Efetividade do tratamento antirretroviral de pessoas vivendo com HIV/AIDS nas macrorregiões Norte e Leste do estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vogler, Ingridt Hildegard
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/10396
Resumo: Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde do Brasil estima que, aproximadamente, ,39% da população brasileira encontra-se infectada pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) O tratamento com medicamentos antirretrovirais é gratuito, garantido por lei e viabilizado pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais Este órgão desenvolveu uma logística nacional para a distribuição de medicamentos antirretrovirais e para o monitoramento laboratorial do tratamento de pacientes diagnosticados com o HIV-1 A cascata de cuidados é a ferramenta de avaliação das etapas de cuidado em HIV, sobretudo no que se refere ao diagnóstico da infecção, ao uso de terapia antirretroviral (TARV) e à supressão viral, que constituem o foco da Meta 9-9-9 proposta pela UNAIDS para o combate da epidemia Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade do tratamento antirretroviral em indivíduos vivendo com HIV/Aids nas macrorregiões Norte e Leste do Estado do Paraná Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados sociodemográficos e dos resultados da contagem de linfócitos T CD4+ e carga viral do HIV-1 dos pacientes atendidos no período de 212 a 215 O levantamento dos dados foi realizado pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) que disponibiliza informações dos pacientes como sexo, idade, local de residência, grau de escolaridade e o histórico de exames laboratoriais para monitoramento da terapia antirretroviral A efetividade da TARV foi avaliada em três abordagens diferentes: a cascata de cuidados, a frequência de resposta imunológica e/ou virológica nos municípios de pequeno, médio e grande porte e a estabilização da resposta imunológica em indivíduos com supressão virológica Resultados: Foram incluídos um total de 416, 4651, 4876 e 53 pacientes vinculados no cuidado continuo do HIV-1 nos anos de 212 a 215, respectivamente, considerando flutuações anuais devido a entrada de novos casos pelo diagnóstico ou migração e a saída por óbito ou migração de pacientes para outras localidades A frequência de indivíduos retidos em cuidado mostrou uma tendência de estabilização na faixa de 81,7% a 86,9% no período Entre os indivíduos vinculados no cuidado, verificou-se um aumento progressivo no número de pacientes que faziam uso de TARV de 69,9% (212) para 78,4% (215), e na taxa de supressão viral de 5,2% (212) para 57,1% (215) Considerando apenas os indivíduos em uso de TARV, a frequência de supressão viral manteve-se estável na faixa de 66,4% a 72,8% Mulheres, individuos mais velhos e aqueles diagnosticados há mais tempo apresentaram melhores taxas de retenção no cuidado, uso de TARV e supressão viral Em pacientes em uso de TARV, a frequência das respostas imunológica, virológica e completa foi de 72,7%, 68,2% e 57,1%, respectivamente Estas mesmas frequências apresentaram níveis mais baixos entre os indivíduos vivendo em municípios de pequeno porte e foram de 69,8%, 64,6% e 53,%, respectivamente Nas cidades de pequeno porte, os pacientes apresentaram maior chance de ser do sexo feminino, de ter baixa escolaridade e de ter sido diagnosticado há seis anos ou mais, quando comparado aos municípios de grande porte Em indivíduos em uso de TARV que realizaram exames de monitoramento nos quatro anos de estudo e que foram classificados como apresentando resposta virológica sustentada, não sustentada e não-resposta, a frequência de resposta imunológica persistentemente acima de 35 células/µL foi de 94,1%, 81,8% e 71,9%, respectivamente A chance de um indivíduo que apresentou resposta virológica sustentada e contagem inicial de linfócitos T CD4+ acima de 35 células/µL manter este limiar nos próximos três anos foi 39 vezes maior quando comparado a indivíduos com contagem inicial inferior a 35 células/µL Indivíduos do sexo feminino e indivíduos adultos jovens com idade entre 15-29 anos apresentaram maior chance de pertencer aos grupos de respondedores virológicos não-sustentados e não-respondedores, quando comparado ao grupo de respondedores virológicos sustentados Conclusão: O presente estudo demonstrou um panorama do monitoramento do tratamento de pacientes com HIV-1 em parte da rede pública do Estado do Paraná no período de 212 a 215, com boas taxas de retenção em cuidados, uso de TARV e supressão viral A frequência das respostas imunológica, virológica e completa apresentou-se em níveis significativamente mais baixos entre indivíduos vivendo em municípios de pequeno porte Os resultados mostraram aumento no uso da TARV no período, mas ainda é necessário melhorar as taxas de supressão virológica Ficou comprovado que a contagem de linfócitos T CD4+ pode ser descontinuada para indivíduos com resposta imunológica superior a 35 células/µL e carga viral indetectável O reconhecimento das nossas diferenças sociodemográficas deve suscitar ferramentas para a implementação de ações que permitam corrigir os rumos em busca das metas 9-9-9 em nossa população
