Do silenciamento à participação política: as mulheres em atuação na brigada Caetés no MST-PB

• Autor(a) principal: Araújo, Dassaelly de Souza
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3581
• topic: Movimento Sem Terra (MST); Mulheres; Participação política; Movimento feminista; Movimento social; CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu no fim da década de 1970, como fruto de um processo histórico de luta pela terra dos camponeses/as brasileiros/as, ele tem em sua gênese a resistência às grandes concentrações fundiárias existentes no Brasil. Com a presença de mulheres neste movimento social, bem como o momento de efervescência do movimento feminista no Brasil, ocorre o incentivo para que as discussões acerca do gênero comecem a tomar forma no MST, com isso já nas normas gerais do MST (1989), se inclui um capítulo sobre “a articulação das mulheres” e no ano 2000 ocorre a criação do setor de gênero no Movimento. Posterior a essa criação acontece a determinação da paridade de gênero nas direções e coordenações de setores do movimento social, para, assim, garantir a participação feminina nos espaços decisórios. A Brigada Caetés, assim como as demais, está organizada com vias a garantir e incentivar a participação política das mulheres no MST. Desta forma, nosso estudo tem como objetivo geral problematizar como se processa a participação política das mulheres do MST na Brigada Caetés - PB, partindo do pressuposto que a brigada é um espaço mais delimitado, porém que abriga todas as instâncias e organicidade do MST de uma forma mais geral e nossa questão problema é saber como as mulheres na Brigada Caetés empreendem sua participação política a partir da sua inserção nos quadros de direção e coordenação do movimento social. Para trazer reflexões, nos aportamos nos estudos propostos por Gohn (1997) e Scherer-Warren (1989) no que concerne aos movimentos sociais, para refletir sobre participação política nos apoiamos em Dallari (1983) e, para pensar a categoria gênero, buscamos Scott (1995) e Nicholson (2000). No tocante aos aspectos metodológicos, realizamos uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, utilizando a técnica de observação participante e entrevista semiestruturada a partir de Gaskell (2014) e análise dos dados a partir da técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977). Nossa proposta está situada no campo dos estudos de gênero em interfaces com os movimentos sociais. Além das entrevistas e das fontes bibliográficas, utilizamos, para compor a escrita dissertativa, documentos do próprio MST coletados na rede de internet ou disponibilizados pelas integrantes da Brigada. O local de nossa pesquisa foi a Brigada Caetés que abrange cidades das regiões do Brejo e Curimataú do estado da Paraíba e nossas colaboradoras foram quatro militantes do MST que integram ou integraram os quadros de direção ou coordenação de setores da referida brigada, as entrevistas ocorreram entre 25 a 27 de novembro de 2018. A partir do entrecruzamento dos dados teórico-metodológicos, percebemos como as mulheres do MST na Brigada Caetés desenvolvem sua participação política com lutas diárias para efetivação da reforma agrária e reconhecimento do espaço feminino no campo, porém com enormes avanços já efetivados, sempre em busca da melhoria de vida e fortalecimento dos movimentos sociais, em especial o próprio MST.