Produção de alimentos para autoconsumo e geração de renda em um assentamento rural de organização coletiva : a experiência da COPAVI- Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Furlaneto,Thiago Luiz Ragugnetti
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12503
Resumo: Resumo: O autoconsumo de alimentos desempenha papel estratégico na reprodução social dos agricultores de base familiar, sendo considerado por muitos estudiosos do tema, fonte de segurança alimentar, ao permitir que as famílias mantenham sob “maior controle” ou “conduzam com maior autonomia”, suas alimentações Entretanto, mesmo diante disto, a prática do autoconsumo vem perdendo espaço no campo, sendo inúmeros os fatores responsáveis por este fenômeno; certo é, que, a mercantilização da agricultura e do mundo rural está no cerne da questão Neste contexto da inserção dos agricultores familiares aos mercados e da penetração das relações capitalistas no campo, as unidades familiares passam a priorizar os “cultivos comerciais” em detrimento da produção de autoconsumo; sendo que, os recursos produtivos passam a ser reorganizados em função dos cultivos comerciais O presente estudo teve a oportunidade de se deparar com uma situação que, em parte, valida o exposto No assentamento Santa Maria, de organização coletiva, está sediada a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (COPAVI), considerada modelo de reforma agrária pelo MST e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária No início de sua atividade, em 1993, à produção de gêneros alimentícios para o autoconsumo dos sócios norteava as atividades da cooperativa O acesso às primeiras linhas de crédito oficial permitiu que fossem realizados investimentos na estrutura produtiva da cooperativa, para que os cooperados pudessem agroindustrializar a cana e o leite As atividades da produção de alimentos para o autoconsumo passaram a ficar em segundo plano, resultando em queda no desempenho produtivo, tanto no que se refere a quantidade quanto diversidade; gerando preocupação em parte dos assentados Considerando a relevância do tema e as preocupações dos assentados, foram elaborados dois estudos sobre autoconsumo O primeiro deles traz uma pesquisa referente à percepção de assentados da COPAVI em relação à produção de alimentos para o autoconsumo, no sentido de abordar os “papéis” ou relevâncias desta Para tanto, o estudo foi conduzido com a realização de entrevistas que se apoiaram em um roteiro de perguntas (questionário semi-estruturado) Os resultados indicam que, na visão dos considerados, os dois principais motivos para produzir os alimentos a serem consumidos são a possibilidade do cultivo o sem o uso de agrotóxicos (ou de ser agroecológico) e da redução dos gastos monetários com a alimentação Já o segundo artigo apresenta um levantamento da situação atual da produção alimentos para autoconsumo na COPAVI Esta pesquisa foi norteada por levantamentos de campo e de bibliografia, além de entrevistas com assentados de diferentes postos de trabalho da cooperativa Os resultados apontaram, entre outras coisas: que a produção de hortaliças no assentamento encontra-se em seu momento mais crítico desde a fase de acampamento; que o pomar de cítricos encontra-se praticamente abandonado; que o não cultivo de feijão é motivo de preocupação; e principalmente, que o maior dispêndio monetário com a compra de alimentos se refere à carne de frango (fato que leva os cooperados a estudarem a implantação de um novo galinheiro nas instalações da cooperativa)
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sendo que, os recursos produtivos passam a ser reorganizados em função dos cultivos comerciais O presente estudo teve a oportunidade de se deparar com uma situação que, em parte, valida o exposto No assentamento Santa Maria, de organização coletiva, está sediada a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (COPAVI), considerada modelo de reforma agrária pelo MST e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária No início de sua atividade, em 1993, à produção de gêneros alimentícios para o autoconsumo dos sócios norteava as atividades da cooperativa O acesso às primeiras linhas de crédito oficial permitiu que fossem realizados investimentos na estrutura produtiva da cooperativa, para que os cooperados pudessem agroindustrializar a cana e o leite As atividades da produção de alimentos para o autoconsumo passaram a ficar em segundo plano, resultando em queda no desempenho produtivo, tanto no que se refere a quantidade quanto diversidade; gerando preocupação em parte dos assentados Considerando a relevância do tema e as preocupações dos assentados, foram elaborados dois estudos sobre autoconsumo O primeiro deles traz uma pesquisa referente à percepção de assentados da COPAVI em relação à produção de alimentos para o autoconsumo, no sentido de abordar os “papéis” ou