Hannah Arendt e a questão da ideologia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17251 |
Resumo: | O tema da presente pesquisa é a concepção de ideologia apresentada por Hannah Arendt. Questionam-se o que é ideologia para Arendt e como a modernidade contribui para o seu uso como dominação. A pesquisa justifica-se por considerar que a ideologia na concepção de Arendt é um fenômeno da era moderna. A ideologia, como lógica de uma ideia, se configura como força que controla e guia o pensamento das pessoas e suas ações, vindo a substituir o senso comum. O senso comum, o “sexto sentido”, que possibilita o juízo reflexivo, é substituído pela ideologia transformando-se em força material da psicologia das massas. Arendt assevera que os movimentos totalitários modernos fazem uso da ideologia para controlar externa e internamente as pessoas; a linguagem, a história, o racismo e a religião assumem papel preponderante, contribuindo para a dominação da ideologia. Deste modo, a pesquisa tem como objetivo analisar como a ideologia é realizada materialmente na sociedade no que diz respeito à linguagem, a história, ao racismo e a religião. A pesquisa preocupa-se também em debater fenômenos que exemplificam como as ideologias funcionam para a fundamentação e propagação do racismo, como estopins para guerras civis, fundamento para o nacionalismo e para os movimentos étnicos e de classe, bem como para fundar e manter regimes totalitários comuns na Europa do Século XX. A hipótese aponta que a recusa ao pensar livremente é um aspecto importante das ideologias, uma recusa ativa de abertura ao mundo que destrói o poder de julgar e de compreender. Mais importante do que o conteúdo teórico, bem como a doutrina que a ideologia professa, é a cegueira que ela causa, em virtude da recusa ao mundo real e da falta de qualquer espaço para a pluralidade; recusa aos elementos que propiciam o exercício do julgamento e da autonomia de julgamento. A pesquisa é bibliográfica e concentra-se principalmente na obra de Hannah Arendt Origens do totalitarismo. Conclui-se que os regimes totalitários e os Estados Nacionais fizeram uso das ideologias — em seu aspecto político e racial — para alcançar o objetivo de dominação total de maneira a culminar não apenas no isolamento político, que está ligado à vida pública dos cidadãos, mas também na destruição interna da capacidade das pessoas refletirem e estabelecerem juízos acertados. |
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Hannah Arendt e a questão da ideologiaHannah Arendt and the question of ideologyHannah ArendtIdeologiaModernidadeNacionalismoTotalitarismoCiências Humanas - FilosofiaHannah ArendtIdeologyModernityNationalismTotalitarianismO tema da presente pesquisa é a concepção de ideologia apresentada por Hannah Arendt. Questionam-se o que é ideologia para Arendt e como a modernidade contribui para o seu uso como dominação. A pesquisa justifica-se por considerar que a ideologia na concepção de Arendt é um fenômeno da era moderna. A ideologia, como lógica de uma ideia, se configura como força que controla e guia o pensamento das pessoas e suas ações, vindo a substituir o senso comum. O senso comum, o “sexto sentido”, que possibilita o juízo reflexivo, é substituído pela ideologia transformando-se em força material da psicologia das massas. Arendt assevera que os movimentos totalitários modernos fazem uso da ideologia para controlar externa e internamente as pessoas; a linguagem, a história, o racismo e a religião assumem papel preponderante, contribuindo para a dominação da ideologia. Deste modo, a pesquisa tem como objetivo analisar como a ideologia é realizada materialmente na sociedade no que diz respeito à linguagem, a história, ao racismo e a religião. A pesquisa preocupa-se também em debater fenômenos que exemplificam como as ideologias funcionam para a fundamentação e propagação do racismo, como estopins para guerras civis, fundamento para o nacionalismo e para os movimentos étnicos e de classe, bem como para fundar e manter regimes totalitários comuns na Europa do Século XX. A hipótese aponta que a recusa ao pensar livremente é um aspecto importante das ideologias, uma recusa ativa de abertura ao mundo que destrói o poder de julgar e de compreender. Mais importante do que o conteúdo teórico, bem como a doutrina que a ideologia professa, é a cegueira que ela causa, em virtude da recusa ao mundo real e da falta de qualquer espaço para a pluralidade; recusa aos elementos que propiciam o exercício do julgamento e da autonomia de julgamento. A pesquisa é bibliográfica e concentra-se principalmente na obra de Hannah Arendt Origens do totalitarismo. Conclui-se que os regimes totalitários e os Estados Nacionais fizeram uso das ideologias — em seu aspecto político e racial — para alcançar o objetivo de dominação total de maneira a culminar não apenas no isolamento político, que está ligado à vida pública dos cidadãos, mas também na destruição interna da capacidade das pessoas refletirem e estabelecerem juízos acertados.The theme of this research is the conception of ideology presented by Hannah Arendt. They ask themselves what is ideology for Arendt and how does modernity contribute to its use as domination. The research is justified by considering that ideology in Arendt's conception is a phenomenon of the modern era. Ideology, as the logic of an idea, is configured as a force that controls and guides people's thinking and their actions, replacing common sense. Common sense, the "sixth sense", which enables reflexive judgment, is replaced by ideology, becoming a material force of mass psychology. Arendt asserts that modern totalitarian movements make use of ideology to control people externally and internally; language, history, racism and religion play a major role, contributing to the domination of ideology. Thus, the research aims to analyze how ideology is carried out materially in society with regard to language, history, racism and religion. The research is also concerned with debating phenomena that exemplify how ideologies work for the foundation and spread of racism, such as fuses for civil wars, the basis for nationalism and ethnic and class movements, as well as for founding and maintaining totalitarian regimes common in 20th Century Europe. The hypothesis points out that refusal to think freely is an important aspect of ideologies, an active refusal of openness to the world that destroys the power to judge and understand. More important than the theoretical content, as well as the doctrine that ideology professes, is the blindness that it causes, due to the refusal to the real world and the lack of any space for plurality; refusal to the elements that propitiate the exercise of judgment and autonomy of judgment. The research is bibliographical and focuses mainly on the work of Hannah Arendt Origins of totalitarianism. It is concluded that totalitarian regimes and national states used ideologies — in their political and racial aspect — to achieve the goal of total domination in order to culminate not only in political isolation, which is linked to the public life of citizens, but also in the internal destruction of people's ability to reflect and establish correct judgments.Müller, Maria CristinaCorreia, AdrianoNalli, Marcos Alexandre GomesCruz, Robson José Valentino2024-08-21T16:58:50Z2024-08-21T16:58:50Z2023-03-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/17251porCLCH - Departamento de FilosofiaPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUniversidade Estadual de Londrina - UELLondrina165 p.reponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-22T06:00:51Zoai:repositorio.uel.br:123456789/17251Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-08-22T06:00:51Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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