Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabardo, Juliano Moro
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17477
Resumo: A restrição de fluxo sanguíneo (RFS) no exercício tem sido utilizada sobretudo nas modalidades de força, com objetivo de aumentar a intensidade do exercício. No endurance esta técnica começou a ser investigada recentemente com o propósito de aumentar o aporte de oxigênio nos músculos ativos e consequentemente melhorar o desempenho. A RFS tem sido realizada em diferentes protocolos de aplicação, e nos esportes de endurance previamente ao exercício como estratégia ergogênica. Contudo, existem poucos estudos que, de fato, confirmam sua efetividade, especialmente quando se discute a validade ecológica no contexto esportivo (ex: testes contrarrelógio). Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da RFS realizada nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 km. Para tanto, foi realizado um estudo com delineamento cross over, randomizado e balanceado. A amostra foi composta por 12 corredores amadores voluntários do sexo masculino (idade: 26,4 ± 4,7anos; massa corporal: 70,96 ± 6,12kg; estatura: 1,74 ± 0,03m; tempo de experiência: 4,5 ± 3,4anos; tempo de prova de 10 km: 42,6 ± 7min). Na primeira sessão experimental foi realizada avaliação antropométrica, familiarização na pista de atletismo e ancoragem da escala de percepção subjetiva de esforço PSE (6-20) (Borg, 1982). Na segunda e terceira sessões foram realizados os testes de corrida contrarrelógio de 10 km. Previamente aos testes de corrida foi aplicada a RFS ou Sham. Pré e pós aplicação da RFS ou Sham foi aferida a pressão arterial. Antes, durante e após a RFS e Sham foi mensurada a oxigenação muscular e a frequência cardíaca (FC). Durante os testes de corrida, além da PSE reportada pelos participantes a cada volta (400m), foi obtida a FC e o tempo por volta. Comparado com Sham, a RFS melhorou o desempenho da corrida na distância de 10 km em pista para o grupo todo (n =12; RFS: 2674 ± 405s vs Sham: 2701± 400s; t = -2,589; P = 0,02), e para o grupo “competidores” (n = 6; RFS: 2334 ± 194s vs Sham: 2366 ± 194s; t = -2,576; P = 0,05). A mínima mudança detectável (MMD) foi de 19,96s, com 8 (oito) participantes com melhora no desempenho de corrida abaixo da MMD, 2 (dois) sem efeito algum e 2 (dois) com efeito negativo, acima da MMD. O tempo analisado a cada km foi menor na condição RFS no grupo todo e nos “competidores” (F = 7,383; P = 0,02; ?p² = 0,402 e F = 6,971; P = 0,046; ?p² = 0,582, respectivamente). O último quilômetro apresentou um tempo (s) significantemente menor quando comparado ao penúltimo para as duas condições experimentais, e em todos os grupos. O delta do tempo entre os dois últimos kms apontou que, a RFS proporcionou uma queda significantemente maior no tempo médio do que o Sham, para o grupo total (P < 0,001). Foi analisado qual ponto no teste, onde de fato, ocorreu a diferença entre as condições através de parciais meio e quartis. As parciais meio não tiveram diferença, as parciais quartis apontaram que a RFS foi menor no terceiro quartil (do 5º ao 7,5º km; RFS: 684 ± 107s vs 694 ± 109s; P = 0,04). A velocidade, analisada a cada km, foi significantemente maior na condição RFS para o grupo todo (F = 7,211; P = 0,02; ?p² = 0,396). A PSE, FC e amplitude da FC apresentaram efeito do tempo (P < 0,001). A FC apresentou maiores valores na condição RFS (F = 8,097; P = 0,02) do segundo ao décimo quilômetro. Ainda, na FC normalizada pelos valores prévios ao início da corrida, foi encontrado efeito do tempo e diferença entre as condições (RFS vs Sham; F = 7,136; P = 0,02). A PSE aumentou significantemente na última volta nas duas condições (RFS e Sham) para o grupo total e competidores, nos recreacionais ocorreu somente para a condição Sham. As resposta da pressão sistólica teve redução após o procedimento de oclusão arterial (PAS-RFS: pré: 142 ± 12mmHg vs pós: 136 ± 9mmHg; P = 0,009). Os dados de oxigenação (O2Hb) e desoxigenação (HHb) muscular comprovou que a condição RFS (220mmHg), de fato, restringiu o fluxo sanguíneo para os membros inferiores, enquanto na condição Sham (20mmHg) isso não ocorreu (RFS vs Sham: P < 0,001), valor respectivo as duas variáveis. Os resultados sugerem que a RFS aplicada previamente ao teste de corrida de 10 km melhorou o desempenho, que aconteceu especificamente no grupo dos atletas competidores, no momento final do teste. Esses resultados indicam que a estratégia prévia de ocluir os membros inferiores resulta numa melhor performance, denotada também pela carga interna de esforço maior mesmo sem alterar a percepção, em contexto esportivo, sobretudo nos atletas com performance de competidores regionais.
