O ateísmo nas relações sociais e de trabalho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Diogo Barros Azevedo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000237648
Resumo: O Brasil é um país marcado pela religiosidade da sua população. Os valores religiosos estão presentes na maioria das instituições sociais como, por exemplo, nas famílias, escolas, hospitais, governos e prisões. No campo laboral não seria diferente. Assumir uma posição distinta e se declarar ateu na sociedade brasileira ainda é uma prática rara, marcada por preconceitos e enfrentamentos de diferentes tipos. Apesar disso, esse tema ainda é pouco estudado na área de Administração que lida diariamente com um vasto contingente de trabalhadores. Tomando esse cenário em consideração, o presente estudo teve por objetivo compreender como o preconceito contra ateus se materializa nas relações sociais e de trabalho. Para isso, optou-se por fazer um diálogo interdisciplinar mobilizando estudos teóricos advindos da Sociologia, Filosofia, Psicologia e Administração. A parte teórica da pesquisa abordou quatro temas: a cultura e a civilização como pilares da vida em sociedade; a religião como uma construção cultural que produz efeitos nas relações sociais; e os efeitos da laicidade no cotidiano relacional, bem como a religiosidade e o ateísmo no contexto laboral. Na parte empírica, optou-se pela metodologia qualitativa de tipo exploratório, que contou com a participação de cinco entrevistados que se declararam ateus e se dispuseram a relatar suas experiências de enfrentamentos religiosos em contexto social e laboral. A estratégia metodológica da história oral foi adotada para elucidar como os participantes expõem sua condição de não religiosidade bem como as adversidades geradas por essa exposição no cotidiano. Como resultado, pode-se dizer que os participantes evidenciaram situações de constrangimento e demonstraram que os ateus optam com frequência por se manter em silêncio, ocultando sua posição religiosa, para evitar adversidades nos contextos social e laboral. Ao final da pesquisa, pode-se dizer que a experiência de ateísmo no cotidiano relacional e laboral difere negativamente das experiências laborais daqueles que se declaram religiosos, em especial os cristãos, sob os quais não pesa de forma equivalente os efeitos excludentes e as punições da cultura brasileira.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisO ateísmo nas relações sociais e de trabalhoAtheism in social and labor relations2022-08-15Sonia Regina Vargas Mansano . Luís Miguel Luzio-dos-Santos Carlos Eduardo Valente DulloDiogo Barros AzevedoUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Estudos Sociais Aplicados. Programa de Pós-Graduação em Administração.URLBRO Brasil é um país marcado pela religiosidade da sua população. Os valores religiosos estão presentes na maioria das instituições sociais como, por exemplo, nas famílias, escolas, hospitais, governos e prisões. No campo laboral não seria diferente. Assumir uma posição distinta e se declarar ateu na sociedade brasileira ainda é uma prática rara, marcada por preconceitos e enfrentamentos de diferentes tipos. Apesar disso, esse tema ainda é pouco estudado na área de Administração que lida diariamente com um vasto contingente de trabalhadores. Tomando esse cenário em consideração, o presente estudo teve por objetivo compreender como o preconceito contra ateus se materializa nas relações sociais e de trabalho. Para isso, optou-se por fazer um diálogo interdisciplinar mobilizando estudos teóricos advindos da Sociologia, Filosofia, Psicologia e Administração. A parte teórica da pesquisa abordou quatro temas: a cultura e a civilização como pilares da vida em sociedade; a religião como uma construção cultural que produz efeitos nas relações sociais; e os efeitos da laicidade no cotidiano relacional, bem como a religiosidade e o ateísmo no contexto laboral. Na parte empírica, optou-se pela metodologia qualitativa de tipo exploratório, que contou com a participação de cinco entrevistados que se declararam ateus e se dispuseram a relatar suas experiências de enfrentamentos religiosos em contexto social e laboral. A estratégia metodológica da história oral foi adotada para elucidar como os participantes expõem sua condição de não religiosidade bem como as adversidades geradas por essa exposição no cotidiano. Como resultado, pode-se dizer que os participantes evidenciaram situações de constrangimento e demonstraram que os ateus optam com frequência por se manter em silêncio, ocultando sua posição religiosa, para evitar adversidades nos contextos social e laboral. Ao final da pesquisa, pode-se dizer que a experiência de ateísmo no cotidiano relacional e laboral difere negativamente das experiências laborais daqueles que se declaram religiosos, em especial os cristãos, sob os quais não pesa de forma equivalente os efeitos excludentes e as punições da cultura brasileira.Brazil is a country marked by the religiosity of its population. Religious values are present in most social institutions, for example in families, schools, hospitals, governments, and prisons. In the labor field, it would be no different. Taking a different position and declaring oneself an atheist in Brazilian society is still a rare practice, marked by prejudices and confrontations of different types. Despite this, this topic is still little studied in the Administration area, which deals daily with a vast contingent of workers. Taking this scenario into account, the present study aimed to understand how prejudice against atheists materializes in social and work relationships. For this, it was decided to carry out an interdisciplinary dialogue mobilizing theoretical studies from Sociology, Philosophy, Psychology, and Administration. The theoretical part of the research addressed four themes: culture and civilization as pillars of life in society; religion as a cultural construction that produces effects on social relations; and the effects of secularism in relational daily life, as well as religiosity and atheism in the work context. In the empirical part, an exploratory qualitative methodology was chosen, with the participation of five interviewees who declared themselves atheists and were willing to report their experiences of religious confrontations in social and work contexts. The methodological strategy of oral history was adopted to elucidate how the participants expose their condition of non-religiousness as well as the adversities generated by this exposure in everyday life. As a result, it can be said that the participants evidenced situations of embarrassment and demonstrated that atheists often choose to remain silent, hiding their religious position, to avoid adversities in social and work contexts. At the end of the research, it can be said that the experience of atheism in relational and work routines differs negatively from the work experiences of those who declare themselves to be religious, especially Christians, under whom the exclusionary effects and punishments due Brazilian culture do not weight in an equivalent way.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000237648porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:33:25Zoai:uel.br:vtls000237648Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2022-12-09T13:44:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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