Epidemiologia molecular de Leishmania spp. em roedores sinantrópicos

• Autor(a) principal: Caldart, Eloiza Teles
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/14729
• topic: Zoonoses; Leishmaniose; Rato como transmissor de doenças; Zoonosis; Leishmaniasis; Rats as carriers of disease

Resumo: Ratos pretos (Rattus rattus), espécie exótica introduzida nas Américas durante o perídodo de colonização, tem sido suspeitos de servir como reservatório do complexo Leishmania (Viannia) braziliensis no Brasil e como potencial fonte de infecção a flebotomíneos peri-domésticos Esse estudo objetivou detectar parasitos do gênero Leishmania, determinar a prevalência de anticorpos IgG anti-Leishmania spp, identificar as espécies circulantes desse parasito e determinar variáveis epidemiológicas associadas à infecção em ratos capturados na área urbana na cidade de Londrina, estado do Paraná, Brasil A captura de animais foi realizada de Maio a Dezembro de 26, as armadilhas foram distribuídas em 35 pontos de armazenagem e/ou reciclagem de resíduos sólidos e ferros-velhos das cinco regiões do município Os roedores foram anestesiados para a coleta de sangue e soro Métodos sorológicos (Reação de Imunofluorescência Indireta - RIFI e Ezime-Linked Immunosorbent Assay - ELISA) e moleculares (Polimerase Chain Reaction - PCR) foram realizados para a detecção de anticorpos anti-Leishmania spp e/ou DNA de Leishmania spp O número de amostras analisadas, por cada método, variou de acordo com a disponibilidade de material coletado DNA foi extraído do sangue total e uma nested-PCR cujo alvo é uma parte central do gene SSU RNAr específica do gênero Leishmania foi realizada em triplicata As amostras positivas na PCR foram sequenciadas pelo método de Sanger para determinar a espécie de Leishmania Um questionário com variáveis relativas ao ambiente, condições sanitárias e características dos roedores foi aplicado e analisado com o software estatístico EpiInfo (354) Cento e oitenta e um roedores foram capturados, todos eles foram identificados como da espécie R rattus (Rr) e nenhum deles apresentava alteração clínica Quarenta e um de 176 (23,3%) animais foram positivos no ELISA e 6/181 (3,3%) foram positivos na RIFI Das 127 amostras submetidas à PCR, nove (7,1%) foram positivos para o gênero Leishmania; pelo sequenciamento sete foram identificados como L (L) amazonensis, uma como L (L) infantum e uma não pode ser sequenciada Quatro ratos foram positivos em mais de um teste, Rr76 foi positivo nos três métodos, Rr68 foi positivo no ELISA e na PCR; e Rr91 a Rr194 foram positivos no ELISA e na RIFI Essa população de roedores apresentou mais animais adultos positivos do que jovens no ELISA (p=279); e a presença de animais não-ratos nos pontos de coleta foi fator de proteção contra leishmanioses em ratos nesse estudo (p=3235) quando levados em consideração apenas os resultados da RIFI Dos nove animais positivos na PCR, cinco pertenciam a mesma região da cidade (Norte), dentre eles três foram capturados no mesmo endereço, um deles foi positivo para L (L) infantum Essa foi a região da cidade com a maior expansão geográfica e crescimento populacional à época da coleta, a população estava adentrando um ambiente não-urbano e esse fator pode explicar o porquê aqueles animais estavam apresentando infecção recente caracterizada pela PCR positiva Essa é a primeira descrição de roedores sinantrópicos naturalmente infectados por L (L) amazonensis no mundo e por L (L) infantum no Sul do Brasil Com relação a L (L) amazonensis, esse resultado é uma nova evidência da urbanização desse agente etiológico enfatizando a expansão das leishmanioses no Brasil e sua condição de doença ainda negligenciada