id UEL_6513ddd63c22bf457e179806efd17a09
oai_identifier_str oai:repositorio.uel.br:123456789/17477
network_acronym_str UEL
network_name_str Repositório Institucional da UEL
repository_id_str
spelling Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KMEffect of lower limb blood flow restriction on performance and psychophysiological responses in 10 km runOclusão arterialDesempenho esportivoCorridaEnduranceMedicina esportivaAvaliação de desempenhoMembros inferioresFluxo sanguíneoPsicofisiologiaCiências da Saúde - Educação FísicaArterial occlusionSports performanceRunningEnduranceSports medicinePerformance evaluationLower membersBlood flowPsychophysiologyA restrição de fluxo sanguíneo (RFS) no exercício tem sido utilizada sobretudo nas modalidades de força, com objetivo de aumentar a intensidade do exercício. No endurance esta técnica começou a ser investigada recentemente com o propósito de aumentar o aporte de oxigênio nos músculos ativos e consequentemente melhorar o desempenho. A RFS tem sido realizada em diferentes protocolos de aplicação, e nos esportes de endurance previamente ao exercício como estratégia ergogênica. Contudo, existem poucos estudos que, de fato, confirmam sua efetividade, especialmente quando se discute a validade ecológica no contexto esportivo (ex: testes contrarrelógio). Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da RFS realizada nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 km. Para tanto, foi realizado um estudo com delineamento cross over, randomizado e balanceado. A amostra foi composta por 12 corredores amadores voluntários do sexo masculino (idade: 26,4 ± 4,7anos; massa corporal: 70,96 ± 6,12kg; estatura: 1,74 ± 0,03m; tempo de experiência: 4,5 ± 3,4anos; tempo de prova de 10 km: 42,6 ± 7min). Na primeira sessão experimental foi realizada avaliação antropométrica, familiarização na pista de atletismo e ancoragem da escala de percepção subjetiva de esforço PSE (6-20) (Borg, 1982). Na segunda e terceira sessões foram realizados os testes de corrida contrarrelógio de 10 km. Previamente aos testes de corrida foi aplicada a RFS ou Sham. Pré e pós aplicação da RFS ou Sham foi aferida a pressão arterial. Antes, durante e após a RFS e Sham foi mensurada a oxigenação muscular e a frequência cardíaca (FC). Durante os testes de corrida, além da PSE reportada pelos participantes a cada volta (400m), foi obtida a FC e o tempo por volta. Comparado com Sham, a RFS melhorou o desempenho da corrida na distância de 10 km em pista para o grupo todo (n =12; RFS: 2674 ± 405s vs Sham: 2701± 400s; t = -2,589; P = 0,02), e para o grupo “competidores” (n = 6; RFS: 2334 ± 194s vs Sham: 2366 ± 194s; t = -2,576; P = 0,05). A mínima mudança detectável (MMD) foi de 19,96s, com 8 (oito) participantes com melhora no desempenho de corrida abaixo da MMD, 2 (dois) sem efeito algum e 2 (dois) com efeito negativo, acima da MMD. O tempo analisado a cada km foi menor na condição RFS no grupo todo e nos “competidores” (F = 7,383; P = 0,02; ?p² = 0,402 e F = 6,971; P = 0,046; ?p² = 0,582, respectivamente). O último quilômetro apresentou um tempo (s) significantemente menor quando comparado ao penúltimo para as duas condições experimentais, e em todos os grupos. O delta do tempo entre os dois últimos kms apontou que, a RFS proporcionou uma queda significantemente maior no tempo médio do que o Sham, para o grupo total (P < 0,001). Foi analisado qual ponto no teste, onde de fato, ocorreu a diferença entre as condições através de parciais meio e quartis. As parciais meio não tiveram diferença, as parciais quartis apontaram que a RFS foi menor no terceiro quartil (do 5º ao 7,5º km; RFS: 684 ± 107s vs 694 ± 109s; P = 0,04). A velocidade, analisada a cada km, foi significantemente maior na condição RFS para o grupo todo (F = 7,211; P = 0,02; ?p² = 0,396). A PSE, FC e amplitude da FC apresentaram efeito do tempo (P < 0,001). A FC apresentou maiores valores na condição RFS (F = 8,097; P = 0,02) do segundo ao décimo quilômetro. Ainda, na FC normalizada pelos valores prévios ao início da corrida, foi encontrado efeito do tempo e diferença entre as condições (RFS vs Sham; F = 7,136; P = 0,02). A PSE aumentou significantemente na última volta nas duas condições (RFS e Sham) para o grupo total e competidores, nos recreacionais ocorreu somente para a condição Sham. As resposta da pressão sistólica teve redução após o procedimento de oclusão arterial (PAS-RFS: pré: 142 ± 12mmHg vs pós: 136 ± 9mmHg; P = 