Identidade, resgate mnemônico de trauma e Künstlerroman em "Olho de gato", de Margaret Atwood

• Autor(a) principal: Capparelli, Fernanda dos Passos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
• Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1246
• topic: Memória; Identidade; Gênero; Künstlerroman; Olho de gato; Memory; Identity; Genre; Kunstlerroman; Cat’s eye; LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS

Nesta dissertação, discuto sobre o conceito de memória associado à construção identitária, além de abordar outras temáticas, como trauma, estudos de gênero e Künstlerroman, em Olho de gato, romance da escritora canadense Margaret Atwood. Com isso, meu intuito foi refletir, por meio da narrativa da protagonista Elaine, sobre a (re)construção e ressignificação memorialística e identitária que a personagem empreende, após regressar à cidade em que viveu por muitos anos. Em meio às recordações de Elaine, há lembranças traumáticas causadas por perversidades que ela vivenciou na infância, evolvendo opressões de gênero, um dos focos de minha discussão. Além disso, por ser a protagonista uma pintora, pesquiso ainda a formação da personagem enquanto artista, explanando sobre um termo de origem alemã: o Künstlerroman. Para todo esse percurso, levanto teorias sobre memória, que se configura como temática central do romance, além de associá-la as temáticas de identidade, espaço e trauma, que são trabalhadas no primeiro capítulo desta dissertação. No segundo capítulo, trabalho com a temática de gênero, por se tratar de um romance crítico em relação às opressões destinadas ao gênero feminino e, ainda, evocar o lócus de enunciação da autora. Na sequência do segundo capítulo abordo, também, o conceito de Künstlerroman, pensando na formação da personagem protagonista, que é uma artista. Além disso, observo esse conceito agregado à autoria feminina, refletindo sobre as particularidades da personagem abordada. Diante disso, a fundamentação teórica dessa pesquisa conta com nomes como: Maurice Halbwachs (1990), Aleida Assmann (2016), Michael Pollak (1992), Joël Candau (2016), dentre outros, em discussões memorialísticas e identitárias; Judith Butler (2003), Simone de Beauvoir (1967) e Naomi Wolf (2020), nas discussões acerca das opressões de gênero; Eliane Campello (2003) e Jorge Santana (2003) no que concerne às reflexões sobre o Künstlerroman; além de Seligmann-Silva (2008), Jeanne Marie Gagnebin (2009) e Luis Kancyper (1994), para a discussão sobre trauma.