relevâncias desta Para tanto, o estudo foi conduzido com a realização de entrevistas que se apoiaram em um roteiro de perguntas (questionário semi-estruturado) Os resultados indicam que, na visão dos considerados, os dois principais motivos para produzir os alimentos a serem consumidos são a possibilidade do cultivo o sem o uso de agrotóxicos (ou de ser agroecológico) e da redução dos gastos monetários com a alimentação Já o segundo artigo apresenta um levantamento da situação atual da produção alimentos para autoconsumo na COPAVI Esta pesquisa foi norteada por levantamentos de campo e de bibliografia, além de entrevistas com assentados de diferentes postos de trabalho da cooperativa Os resultados apontaram, entre outras coisas: que a produção de hortaliças no assentamento encontra-se em seu momento mais crítico desde a fase de acampamento; que o pomar de cítricos encontra-se praticamente abandonado; que o não cultivo de feijão é motivo de preocupação; e principalmente, que o maior dispêndio monetário com a compra de alimentos se refere à carne de frango (fato que leva os cooperados a estudarem a implantação de um novo galinheiro nas instalações da cooperativa)Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em AgronomiaAbstract: Food production for home consumption plays a strategic role in the social reproduction of families based on farming, as it enables them to maintain greater control of one of the most important dimensions for their existence: eating However, nevertheless its important role, the practice of self-consumption has been losing ground in the countryside There are many factors responsible for this phenomenon, but, at the heart of the matter is the commercialization of agriculture and of the rural world In this context the inclusion of family farmers to markets and the penetration of capitalist relations in the countryside, the family units start to prioritize the "cash crops" in detriment of production for own consumption So, the productive resources are reorganized according to the cash crop The present study had the opportunity to see a situation which partly validates this Santa Maria is a settlement of collective organization and the headquarter of the Victoria Agricultural Production Cooperative Ltda (COPAVI), and considered a model of agrarian reform by the MST and the National Institute of Colonization and Agrarian Reform At the beginning of its activity in 1993, the food production for consumption guided the activities of members of the cooperative The access to official credit allowed the investment in the productive structure of the cooperative The activities of food production for consumption began to be left in the background, resulting in a drop in performance, both in quantity and diversity, generating concern in some of the settlers Considering the importance of the issue and the concerns of the settlers, there were prepared two studies on self-consumption The first one is a survey on the perception of the settlers of COPAVI in relation to the food production for consumption, in order to show the "roles" or relevance of it Thus, the study was conducted with interviews that relied on a list of questions (semi-structured questionnaire) The results indicate that, according to them, the two main reasons to produce food for self-consumption are the possibility of farming without the use of pesticides (or being agro ecological) and the reduction of money spent on food The second article presents a survey of the current situation of food production for self consumption in COPAVI This research was guided by field surveys and literature, plus interviews with settlers from different jobs in the cooperative The results showed, among other things, that the production of vegetables in the settlement is at its most critical phase (mainly due to lack of planning), the citrus orchard is almost abandoned (and for this reason the cooperative plans to implement a new system), the non-production of beans is a concern (unlike the feeling of indifference by the lack of rice production) and, especially, the biggest amount of money is spent with the purchase of chicken (a fact that leads the cooperative to examine the implementation of a new chicken house on the premises of the cooperative)Medina, Cristiane de Conti [Orientador]Norder, Luiz Antônio CabelloLima, Rodne de OLiveiraSoares Júnior, Dimas [Coorientador]Furlaneto,Thiago Luiz Ragugnetti2024-05-01T13:55:59Z2024-05-01T13:55:59Z2010.0001.07.2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/12503porMestradoAgronomiaCentro de Ciências AgráriasPrograma de Pós-graduação em AgronomiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:49Zoai:repositorio.uel.br:123456789/12503Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:49Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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