Práticas de linguagem e tempos atuais: concepções de professores de inglês em Anápolis-GO sob uma perspectiva crítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vellasco, Bianca Alencar
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/751
Resumo: Este estudo teve como objetivo investigar e discutir como questões relacionadas à ideia de língua inglesa aparecem nas práticas de linguagem cotidianas (SOUSA, 2016) de sete professores da cidade de Anápolis, no estado de Goiás, Brasil. O que as mais variadas demandas para o ensino de língua inglesa criam em termos de novas realidades pedagógicas (e existenciais), e como essas novas realidades afetam o que entendemos a respeito do que seja uma língua e o que configura o seu aprendizado e o estatuto de seus falantes é uma discussão que aqui orbita as esferas: linguística, cultural, política, econômica e ideológica. Com o “detalhe” de que a esfera linguística é tomada como o palco possibilitador para que todas as outras esferas tenham lugar para ocorrer. Afinal, em que outro lugar teríamos a possibilidade de criar tantas relações, se não na opacidade presente-ausente (DERRIDA, 2006) da linguagem? O material empírico foi gerado em junho de 2018, e consistiu em um questionário de identificação, e sete encontros gravados em áudio, no formato de entrevistas. Ao longo do estudo me refiro a esses dados como registros orgânicos porque, os considerando a partir de uma perspectiva crítica de prática problematizadora (PENNYCOOK, 2001; SILVESTRE, 2017), foi possível o estabelecimento de vários feixes de relações (FOUCAULT, 2010), que extrapolavam o mero estabelecimento de categorias. Essa organicidade dos dados está apresentada na forma de um corpo organizado de conhecimentos (ESTEBAN, 2010), em intersecção com o levantamento de literatura, respeitando parâmetros qualitativo-interpretativistas de pesquisa (MOREIRA & CALEFFE, 2006; MOITA LOPES 2006; BORTONI-RICARDO, 2009). Essas intersecções estiveram baseadas em estudos contemporâneos da área de Linguística Aplicada, como Bernat (2008); Biesta (2015); Garcia & Wei (2014); hooks (2013); Janks (2014); Jordão (2014); Liberali (2015); Lopes & Borges (2015); Maciel (2015); Moita Lopes (2006); Monte-Mór (2014; 2015); Pennycook (2001; 2012); Pessoa (2014); Pinto (2007); Quijano (2005); Rajagopalan (2003; 2011); Silvestre (2017); Skliar (2006), Tagata (2017), entre outros, e me levou a alguns temas mais recorrentes, a convergências com a literatura levantada, e também a algumas divergências. Em termos gerais, trago isso em quatro eixos de discussão, que focam nas respostas dos professores às perguntas “Como você descreveria a sua prática de ensino de língua inglesa em sala de aula?”; “Como você explicaria o que é a língua inglesa”, “A importância da língua inglesa nos tempos atuais”; e “A questão da autoridade linguística”. Em termos específicos, as temáticas discutidas em torno desses eixos focalizaram: a noção de língua inglesa não mais como bloco monolítico atrelado à figura de um ou de alguns estados-nação, mas a práticas linguísticas encarnadas de localidade; e a importância de discutir práticas de ensino considerando demandas diversificadas, de modo que consigamos trabalhar aspectos não somente de qualificação, mas de socialização e de subjetificação (BIESTA, 2015; PESSOA & HOELZLE, 2017), para que fortaleçamos as pessoas que estão vivendo essas práticas linguísticas, e não uma ideia abstrata de língua que fortalece apenas a dispositivos institucionais que nos fazem acreditar que apenas eles têm o direito de projetar interpretações, e que apenas a eles cabe o direito de designação (hooks, 2013).
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spelling Práticas de linguagem e tempos atuais: concepções de professores de inglês em Anápolis-GO sob uma perspectiva críticaPráticas de língua inglesaProfessores de inglêsTempos atuaisEnglish language practiceEnglish teachersCurrent timesLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICAEste estudo teve como objetivo investigar e discutir como questões relacionadas à ideia de língua inglesa aparecem nas práticas de linguagem cotidianas (SOUSA, 2016) de sete professores da cidade de Anápolis, no estado de Goiás, Brasil. O que as mais variadas demandas para o ensino de língua inglesa criam em termos de novas realidades pedagógicas (e existenciais), e como essas novas realidades afetam o que entendemos a respeito do que seja uma língua e o que configura o seu aprendizado e o estatuto de seus falantes é uma discussão que aqui orbita as esferas: linguística, cultural, política, econômica e ideológica. Com o “detalhe” de que a esfera linguística é tomada como o palco possibilitador para que todas as outras esferas tenham lugar para ocorrer. Afinal, em que outro lugar teríamos a possibilidade de criar tantas relações, se não na opacidade presente-ausente (DERRIDA, 2006) da linguagem? O material empírico foi gerado em junho de 2018, e consistiu em um questionário de identificação, e sete encontros gravados em áudio, no formato de entrevistas. Ao longo do estudo me refiro a esses dados como registros orgânicos porque, os considerando a partir de uma perspectiva crítica de prática problematizadora (PENNYCOOK, 2001; SILVESTRE, 2017), foi possível o estabelecimento de vários feixes de relações (FOUCAULT, 2010), que extrapolavam o mero estabelecimento de categorias. Essa organicidade dos dados está apresentada na forma de um corpo organizado de conhecimentos (ESTEBAN, 2010), em intersecção com o levantamento de literatura, respeitando parâmetros