0,009). Os dados de oxigenação (O2Hb) e desoxigenação (HHb) muscular comprovou que a condição RFS (220mmHg), de fato, restringiu o fluxo sanguíneo para os membros inferiores, enquanto na condição Sham (20mmHg) isso não ocorreu (RFS vs Sham: P < 0,001), valor respectivo as duas variáveis. Os resultados sugerem que a RFS aplicada previamente ao teste de corrida de 10 km melhorou o desempenho, que aconteceu especificamente no grupo dos atletas competidores, no momento final do teste. Esses resultados indicam que a estratégia prévia de ocluir os membros inferiores resulta numa melhor performance, denotada também pela carga interna de esforço maior mesmo sem alterar a percepção, em contexto esportivo, sobretudo nos atletas com performance de competidores regionais.Blood flow restriction (BFR) applied during exercise has been used mainly in strength modalities, with the aim of increasing exercise intensity. In endurance exercise this technique began to be investigated recently with the purpose of increasing the oxygen supply in the active muscles and consequently improving performance. BFR has been applied in different protocols. In endurance sports, it has been performed prior to exercise. More recently, this type of strategy has been characterized as an ergogenic resource. However, there are few studies that actually confirm its effectiveness, especially when it comes to ecological validity in the sporting context (eg, time trial tests). Thus, the aim of the present study was to investigate the effect of BFR performed on the lower limbs on performance and psychophysiological responses in a 10 km race. Therefore, a cross-over, randomized and balanced study was carried out. The sample consisted of 12 male volunteer amateur runners (age: 26.4 ± 4.7 years; body mass: 70.96 ± 6.12 kg; height: 1.74 ± 0.03 m; experience time: 4. 5 ± 3.4 years; 10 km race time: 42.6 ± 7 minutes). In the first experimental session, anthropometric assessment, familiarization on the athletics track and anchoring of the subjective perception of exertion RPE scale (6-20) (Borg, 1982) were performed. In the second and third sessions, the 10 km time trial tests were performed. Prior to the running tests, BFR or Sham was applied. Pre and post application of BFR or Sham, blood pressure was measured. Before, during and after BFR and Sham, muscle oxygenation and heart rate (HR) were measured. During the running tests, the HR, time per lap were captured and the participants reported the RPE at each lap (400m). Compared with Sham, BFR improved running performance over the 10 km track distance for the whole group (n = 12; BFR: 2674 ± 405s vs Sham: 2701± 400s; t = -2.589; P = 0.02), and for the “competitors” group (n = 6; BFR: 2334 ± 194s vs Sham: 2366 ± 194s; t = -2.576; P = 0.05). The minimal detectable change (MDC) was 19.96s, 8 participants had a better performance, they were below the MDC, two had no effect and two had a negative effect, they were above the MDC. The time analyzed at each km was lower in the BFR condition in the whole group and in the “competitors” (F = 7.383; P = 0.02; ?p² = 0.402; F = 6.971; P = 0.046; ?p² = 0.582, respectively). The last kilometer presented a significantly shorter time (s) when compared to the penultimate one for both experimental conditions, and in all groups. The delta between the last two kms showed that BFR provided a significantly greater drop in mean time than Sham for the total group (P < 0.001). It was analyzed which point in the test, where in fact, the difference between the conditions occurred through partial means and quartiles. The half partials did not differ, the partial quartiles indicated that the BFR was lower in the third quartile (from the 5th to the 7.5th km; BFR: 684 ± 107s vs 694 ± 109s; P = 0.04). The speed analyzed at each km was higher in the BFR condition, for the whole group (F = 7.211; P = 0.02; ?p² = 0.396). RPE, HR, and HR amplitude showed an effect of time (P < 0.001). HR showed higher values in the BFR condition (F = 8.097; P = 0.02) from the second to the tenth kilometer. Also, in the HR normalized by values prior to the start of the race, an effect of time and difference between conditions (BFR vs Sham) was found (F = 7.136; P = 0.02). The RPE increased significantly in the last lap in both conditions (BFR and Sham) for the whole group and “competitors”, in recreational it occurred only for the Sham condition. The systolic pressure response was reduced after the