Ironia, intertextualidade e narradores-personagens excêntricos nas metaficções historiográficas de José Eduardo Agualusa: uma leitura das obras Nação crioula e A rainha Ginga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza Júnior, José Antônio de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3778
Resumo: Este trabalho tem como objetivo demonstrar que a escrita romanesca de José Eduardo Agualusa corresponde a uma dupla forma de resistência: a primeira surge em oposição ao discurso historiográfico produzido pelo colonizador português, o qual, a partir da histórica oficial sobre a colonização de África, pretendeu justificar diversas práticas exploratórias; a segunda forma questiona e denuncia as distorções provocadas pelo discurso nacionalista angolano pós-independência, que, com a justificativa de combater as arbitrariedades do antigo colonizador, perseguiu aqueles que discordavam de suas práticas. Para alcançarmos este objetivo, elegemos como corpus de análise, os romances de metaficção historiográfica Nação Crioula: correspondência secreta de Fradique Mendes, (1997) e A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo, (2014). As duas obras foram selecionadas devido ao fato de ambas estabelecerem um diálogo com a historiografia oficial e problematizarem os processos de colonização e de escravização ocorridos no Brasil e em Angola. Esclarecido o objetivo central, defendemos, nesta pesquisa, que José Eduardo Agualusa desenvolve, a partir de romances de metaficções historiográficas, críticas aos essencialismos culturais, propagados tanto por discursos nacionalistas angolanos quanto por estratégias de opressão desenvolvidas por Portugal durante o período colonial. O autor utiliza, estrategicamente, essa forma literária, pois ela permite rediscutir a história oficial a partir da literatura, na medida em que estabelece um diálogo entre realidade/ficção de modo crítico e irônico. Para alcançarmos o objetivo proposto e defendermos a tese aqui formulada, organizamos a pesquisa em quatro capítulos, os quais se fundamentam nas contribuições teóricas de alguns pensadores. Dentre eles, destacamos: Albuquerque Júnior (2007); Bastos (2007); Bhabha (1998); Bonnici (2000); Chiappini (2007); Costa Lima (1989); Decca (1997); Esteves (2010); Glissant (2005); Hutcheon (1991 e 2000); Hall (2003); Pesavento (2006); Ricoeur (1994) Shohat e Stam (1996); White (1992), entre outros. Ancorados nesse referencial teórico, desenvolvemos a tese a partir de uma metodologia que consiste na análise dos enredos dos citados textos agualusianos.
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Para alcançarmos este objetivo, elegemos como corpus de análise, os romances de metaficção historiográfica Nação Crioula: correspondência secreta de Fradique Mendes, (1997) e A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo, (2014). As duas obras foram selecionadas devido ao fato de ambas estabelecerem um diálogo com a historiografia oficial e problematizarem os processos de colonização e de escravização ocorridos no Brasil e em Angola. Esclarecido o objetivo central, defendemos, nesta pesquisa, que José Eduardo Agualusa desenvolve, a partir de romances de metaficções historiográficas, críticas aos essencialismos culturais, propagados tanto por discursos nacionalistas angolanos quanto por estratégias de opressão desenvolvidas por Portugal durante o período colonial. O autor utiliza, estrategicamente, essa forma literária, pois ela permite rediscutir a história oficial a partir da literatura, na medida em que estabelece um diálogo entre realidade/ficção de modo crítico e irônico. Para alcançarmos o objetivo proposto e defendermos a tese aqui formulada, organizamos a pesquisa em quatro capítulos, os quais se fundamentam nas contribuições teóricas de alguns pensadores. Dentre eles, destacamos: Albuquerque Júnior (2007); Bastos (2007); Bhabha (1998); Bonnici (2000); Chiappini (2007); Costa Lima (1989); Decca (1997); Esteves (2010); Glissant (2005); Hutcheon (1991 e 2000); Hall (2003); Pesavento (2006); Ricoeur (1994) Shohat e Stam (1996); White (1992), entre outros. Ancorados nesse referencial teórico, desenvolvemos a tese a partir de uma metodologia que consiste na análise dos enredos dos citados textos agualusianos.This work aims to demonstrate that the writing of José Eduardo Agualusa represents to two forms of resistance: the first appears in opposition to the historiographical discourse produced by Portuguese colonizers, which, based on the official history of the colonization of Africa, intended to justify exploratory practices; the second form questions and denounces the distortions of the post-independence Angolan nationalist discourse, which, with the justification of fighting the injustices of the colonizer, persecuted those who disagreed with its practices. To achieve this goal, our corpus of analysis are the historiographic metafiction novels “Nação Crioula: correspondência secreta de Fradique Mendes” (1997) and “A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo” (2014). The two novels were selected due to the fact that both establish a dialogue with official historiography and problematize the colonization and enslavement processes that took place in Brazil and Angola. Having clarified our central goal, we defend, in this research, that José Eduardo Agualusa uses historiographical metafiction novels to develop criticisms of the cultural essentialisms propagated by the Angolan nationalist discourses and by the oppressive strategies employed by Portugal during the colonial period. The author uses this literary form strategically, as it allows re-discussing official history from literature and establishes a dialogue between reality/fiction in a critical and ironic way. In order to reach the proposed goal and defend the hypothesis formulated here, the research was organized in four chapters, which are based on the theoretical contributions of selected thinkers. Among them, the following stand out: Albuquerque Júnior (2007); Bastos (2007); Bhabha (1998); Bonnici (2000); Chiappini (2007); Costa Lima (1989); Decca (1997); Esteves (2010); Glissant (2005); Hutcheon (1991 and 2000); Hall (2003); Pesavento (2006); Ricoeur (1994) Shohat; and Stam (1996); White (1992). Anchored in this theoretical framework, we developed the thesis based on a methodology that consists of the analysis of the plots of these texts by Agualusa.CapesUniversidade Estadual da ParaíbaCentro de Educação - CEDUCBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLISouza, Francisca Zuleide Duarte deSouza Júnior, José Antônio de2021-08-12T01:12:10Z2021-07-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSOUZA JÚNIOR, J. A. Ironia, intertextualidade e narradores-personagens excêntricos nas metaficções historiográficas de José Eduardo Agualusa: uma leitura das obras Nação crioula e A rainha Ginga. 2021. 225 f. Tese (Doutorado em Literatura e Interculturalidade) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2021.http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3778porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPBinstname:Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)instacron:UEPB2021-08-12T01:12:10Zoai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/3778Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/PUBhttp://tede.bc.uepb.edu.br/oai/requestbc@uepb.edu.br||opendoar:2021-08-12T01:12:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)false
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