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da infecção, ao uso de terapia antirretroviral (TARV) e à supressão viral, que constituem o foco da Meta 9-9-9 proposta pela UNAIDS para o combate da epidemia Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade do tratamento antirretroviral em indivíduos vivendo com HIV/Aids nas macrorregiões Norte e Leste do Estado do Paraná Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados sociodemográficos e dos resultados da contagem de linfócitos T CD4+ e carga viral do HIV-1 dos pacientes atendidos no período de 212 a 215 O levantamento dos dados foi realizado pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) que disponibiliza informações dos pacientes como sexo, idade, local de residência, grau de escolaridade e o histórico de exames laboratoriais para monitoramento da terapia antirretroviral A efetividade da TARV foi avaliada em três abordagens diferentes: a cascata de cuidados, a frequência de resposta imunológica e/ou virológica nos municípios de pequeno, médio e grande porte e a estabilização da resposta imunológica em indivíduos com supressão virológica Resultados: Foram incluídos um total de 416, 4651, 4876 e 53 pacientes vinculados no cuidado continuo do HIV-1 nos anos de 212 a 215, respectivamente, considerando flutuações anuais devido a entrada de novos casos pelo diagnóstico ou migração e a saída por óbito ou migração de pacientes para outras localidades A frequência de indivíduos retidos em cuidado mostrou uma tendência de estabilização na faixa de 81,7% a 86,9% no período Entre os indivíduos vinculados no cuidado, verificou-se um aumento progressivo no número de pacientes que faziam uso de TARV de 69,9% (212) para 78,4% (215), e na taxa de supressão viral de 5,2% (212) para 57,1% (215) Considerando apenas os indivíduos em uso de TARV, a frequência de supressão viral manteve-se estável na faixa de 66,4% a 72,8% Mulheres, individuos mais velhos e aqueles diagnosticados há mais tempo apresentaram melhores taxas de retenção no cuidado, uso de TARV e supressão viral Em pacientes em uso de TARV, a frequência das respostas imunológica, virológica e completa foi de 72,7%, 68,2% e 57,1%, respectivamente Estas mesmas frequências apresentaram níveis mais baixos entre os indivíduos vivendo em municípios de pequeno porte e foram de 69,8%, 64,6% e 53,%, respectivamente Nas cidades de pequeno porte, os pacientes apresentaram maior chance de ser do sexo feminino, de ter baixa escolaridade e de ter sido diagnosticado há seis anos ou mais, quando comparado aos municípios de grande porte Em indivíduos em uso de TARV que realizaram exames de monitoramento nos quatro anos de estudo e que foram classificados como apresentando resposta virológica sustentada, não sustentada e não-resposta, a frequência de resposta imunológica persistentemente acima de 35 células/µL foi de 94,1%, 81,8% e 71,9%, respectivamente A chance de um indivíduo que apresentou resposta virológica sustentada e contagem inicial de 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comprovado que a contagem de linfócitos T CD4+ pode ser descontinuada para indivíduos com resposta imunológica superior a 35 células/µL e carga viral indetectável O reconhecimento das nossas diferenças sociodemográficas deve suscitar ferramentas para a implementação de ações que permitam corrigir os rumos em busca das metas 9-9-9 em nossa populaçãoTese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeAbstract: Introduction: Brazilian Ministry of Health estimates that about 39% of the population is infected with the human immunodeficiency virus type 1 (HIV-1) Treatment with antiretroviral drugs is cost free, guaranteed by law, and available by the Department of STD, Aids and Viral Hepatitis of the Ministry of Health This department has developed a national logistics for distribution of antiretroviral drugs and for laboratory monitoring of patients diagnosed with HIV-1 The cascade of care is a tool for assessing the steps of HIV care, especially diagnosis of infection, use of antiretroviral therapy (cART) and viral suppression, which are the focus of the 9-9-9 target proposed by UNAIDS against the epidemic Objective: This study aimed to evaluate the effectiveness of antiretroviral treatment in people living with HIV/Aids in part of Paraná State Material and methods: This is a cross-sectional study conducted in Northern and Eastern Macroregions of Paraná State All HIV-1 patients that were in laboratory monitoring from 212 to 215 were included in analysis Data collection was performed by the Laboratory Examination Control System (SISCEL), which provides data such as sex, age, place of residence, educational level, and the history of laboratory tests used for the monitoring of therapy The effectiveness of cART was evaluated in three different approaches: the cascade of care, the frequency of immunologic and/or virologic responses in small, medium and large municipalities and the stabilization of the immunologic response in individuals with virologic suppression Results: We included a total of 416, 4651, 4876 and 53 patients linked to care during the calendar years of 212 to 215, respectively, considering annual fluctuations due to the entry of new cases