arterial occlusion procedure (PAS-BFR: pre: 142 ± 12mmHg vs post: 136 ± 9mmHg; P = 0.009). The muscle oxygenation (O2Hb) and deoxygenation (HHb) data proved that the BFR condition (220mmHg) indeed restricted blood flow to the lower limbs, while in the Sham condition (20mmHg) this did not occur (BFR vs Sham: P < 0.001), respective value of the two variables. The results suggest that the BFR previously applied to the 10 km running test improved performance, and the improvement happened specifically in the group of competing athletes at the end of the test. These results indicate that the previous strategy of occluding the lower limbs results in better performance, also denoted by the greater internal effort load even without changing the perception, in a sporting context, especially in athletes with performance of regional competitors.Altimari, Leandro RicardoAlmeida Junior, Ademar Avelar deCasonatto, JulianoPolito, Marcos DoederleinOsiecki, RaulGabardo, Juliano Moro2024-09-09T20:08:55Z2024-09-09T20:08:55Z2023-03-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/17477porCEFE - Departamento de Educação FísicaPrograma de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UELUniversidade Estadual de Londrina - UELLondrina70 p.reponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-09-09T20:08:59Zoai:repositorio.uel.br:123456789/17477Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-09-09T20:08:59Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
dc.title.none.fl_str_mv Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
Effect of lower limb blood flow restriction on performance and psychophysiological responses in 10 km run
title Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
spellingShingle Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
Gabardo, Juliano Moro
Oclusão arterial
Desempenho esportivo
Corrida
Endurance
Medicina esportiva
Avaliação de desempenho
Membros inferiores
Fluxo sanguíneo
Psicofisiologia
Ciências da Saúde - Educação Física
Arterial occlusion
Sports performance
Running
Endurance
Sports medicine
Performance evaluation
Lower members
Blood flow
Psychophysiology
title_short Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
title_full Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
title_fullStr Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
title_full_unstemmed Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
title_sort Efeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KM
author Gabardo, Juliano Moro
author_facet Gabardo, Juliano Moro
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Altimari, Leandro Ricardo
Almeida Junior, Ademar Avelar de
Casonatto, Juliano
Polito, Marcos Doederlein
Osiecki, Raul
dc.contributor.author.fl_str_mv Gabardo, Juliano Moro
dc.subject.por.fl_str_mv Oclusão arterial
Desempenho esportivo
Corrida
Endurance
Medicina esportiva
Avaliação de desempenho
Membros inferiores
Fluxo sanguíneo
Psicofisiologia
Ciências da Saúde - Educação Física
Arterial occlusion
Sports performance
Running
Endurance
Sports medicine
Performance evaluation
Lower members
Blood flow
Psychophysiology
topic Oclusão arterial
Desempenho esportivo
Corrida
Endurance
Medicina esportiva
Avaliação de desempenho
Membros inferiores
Fluxo sanguíneo
Psicofisiologia
Ciências da Saúde - Educação Física
Arterial occlusion
Sports performance
Running
Endurance
Sports medicine
Performance evaluation
Lower members
Blood flow
Psychophysiology
description A restrição de fluxo sanguíneo (RFS) no exercício tem sido utilizada sobretudo nas modalidades de força, com objetivo de aumentar a intensidade do exercício. No endurance esta técnica começou a ser investigada recentemente com o propósito de aumentar o aporte de oxigênio nos músculos ativos e consequentemente melhorar o desempenho. A RFS tem sido realizada em diferentes protocolos de aplicação, e nos esportes de endurance previamente ao exercício como estratégia ergogênica. Contudo, existem poucos estudos que, de fato, confirmam sua efetividade, especialmente quando se discute a validade ecológica no contexto esportivo (ex: testes contrarrelógio). Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da RFS realizada nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 km. Para tanto, foi realizado um estudo com delineamento cross over, randomizado e balanceado. A amostra foi composta por 12 corredores amadores voluntários do sexo masculino (idade: 26,4 ± 4,7anos; massa corporal: 70,96 ± 6,12kg; estatura: 1,74 ± 0,03m; tempo de experiência: 4,5 ± 3,4anos; tempo de prova de 10 km: 42,6 ± 7min). Na primeira sessão experimental foi realizada avaliação antropométrica, familiarização na pista de atletismo e ancoragem da escala de percepção subjetiva de esforço PSE (6-20) (Borg, 1982). Na segunda e terceira sessões foram realizados os testes de corrida contrarrelógio de 10 km. Previamente aos testes de corrida foi aplicada a RFS ou Sham. Pré e pós aplicação da RFS ou Sham foi aferida a pressão arterial. Antes, durante e após a RFS e Sham foi mensurada a oxigenação muscular e a frequência cardíaca (FC). Durante os testes de corrida, além da PSE reportada pelos participantes a cada volta (400m), foi obtida a FC e o tempo por volta. Comparado com Sham, a RFS melhorou o desempenho da corrida na distância de 10 km em pista para o grupo todo (n =12; RFS: 2674 ± 405s vs Sham: 2701± 400s; t = -2,589; P = 0,02), e para o grupo “competidores” (n = 6; RFS: 2334 ± 194s vs Sham: 2366 ± 194s; t = -2,576; P = 0,05). A mínima mudança detectável (MMD) foi de 19,96s, com 8 (oito) participantes com melhora no desempenho de corrida abaixo da MMD, 2 (dois) sem efeito algum e 2 (dois) com efeito negativo, acima da MMD. O tempo analisado a cada km foi menor na condição RFS no grupo todo e nos “competidores” (F = 7,383; P = 0,02; ?p² = 0,402 e F = 6,971; P = 0,046; ?p² = 0,582, respectivamente). O último quilômetro apresentou um tempo (s) significantemente menor quando comparado ao penúltimo para as duas condições experimentais, e em todos os grupos. O delta do tempo entre os dois últimos kms apontou que, a RFS proporcionou uma queda significantemente maior no tempo médio do que o Sham, para o grupo total (P < 0,001). Foi analisado qual ponto no teste, onde de fato, ocorreu a diferença entre as condições através de parciais meio e quartis. As parciais meio não tiveram diferença, as parciais quartis apontaram que a RFS foi menor no terceiro quartil (do 5º ao 7,5º km; RFS: 684 ± 107s vs 694 ± 109s; P = 0,04). A velocidade, analisada a cada km, foi significantemente maior na condição RFS para o grupo todo (F = 7,211; P = 0,02; ?p² = 0,396). A PSE, FC e amplitude da FC apresentaram efeito do tempo (P < 0,001). A FC apresentou maiores valores na condição RFS (F = 8,097; P = 0,02) do segundo ao décimo quilômetro. Ainda, na FC normalizada pelos valores prévios ao início da corrida, foi encontrado efeito do tempo e diferença entre as condições (RFS vs Sham; F = 7,136; P = 0,02). A PSE aumentou significantemente na última volta nas duas condições (RFS e Sham) para o grupo total e competidores, nos recreacionais ocorreu somente para a condição Sham. As resposta da pressão sistólica teve redução após o procedimento de oclusão arterial (PAS-RFS: pré: 142 ± 12mmHg vs pós: 136 ± 9mmHg; P = 0,009). Os dados de oxigenação (O2Hb) e desoxigenação (HHb) muscular comprovou que a condição RFS (220mmHg), de fato, restringiu o fluxo sanguíneo para os membros inferiores, enquanto na condição Sham (20mmHg) isso não ocorreu (RFS vs Sham: P < 0,001), valor respectivo as duas variáveis. Os resultados sugerem que a RFS aplicada previamente ao teste de corrida de 10 km melhorou o desempenho, que aconteceu especificamente no grupo dos atletas competidores, no momento final do teste. Esses resultados indicam que a estratégia prévia de ocluir os membros inferiores resulta numa melhor performance, denotada também pela carga interna de esforço maior mesmo sem alterar a percepção, em contexto esportivo, sobretudo nos atletas com performance de competidores regionais.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-03-14
2024-09-09T20:08:55Z
2024-09-09T20:08:55Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17477
url https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17477
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv CEFE - Departamento de Educação Física
Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL
Universidade Estadual de Londrina - UEL
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv Londrina
70 p.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UEL
instname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron:UEL
instname_str Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron_str UEL
institution UEL
reponame_str Repositório Institucional da UEL
collection Repositório Institucional da UEL
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)
repository.mail.fl_str_mv bcuel@uel.br||
_version_ 1813264079586852864