Microclima e qualidade de café em sistema agroflorestal com seringueiras

• Autor(a) principal: Juliandra Rodrigues Rosisca
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000235398

As variáveis climáticas são determinantes na produção agrícola e -viabilizam o cultivo do café em grande parte do Brasil. O plantio de espécies arbóreas associadas aos cafeeiros é uma prática bastante promissora, pois as árvores exercem proteção sobre os cafeeiros, reduzindo a radiação solar por meio de suas copas e amenizando as condições térmicas extremas. O sistema arborizado de cafeeiros destaca-se como alternativa de combate ao aquecimento global, com potencial de viabilizar a cafeicultura nas mesmas zonas de cultivo tradicionais, dependendo da intensidade do aquecimento, sem a necessidade de reduzir a área cultivada, além de possibilitar expandir a cafeicultura para áreas marginais. A proteção térmica dos cafeeiros resultante da arborização contribui tanto para proteção contra geadas em regiões mais frias como para atenuar altas temperaturas, previstas em cenários futuros do IPCC. O presente estudo foi conduzido em uma área de cafeeiros em sistema agroflorestal (SAF) com seringueiras plantadas em filas duplas com diferentes espaçamentos e comparadas com cultivo a pleno sol, em Londrina, PR. Os objetivos foram: (1) caracterizar a interferência das seringueiras sobre o microclima por meio da análise da temperatura do ar, das folhas de cafeeiros e do solo e (2) determinar os efeitos das seringueiras sobre a bioquímica de diterpenos, açúcares totais e redutores, proteína, lipídeos totais, trigonelina, cafeína, ácidos clorogênicos e ácidos carboxílicos nos frutos de cafeeiros cultivados sob seringueiras, e descrever a bebida do café empregando análise sensorial de Perfil Livre. A análise do microclima mostrou que os SAFs alteram o microclima, condicionando ambiente mais ameno aos cafeeiros. A temperatura das folhas e do solo foram melhores indicativos das alterações de microclima em comparação com a temperatura do ar medida a 2 m de altura, devido ao tamanho limitado das parcelas. Verificou-se que os cafés sombreados apresentaram uma composição indicativa de grãos imaturos, mesmo mostrando maturação visual, evidenciando a necessidade de estabelecer um ponto ideal de colheita de acordo com o nível de sombreamento. Que as safras são influenciadas pelas condições macroclimáticas e, por sua vez, o uso dos SAFs interferem no microclima de cada safra. Efeitos dos SAFs sobre as características bioquímicas e a bebida do café, comparando-se pleno sol, sombreado e filas duplas de 16 m e 22 m. As condições climáticas afetaram o café e a qualidade da bebida, destacando-se o ano de 2016 e o espaçamento das filas duplas de 16 m como o mais adequado.