by diagnosis or migration and the exit by death or migration of patients to other locations The frequency of individuals retained in care showed a tendency of stabilization among the range of 817% and 869% in the period Among individuals linked to care during the study period, there was a progressive increase in the frequency of patients on cART from 699% (212) to 784% (215), and in the viral load suppression from 52% (212) to 571% (215) Considering only those on cART, the frequency of viral suppression remained stable in the range of 664% to 728% Women, older individuals and those diagnosed for longer time showed better rates of retention in care, use of cART and viral suppression Among patients on cART, the frequency of immunologic, virologic and complete responses was 727%, 682% and 571%, respectively These same frequencies were lower among individuals living in small municipalities, and were of 698%, 646% and 53%, respectively In small cities, patients were more likely to be female, to have low educational level and to have been diagnosed for six years or more when compared to large municipalities For those patients on cART that have been monitored during all the four years and were classified as having sustained, non-sustained, or missing virologic responses, the frequency of CD4+ count persistently above 35 cells/µL was 941%, 818% and 719%, respectively The chance for an individual having sustained virologic response and initial CD4+ count above 35 cells/µL to maintain this threshold for the next three years was 39 times higher when compared to patients with an initial CD4+ count of less than 35 cells/µL Female and young adults of 15-29 years old were more likely to belong to the non-sustained response and no-response groups when compared to the sustained virologic response group Conclusion: The present study showed an overview of HIV-1 treatment monitoring in part of the public network in Paraná State, Brazil, in the period of 212 to 215, with good rates of retention in care, cART use and viral load suppression The frequencies of immunologic, virologic and complete responses to cART were significantly lower among individuals living in small municipalities The results showed that cART use increased over the time, but virologic suppression rates must be improved It was found that CD4+ count can be discontinued for individuals with immune response greater than 35 cells/µL and undetectable viral load The recognition of our sociodemographic differences must generate tools for implementing actions that allow us to correct the guidelines for 9-9-9 goals in our populationReiche, Edna Maria Vissoci [Orientador]Almeida, Elaine Regina Delicato deDessunti, Elma MathiasCapobiango, Jaqueline DarioLozovoy, Marcell Alysson BatistiVogler, Ingridt Hildegard2024-05-01T12:42:19Z2024-05-01T12:42:19Z2018.0017.04.2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/10396porDoutoradoCiências da SaúdeCentro de Ciências da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:58Zoai:repositorio.uel.br:123456789/10396Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:58Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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vivendo com HIV/Aids nas macrorregiões Norte e Leste do Estado do Paraná Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados sociodemográficos e dos resultados da contagem de linfócitos T CD4+ e carga viral do HIV-1 dos pacientes atendidos no período de 212 a 215 O levantamento dos dados foi realizado pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) que disponibiliza informações dos pacientes como sexo, idade, local de residência, grau de escolaridade e o histórico de exames laboratoriais para monitoramento da terapia antirretroviral A efetividade da TARV foi avaliada em três abordagens diferentes: a cascata de cuidados, a frequência de resposta imunológica e/ou virológica nos municípios de pequeno, médio e grande porte e a estabilização da resposta imunológica em indivíduos com supressão virológica Resultados: Foram incluídos um total de 416, 4651, 4876 e 53 pacientes vinculados no cuidado continuo do HIV-1 nos anos de 212 a 215, respectivamente, considerando flutuações anuais devido a entrada de novos casos pelo diagnóstico ou migração e a saída por óbito ou migração de pacientes para outras localidades A frequência de indivíduos retidos em cuidado mostrou uma tendência de estabilização na faixa de 81,7% a 86,9% no período Entre os indivíduos vinculados no cuidado, verificou-se um aumento progressivo no número de pacientes que faziam uso de TARV de 69,9% (212) para 78,4% (215), e na taxa de supressão viral de 5,2% (212) para 57,1% (215) Considerando apenas os indivíduos em uso de TARV, a frequência de supressão viral manteve-se estável na faixa de 66,4% a 72,8% Mulheres, individuos mais velhos e aqueles diagnosticados há mais tempo apresentaram melhores taxas de retenção no cuidado, uso de TARV e supressão viral Em pacientes em uso de TARV, a frequência das respostas imunológica, virológica e completa foi de 72,7%, 68,2% e 57,1%, respectivamente Estas mesmas frequências apresentaram níveis mais baixos entre os 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