Ishiguro. As temáticas centrais abordadas aqui são a memória e o esquecimento na narrativa: o esquecimento como constituinte importante da narrativa, bem como das memórias dos personagens e de suas relações identitária e traumática. Esses romances revelam dramas humanos e discutem a efemeridade da vida. Em Um artista do mundo flutuante, o narrador e protagonista, Masuji Ono, é um homem de seu tempo. Pintor renomado, ainda jovem desafiou o pai para seguir a vocação artística e, durante seu desenvolvimento criativo, lutou contra as amarras da arte tradicional japonesa para dar lugar a uma produção propagandística a serviço do país, sobretudo ao longo da Segunda Guerra Mundial. Usando influência de que gozava perante as autoridades do governo imperial, Ono buscava ajudar as pessoas e os menos favorecidos. Este retrato do artista quando velho mostra a vida de Masuji já aposentado. Nesse ínterim, enquanto o Japão reconstrói suas cidades depois da destruição da guerra e as pessoas tentam seguir em frente voltando- se para o futuro, Ono vive seus dias nos cuidados do jardim, do neto e das filhas, além das noites bebendo com antigos amigos. Um artista do mundo flutuante é também um romance que retrata a chegada da velhice e os principais dramas enfrentados. Por fim, em O gigante enterrado, outro romance trabalhado nessa dissertação, a Grã Bretanha está destruída, marcada pelas recentes guerras entre bretões e saxões e pela queda do rei Arthur, num tempo em que mito e história são duas faces da mesma moeda. A população, órfã e desnorteada, vê-se exposta as mais diversas ameaças, desde as invasões de ogros a uma misteriosa névoa que afunda o passado no esquecimento. Quando Axl e Beatrice decidem partir em busca do filho, não se lembram de seu rosto da última vez em que o viram. O casal de idosos encontrará Sir Gawain e outros cavaleiros remanescentes da era arthuriana e se engajará na busca de uma dragoa que parece estar ligada à névoa. Por consequência, terá seu amor questionado: afinal, será que o afeto continua forte o bastante quando já não se podem rememorar as alegrias e tristezas que compartilhamos ao longo dos anos? Nessa perspectiva, a pesquisa investiga a teoria da memória, com ênfase na sua oposição: o esquecimento (algo inevitável decorrente de nossa condição de transitoriedade e conflito com a passagem do tempo). Entretanto, em alguns momentos, o esquecimento pode ser visto como algo positivo, como é o caso de um dos romances de Kazuo Ishiguro: O gigante enterrado, em que há uma narrativa medieval sobre uma névoa do esquecimento que paira no que hoje é a Inglaterra. Além deste romance, o trabalho investiga também Um artista do mundo flutuante, o qual aborda a memória, porém, naperspectiva de uma personagem japonesa sobrevivente da Segunda Guerra mundial. A fundamentação teórica está pautada em teóricos, tais como: Éclea Bosi (1979), Santo Agostinho (1980), Harald Weinrich (2001), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), entre outros. |
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Memória em tempos de pós-guerras : um estudo das relações identitárias em contexto de crise em “O gigante enterrado” e “Um artista do mundo flutuante”, de Kazuo IshiguroMemory in post-war times : a study of identity relations in the context of crisis in “The buried giant” and “An artist of the floating world”, by Kazuo IshiguroMemóriaEsquecimentoIdentidadeKazuo IshiguroMemoryForget fulnessOld ageIdentityKazuo IshiguroLETRAS::LITERATURAS ESTRANGEIRAS MODERNASEsta dissertação faz uma análise dos romances O gigante enterrado (2015) e Um artista do mundo flutuante (2018), do consagrado escritor Britânico Kazuo Ishiguro. As temáticas centrais abordadas aqui são a memória e o esquecimento na narrativa: o esquecimento como constituinte importante da narrativa, bem como das memórias dos personagens e de suas relações identitária e traumática. Esses romances revelam dramas humanos e discutem a efemeridade da vida. Em Um artista do mundo flutuante, o narrador e protagonista, Masuji Ono, é um homem de seu tempo. Pintor renomado, ainda jovem desafiou o pai para seguir a vocação artística e, durante seu desenvolvimento criativo, lutou contra as amarras da arte tradicional japonesa para dar lugar a uma produção propagandística a serviço do país, sobretudo ao longo da Segunda Guerra Mundial. Usando influência de que gozava perante as autoridades do governo imperial, Ono buscava ajudar as pessoas e os menos favorecidos. Este retrato do artista quando velho mostra a vida de Masuji já aposentado. Nesse ínterim, enquanto o Japão reconstrói suas cidades depois da destruição da guerra e as pessoas tentam seguir em frente voltando- se para o futuro, Ono vive seus dias nos cuidados do jardim, do neto e das filhas, além das noites bebendo com antigos amigos. Um artista do mundo flutuante é também um romance que retrata a chegada da velhice e os principais dramas enfrentados. Por fim, em O gigante enterrado, outro romance trabalhado nessa dissertação, a Grã Bretanha está destruída, marcada pelas recentes guerras entre bretões e saxões e pela queda do rei Arthur, num tempo em que mito e história são duas faces da mesma moeda. A população, órfã e desnorteada, vê-se exposta as mais diversas ameaças, desde as invasões de ogros a uma misteriosa névoa que afunda o passado no esquecimento. Quando Axl e Beatrice