Um mergulho no passado pelas ondas profundas da memória : “O mar” de John Banville

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Dilorrara Ribeiro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG
Texto Completo: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/789
Resumo: Este trabalho objetiva fazer uma análise do romance O mar (2005), do consagrado escritor irlandês John Banville. As temáticas centrais abordadas aqui são as da memória e do espaço na narrativa. O espaço como constituinte importante da narrativa, bem como das memórias do sujeito e de sua relação identitária e traumática. Esse romance revela dramas humanos e discute a efemeridade da vida. O narrador e protagonista, Max Morden, é um senhor sexagenário, que lida com a dor da perda e com a sua própria condição de envelhecimento e de enlutado. Max discorre sobre amor, sexualidade, identidade, velhice, perda, morte e luto, tudo isso carregado de um tom melancólico e reflexivo. A narrativa se passa em dois momentos, nos extremos da vida – infância e velhice –, de Max. O protagonista perde sua esposa, Anna, vítima de câncer e está imbuído de uma necessidade urgente, de lidar com a dor e entender a vida. Regressar ao passado parece ser a melhor alternativa. Portanto, ele volta à pequena cidade de veraneio em Ballyless, onde vivenciou a infância, em especial na casa The Cedars, alugada pela família Grace. Max, como um crítico de arte, decide escrever sobre Pierre Bonnard, pintor francês de sua admiração, mas sua escrita acaba se tornando a sua própria história, ou melhor, um relato terapêutico sobre os momentos importantes da sua vida. Ainda na infância, a morte dos irmãos gêmeos Myles e Chloe, seus amigos, o afeta, o traumatiza, ao ponto de não querer mais voltar a nadar. Enfrentar suas angústias e dramas, sabendo que a vida é passageira, um contrato de risco, revela a carga emocional do romance. Assim, o retorno às ruínas do passado, à casa da infância, inspira Max em seu ato recordativo, em um convite de mergulho na memória. Essa ressignificação do passado, por meio de uma escrita terapêutica, alude a uma possível superação de Max em seguir em frente com as marcas e rastros de outrora. Experiências boas ou ruins, mas que constituem o ser do sujeito. Essa prosa mnemônica e melancólica realiza uma profunda reflexão sobre a transitoriedade da vida. Portanto, analisar este romance é expor esses dilemas humanos. E observar como o espaço é fundamental na vida do ser humano e propicia as memórias experimentadas nele. A fundamentação teórica está pautada em teóricos, tais como: Maurice Merleau-Ponty (1999), Pierre Nora (1993), Harald Weinrich (2001), Sigmund Freud (2013), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), entre outros.
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A narrativa se passa em dois momentos, nos extremos da vida – infância e velhice –, de Max. O protagonista perde sua esposa, Anna, vítima de câncer e está imbuído de uma necessidade urgente, de lidar com a dor e entender a vida. Regressar ao passado parece ser a melhor alternativa. Portanto, ele volta à pequena cidade de veraneio em Ballyless, onde vivenciou a infância, em especial na casa The Cedars, alugada pela família Grace. Max, como um crítico de arte, decide escrever sobre Pierre Bonnard, pintor francês de sua admiração, mas sua escrita acaba se tornando a sua própria história, ou melhor, um relato terapêutico sobre os momentos importantes da sua vida. Ainda na infância, a morte dos irmãos gêmeos Myles e Chloe, seus amigos, o afeta, o traumatiza, ao ponto de não querer mais voltar a nadar. Enfrentar suas angústias e dramas, sabendo que a vida é passageira, um contrato de risco, revela a carga emocional do romance. Assim, o retorno às ruínas do passado, à casa da infância, inspira Max em seu ato recordativo, em um convite de mergulho na memória. Essa ressignificação do passado, por meio de uma escrita terapêutica, alude a uma possível superação de Max em seguir em frente com as marcas e rastros de outrora. Experiências boas ou ruins, mas que constituem o ser do sujeito. Essa prosa mnemônica e melancólica realiza uma profunda reflexão sobre a transitoriedade da vida. Portanto, analisar este romance é expor esses dilemas humanos. E observar como o espaço é fundamental na vida do ser humano e propicia as memórias experimentadas nele. A fundamentação teórica está pautada em teóricos, tais como: Maurice Merleau-Ponty (1999), Pierre Nora (1993), Harald Weinrich (2001), Sigmund Freud (2013), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), entre outros.This work aims to analyze the novel The Sea (2005), by the renowned Irish writer John Banville. The central themes addressed here are those of memory and space in the narrative. Space as an important constituent of the narrative, as well as of the subject's memories, his identity and traumatic relationship. This novel reveals human dramas and the ephemerality of life. The narrator and protagonist, Max Morden, is a sexagenarian man, who deals with the pain of loss and his own condition of aging and mourning. Max talks about love, sexuality, identity, old age, loss, death and grief, all loaded with a melancholy and reflective tone. The narrative takes place in two moments, at Max’s extremes life - childhood and old. The protagonist loses his wife, Anna, a victim of cancer and is imbued with an urgent need to deal with pain and understand life. Going back to the past seems to be the best alternative. Therefore, he returns to the small summer town in Ballyless, where he experienced his childhood, especially at The Cedars, rented by the Grace family. Max, as an art critic, decides to write about Pierre Bonnard, a French painter of his admiration, but his writing ends up becoming his own story, or rather, a therapeutic account of the important moments of his life. Still in childhood, the death of twin brothers Myles and Chloe, his friends, affects and traumatizes him, to the point of not wanting to go swimming again. Facing his anguishes and dramas, knowing that life is fleeting, a risky contract, reveals the emotional charge of the novel. Thus, the return to the ruins of the past, to the childhood home, inspires Max in his remembering act, in an invitation to immerse himself in memory. This resignification of the past, through therapeutic writing, alludes to a possible overcoming of Max in moving forward with the marks and tracks of yesteryear. Good or bad experiences, but that constitute the subject's being. This mnemonic and melancholy prose reflects deeply on the transience of life. Therefore, to analyze this novel is to expose these human dilemmas. And to observe how space is fundamental in the life of the human being that provides the memories experienced in him. The theoretical foundation is based on theorists, such as: Maurice Merleau-Ponty (1999), Pierre Nora (1993), Harald Weinrich (2001), Sigmund Freud (2013), Joël Candau (2016), Aleida Assmann (2018), among others.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Frota, Adolfo José de Souzahttp://lattes.cnpq.br/6718290160526555Frota, Adolfo José de Souzahttp://lattes.cnpq.br/6718290160526555Andrade, Émile Cardosohttp://lattes.cnpq.br/4661919586535215Ferreira, Rejane de Souzahttp://lattes.cnpq.br/2762142240750530Gomes, Dilorrara Ribeiro2021-08-19T12:05:14Z2021-02-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGOMES, Dilorrara Ribeiro. Um mergulho no passado pelas ondas profundas da memória: “O mar” de John Banville. 2021. 133 f. 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