qualitativo-interpretativistas de pesquisa (MOREIRA & CALEFFE, 2006; MOITA LOPES 2006; BORTONI-RICARDO, 2009). Essas intersecções estiveram baseadas em estudos contemporâneos da área de Linguística Aplicada, como Bernat (2008); Biesta (2015); Garcia & Wei (2014); hooks (2013); Janks (2014); Jordão (2014); Liberali (2015); Lopes & Borges (2015); Maciel (2015); Moita Lopes (2006); Monte-Mór (2014; 2015); Pennycook (2001; 2012); Pessoa (2014); Pinto (2007); Quijano (2005); Rajagopalan (2003; 2011); Silvestre (2017); Skliar (2006), Tagata (2017), entre outros, e me levou a alguns temas mais recorrentes, a convergências com a literatura levantada, e também a algumas divergências. Em termos gerais, trago isso em quatro eixos de discussão, que focam nas respostas dos professores às perguntas “Como você descreveria a sua prática de ensino de língua inglesa em sala de aula?”; “Como você explicaria o que é a língua inglesa”, “A importância da língua inglesa nos tempos atuais”; e “A questão da autoridade linguística”. Em termos específicos, as temáticas discutidas em torno desses eixos focalizaram: a noção de língua inglesa não mais como bloco monolítico atrelado à figura de um ou de alguns estados-nação, mas a práticas linguísticas encarnadas de localidade; e a importância de discutir práticas de ensino considerando demandas diversificadas, de modo que consigamos trabalhar aspectos não somente de qualificação, mas de socialização e de subjetificação (BIESTA, 2015; PESSOA & HOELZLE, 2017), para que fortaleçamos as pessoas que estão vivendo essas práticas linguísticas, e não uma ideia abstrata de língua que fortalece apenas a dispositivos institucionais que nos fazem acreditar que apenas eles têm o direito de projetar interpretações, e que apenas a eles cabe o direito de designação (hooks, 2013).This study aimed to investigate and discuss how questions related to the idea of English language appear in everyday language practices (SOUSA, 2016) of seven teachers from the city of Anápolis, in the state of Goiás, Brazil. What the most varied demands for English language teaching create in terms of new pedagogical (and existential) realities, and how these new realities affect what we understand about what a language is and what shapes its learning and its speakers status is a discussion that here orbits the spheres: linguistic, cultural, political, economic and ideological. With the "detail" that the linguistic sphere is taken as the enabling stage for all other spheres to take place to occur. After all, in what other place would we have the possibility of creating so many relationships, if not the present-absent opacity (DERRIDA, 2006) of language? The empirical material was generated in June 2018, and consisted of an identification questionnaire, and seven meetings recorded in audio format interviews. Throughout the study I refer to these data as organic records because, considering from a critical perspective of problematizing practice (PENNYCOOK, 2001; SILVESTRE, 2017), it was possible to establish several relations bundles (FOUCAULT, 2010), which went beyond the mere establishment of categories. This organicity of data is presented in the form of an organized body of knowledge (ESTEBAN, 2010), in intersection with the literature survey, respecting qualitative-interpretative research parameters (MOREIRA & CALEFFE, 2006; MOITA LOPES 2006; BORTONI- RICARDO, 2009). These intersections were based on contemporary studies in the area of Applied Linguistics, such as Bernat (2008); Biesta (2015); Garcia & Wei (2014); hooks (2013); Janks (2014); Jordan (2014); Liberali (2015); Lopes & Borges (2015); Maciel (2015); Moita-Lopes (2006); Monte-Mór (2014; 2015); Pennycook (2001, 2012); Person (2014); Pinto (2007); Quijano (2005); Rajagopalan (2003; 2011); Silvestre (2017); Skliar (2006), Tagata (2017), among others, and led me to some more recurring themes, to convergences with literature raised, and also to some divergences. In general terms, I bring this into four discussion axes, which focus on the responses of the participating teachers to the questions "How would you describe your English classroom teaching practice?"; "How would you explain what the English language is", "The importance of the English language in the present times"; and "The question of linguistic authority". Specifically, the discussion on these axes focused on: the notion of the English language no longer as a monolithic block linked to the figure of one or some nation-states, but to linguistic practices embodied in locality; and the importance of discussing teaching practices considering diversified demands, so that we can work on aspects not only of qualification, but of socialization and subjectification (BIESTA, 2015, PESSOA & HOELZLE, 2017), so that we strengthen the people who are living these linguistic practices, and not an abstract idea of language that only strengthens institutional devices that make us believe that only they have the right to design interpretations, and that only they have the power of designation (hooks, 2013)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Lopes, Cristiane Rosahttp://lattes.cnpq.br/5818321410864812Lopes, Cristiane Rosahttp://lattes.cnpq.br/5818321410864812Andrade, Mariana Mastrella Rosa dehttp://lattes.cnpq.br/1271403534157586Oliveira, Hélvio Frank dehttp://lattes.cnpq.br/1659880507093036Vellasco, Bianca Alencar2021-08-18T20:39:23Z2019-04-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVELLASCO, Bianca Alencar. 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