decidem partir em busca do filho, não se lembram de seu rosto da última vez em que o viram. O casal de idosos encontrará Sir Gawain e outros cavaleiros remanescentes da era arthuriana e se engajará na busca de uma dragoa que parece estar ligada à névoa. Por consequência, terá seu amor questionado: afinal, será que o afeto continua forte o bastante quando já não se podem rememorar as alegrias e tristezas que compartilhamos ao longo dos anos? Nessa perspectiva, a pesquisa investiga a teoria da memória, com ênfase na sua oposição: o esquecimento (algo inevitável decorrente de nossa condição de transitoriedade e conflito com a passagem do tempo). Entretanto, em alguns momentos, o esquecimento pode ser visto como algo positivo, como é o caso de um dos romances de Kazuo Ishiguro: O gigante enterrado, em que há uma narrativa medieval sobre uma névoa do esquecimento que paira no que hoje é a Inglaterra. Além deste romance, o trabalho investiga também Um artista do mundo flutuante, o qual aborda a memória, porém, naperspectiva de uma personagem japonesa sobrevivente da Segunda Guerra mundial. A fundamentação teórica está pautada em teóricos, tais como: Éclea Bosi (1979), Santo Agostinho (1980), Harald Weinrich (2001), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), entre outros.An analysis of the novels The Buried Giant (2015) and An Artist of the Floating World (2018), by the renowned British writer Kazuo Ishiguro. The central themes addressed here are those of memory and forgetting in the narrative. Forgetting as an important constituent of the narrative, as well as the characters' memories and their identity and traumatic relationship. These novels reveal human dramas and discuss the ephemeral nature of life. In An Artist of the Floating World, the narrator and protagonist, Masuji Ono, is a man of his time. Renowned painter, while still young, he challenged his father to follow his artistic vocation and, during his creative development, he struggled against the shackles of traditional Japanese art to give way to a propaganda production at the service of the country. Especially throughout World War II. Using the influence he enjoyed with the authorities of the imperial government. Ono sought to help people and the less fortunate. This portrait of the artist as an old man reveals the life of a retired Masuji. As Japan rebuilds its cities after the destruction of the war and people try to move forward by looking to the future. Ono spends his days taking care of the garden, his grandson and his daughters, spending the night drinking with old friends. An Artist of the Floating World is also a novel that portrays old age its arrival and the main dramas faced. The Buried Giant is the other novel worked on in this dissertation. At a time when myth and history are two sides of the same coin, Britain is in ruins, marked by recent wars between Britons and Saxons and the fall of King Arthur. The population, orphaned and bewildered, is exposed to the most diverse threats, from ogre invasions to a mysterious mist that sinks the past into oblivion. When Axl and Beatrice decide to leave in search of their son, they don't remember his face, the last time they saw him. The elderly couple will meet Sir Gawain and other knights left over from the Arthurian era, engage in the search for a dragon that seems to be linked to the mist, and will have their love questioned, after all, is affection still strong enough when they can no longer remember the joys and sadness we've shared over the years? The research investigates the theory of memory, emphasizing its opposition: forgetting, which is something inevitable because of our condition of transience and conflict with the passage of time. However, at times, forgetting can be seen as something positive, as is the case in one of Kazuo Ishiguro's novels, The Giant Buried in a Medieval Narrative about a fog of oblivion that hangs in what is now England. In addition to this novel, he also researches An Artist of the Floating World that approaches memory, however, from the perspective of a Japanese character who survived World War II. The theoretical foundation is based on theorists, such as: Éclea Bosi (1979), Saint Augustine (1980), Harald Weinrich (2001), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), among others.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Felizardo, Alexandre Bonafimhttp://lattes.cnpq.br/1959419139144723Felizardo, Alexandre Bonafimhttp://lattes.cnpq.br/1959419139144723Ferreira, Elizabete AlbinaDavid, Nismária Alveshttp://lattes.cnpq.br/6682621513643586Rodrigues, Lucas Silva2023-08-16T13:31:28Z2022-05-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRODRIGUES, Lucas Silva. Memória em tempos de pós-guerras: um estudo das relações identitárias em contexto de crise em “O gigante enterrado” e “Um artista do mundo flutuante”, de Kazuo Ishiguro. 2022. 90 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2022.http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1250porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEG2023-08-22T22:44:11Zoai:tede2:tede/1250Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.bdtd.ueg.br/PUBhttps://www.bdtd.ueg.br/oai/requestbibliotecaunucet@ueg.br||opendoar:2023-08-22T22:44:11Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false |
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