Como é que posso com este mundo? - A Composição do Absoluto em Guimarães Rosa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Raphael Bessa
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Ribanceira
Texto Completo: https://periodicos.uepa.br/index.php/ribanceira/article/view/252
Resumo: O presente trabalho propõe-se a discutir algumas incidências referentes àtradição Zen do Budismo na obra do autor mineiro João Guimarães Rosa, mais especificamente no caso do romance Grande Sertão: Veredas (1994) e do conto "A terceira margem do rio", presente no livro Primeiras Estórias (1988). Tal preceito religioso e filosófico oriental reconhece uma realidade divina substancial para com a vida. O caminho do meio ou a terceira margem, na tradição oriental, diz respeito ao que está além do meramente dual, do ambivalente, do ambíguo e do maniqueísta. No princípio do "homem muito provisório" sertanejo, Rosa intenta na separação entre bem/mal, certo/errado, vida/morte e sim/não para transcender a sua obra do regional e do físico ao "terreno da eternidade", do metafísico e do universal, onde, no estado Zen de Bardo (entre dois), os seus personagens atingem a iluminação, momento epifânico que ronda os personagens de Riobaldo e do Filho nas obras supracitadas. Assim, os dois textos ora analisados se inserem nos estudos místico-esotéricos encontrados na fortuna crítica do autor, como bem nos mostrou Benedito Nunes n'O Dorso do Tigre (1969); Suzi Frankl Sperber, em Caos e cosmos: leituras de Guimarães Rosa (1976); Consuelo Albergaria no Bruxo da Linguagem no Grande Sertão (1977); Francis Utéza, em JGR: Metafísica do Grande Sertão (1994); e Heloisa Vilhena de Araújo, n'O Roteiro de Deus: dois estudos sobre a obra de Guimarães Rosa (1996). Desta feita, nos basearemos nos tratados da tradição do Zen Budismo pesquisados por Maria de Lourdes dos Santos em Síntese do Budismo (2003) e por Celina Muniz de Souza em O Taoísmo (1986). Ademais, o compêndio intitulado A Filosofia Perene (2010), de autoria de Aldous Huxley, será de extrema relevância para a configuração do lado místico do incondicional mediante a vivência agonizante das personagens de Guimarães Rosa.
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