Mobilidade de metais em solos com aplicação de dejeto líquido suíno

• Autor(a) principal: Danilo Bernardino Ruiz
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000210752

A inserção de metais na dieta de suínos faz com que o uso do dejeto líquido produzido na lavoura como adubação possa promover contaminação, sendo importante o estudo de seu acúmulo e mobilidade no solo, bem como na cultura em questão. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a mobilidade de metais tóxicos em latossolos e sua concentração em solo e plantas de soja a partir da aplicação de dejeto líquido suíno (DLS) como adubação e estudos de sorção. Foram estabelecidos três experimentos. No primeiro, foi observado o comportamento individual de íons Cu2+, Zn2+, Pb2+ e Ni2+ em um Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf) e em um Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef) por ensaios de sorção em batelada. As isotermas de sorção foram obtidas colocando em contato uma solução do íon metálico (faixa de concentração de 1,0 a 10 meq L–1) com o solo na proporção de 1:10. Após o equilíbrio, as amostras foram filtradas e quantificadas. As amostras de solo pós-sorção de maior concentração foram analisadas por fluorescência de raios X (EDX). No segundo experimento foi avaliada as alterações no processo sortivo no solo a partir da aplicação de DLS considerando a competição entre os íons. No terceiro experimento, a contaminação do solo e das plantas pela aplicação do DLS foi avaliada, aplicando delineamento experimental de blocos casualizados. Os tratamentos consistiram em: T1 – testemunha; TQ – adubação química recomendada de acordo com a cultura a ser implantada; T50, T100, T150 e T200 correspondentes a 50%, 100%, 150% e 200% de N ou P aplicado na forma mineral (TQ). Na sorção individual do Pb2+, o LVef apresentou uma maior capacidade máxima de sorção, b=59,5 meq kg–1, quando comparado ao LVdf, com b=44,5 meq g–1. Com relação à sorção do Cu2+, a capacidade máxima de sorção foi maior para o LVdf (b=77,3 meq kg–1) quando comparado ao LVef (b=60,4 meq kg–1). Nos dados referentes à sorção do Zn2+, o LVdf apresentou o maior valor de capacidade máxima de sorção (b=60,3 meq kg–1) em comparação ao LVef (b=26,1 meq kg–1). Na sorção do Ni2+, os dois Latossolos apresentaram valores semelhantes quanto à capacidade máxima de sorção, com b=32,4 meq kg–1 para o LVef e b=28,6 meq kg–1 para o LVdf. Foi possível observar que houve forte correlação entre os espectros de EDX e os resultados de sorção. A dessorção mostrou valores de histerese negativos para todos os metais, indicando mobilização no solo, sendo a maior observada para o Ni2+. A seqüência dos valores de capacidade máxima de sorção foi Pb2+>Cu2+>Zn2+>Ni2+ observada na sorção competitiva, sendo a mesma para os dois tratamentos; solo controle e solo adicionado com DLS. O solo tratado com DLS apresentou valores de capacidade máxima de sorção mais elevados que o solo sem adição do dejeto, com um aumento de 0,33 vezes para o Pb2+, de 0,45 para o Cu2+, de 2,8 para o Zn2+ e para o Ni2+ de 3,3 vezes. O uso do DLS não promoveu contaminação de Pb2+, Cu2+, Zn2+, Ni2+ para o solo e para as plantas, sendo necessária realização de estudos em longo prazo para impedir que acúmulo desses metais seja observado.