De Agustina a Saramago ou a Arte de Transgredir os Clássicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marinho, Maria de Fátima
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: REVELL : Revista de Estudos Literários da UEMS
Texto Completo: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4056
Resumo: Neste pequeno ensaio, tentei refletir sobre a presença dos clássicos na literatura portuguesa contemporânea, escolhendo dois grandes nomes da nossa modernidade romanesca: Agustina e Saramago. Embora os processos utilizados sejam dissemelhantes, a verdade é que não é muito difícil encontrar a matriz comum e não deixa de ser aliciante detetar a subtileza de inserção ou a clareza da afirmação. Se Saramago é completamente explícito, Agustina, embora o sendo também, encontra modos mais complexos de significar o eterno retorno dos fantasmas, não já individuais como em outros romances e em inúmeras obras de outros autores, mas coletivos, isto é, as constantes relações estabelecidas prendem-se com uma estratégia bem definida de explicação do presente, recorrendo a uma ironia e a uma paródia acutilantes, dissimuladas sob a capa da mais elementar explanação. Atores de um mundo em transformação, as personagens de Ordens Menores são identificadas com as figuras de um outro tempo, máscara e simulacro do atual; em A Caverna não há uma relação tão evidente entre as atitudes, gestos e decisões dos protagonistas, há sim a apresentação de um universo que acentua hiperbolicamente as características de um presente destruidor das capacidades de iniciativa e de afirmação individuais.
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