A conferência mundial de Durban sob a ótica da decolonialidade: o combate ao racismo em relação ao Sul global

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Éwerton Clécio Viturino dos
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4470
Resumo: A Terceira Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, mais conhecida como A Conferência Mundial de Durban, realizada no ano de 2001, na cidade de Durban, na África do Sul, representou um marco para a sociedade mundial no que diz respeito ao combate contra o racismo em suas diversas facetas. À vista disso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a Conferência Mundial de Durban à luz da teoria decolonial, destacando a relação entre racismo e colonialidade e seu enfrentamento a partir do Sul Global. Ao tomar o pensamento decolonial como uma corrente que investiga a colonialidade e a construção de medidas que identifiquem e busquem a superação da sua lógica, se entende que o fator da raça, como um elemento social e histórico, foi fundamental na expansão do projeto colonial Ocidental e que o racismo é fruto do seu legado, vivenciado principalmente pelos atores que compõem o Sul Global, postos na condição de subalternidade. Assim, seu enfrentamento não pode estar desvinculado de projetos descoloniais. Desse modo, foca em responder sobre quais aspectos a Conferência Mundial de Durban contribuiu como um canal para o enfrentamento do racismo e da colonialidade pelo Sul Global. Para isso, se configura em três objetivos especificos, sendo eles (1) revisar a literatura sobre Decolonialismo e estabelecer suas relações com o racismo e Sul Global; (2) descrever os processos de articulação e desenvolvimento da Conferência Mundial de Durban, assim como sua Declaração e Plano de Ação como instrumento de combate resultante; (3) analisar as articulações de movimentos sociais do Sul Global, seus históricos e a construção de suas agendas para fazer frente aos processos de negociação da Conferência, e visualizar a partir de um viés decolonial, tais processos. A metodologia é bibliográfica e documental, histórico-descritiva, de estudo de caso e análise qualitativa. A argumentação se divide em três capítulos. O primeiro apresenta as discussões sobre o que constitui o racismo e o Sul Global, e contempla esses dois conceitos a partir da lente decolonial, ao mesmo tempo em que se aprofunda nessa linha teórica. O segundo busca destacar os precedentes da ONU contra o racismo e os direcionamentos que deram origem à dita conferência, ao mesmo tempo que versa sobre seus desdobramentos e seu documento final. O terceiro, por sua vez, pretende identificar as principais articulações transnacionais de movimentos sociais do Sul Global e a construção de suas agendas para a Conferência e análisa-las a partir de uma lente decolonial. Assim, a pesquisa busca estabelecer a relação dessas representações com a Conferência, de modo a definir considerações sobre as suas contribuições para o enfrentamento do racismo e da colonialidade em relação ao Sul Global.
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Ao tomar o pensamento decolonial como uma corrente que investiga a colonialidade e a construção de medidas que identifiquem e busquem a superação da sua lógica, se entende que o fator da raça, como um elemento social e histórico, foi fundamental na expansão do projeto colonial Ocidental e que o racismo é fruto do seu legado, vivenciado principalmente pelos atores que compõem o Sul Global, postos na condição de subalternidade. Assim, seu enfrentamento não pode estar desvinculado de projetos descoloniais. Desse modo, foca em responder sobre quais aspectos a Conferência Mundial de Durban contribuiu como um canal para o enfrentamento do racismo e da colonialidade pelo Sul Global. Para isso, se configura em três objetivos especificos, sendo eles (1) revisar a literatura sobre Decolonialismo e estabelecer suas relações com o racismo e Sul Global; (2) descrever os processos de articulação e desenvolvimento da Conferência Mundial de Durban, assim como sua Declaração e Plano de Ação como instrumento de combate resultante; (3) analisar as articulações de movimentos sociais do Sul Global, seus históricos e a construção de suas agendas para fazer frente aos processos de negociação da Conferência, e visualizar a partir de um viés decolonial, tais processos. A metodologia é bibliográfica e documental, histórico-descritiva, de estudo de caso e análise qualitativa. A argumentação se divide em três capítulos. O primeiro apresenta as discussões sobre o que constitui o racismo e o Sul Global, e contempla esses dois conceitos a partir da lente decolonial, ao mesmo tempo em que se aprofunda nessa linha teórica. O segundo busca destacar os precedentes da ONU contra o racismo e os direcionamentos que deram origem à dita conferência, ao mesmo tempo que versa sobre seus desdobramentos e seu documento final. O terceiro, por sua vez, pretende identificar as principais articulações transnacionais de movimentos sociais do Sul Global e a construção de suas agendas para a Conferência e análisa-las a partir de uma lente decolonial. Assim, a pesquisa busca estabelecer a relação dessas representações com a Conferência, de modo a definir considerações sobre as suas contribuições para o enfrentamento do racismo e da colonialidade em relação ao Sul Global.The Third World Conference Against Racism, Racial Discrimination, Xenophobia and Related Intolerance, better known as The Durban World Conference, held in 2001 in Durban, South Africa, represented a milestone for world society in regarding the fight against racism in its various facets. In view of this, the present research aims to analyze the Durban World Conference in the light of decolonial theory, highlighting the relationship between racism and coloniality and its confrontation from the Global South. By taking decolonial thought as a current that investigates coloniality and the construction of measures that identify and seek to overcome its logic, it is understood that the factor of race, as a social and historical element, was fundamental in the expansion of the Western colonial project. and that racism is the result of its legacy, experienced mainly by the actors that make up the Global South, placed in the condition of subalternity. Thus, their confrontation cannot be detached from decolonial projects. In this way, it focuses on answering on which aspects the Durban World Conference contributed as a channel for the confrontation of racism and coloniality by the Global South. For this, it is configured in three specific objectives, which are (1) review the literature on Decolonialism and establish its relations with racism and the Global South; (2) describe the processes of articulation and development of the World Conference in Durban, as well as its Declaration and Plan of Action as a resultant instrument of combat; (3) analyze the articulations of social movements in the Global South, their histories and the construction of their agendas to face the negotiation processes of the Conference, and view such processes from a decolonial perspective. The methodology is bibliographic and documentary, historical-descriptive, case study and qualitative analysis. The argument is divided into three chapters. The first presents the discussions on what constitutes racism and the Global South, and contemplates these two concepts from the decolonial lens, while delving into this theoretical line. The second seeks to highlight the UN precedents against racism and the directions that gave rise to the said conference, at the same time as it deals with its developments and its final document. The third, in turn, intends to identify the main transnational articulations of social movements from the Global South and the construction of their agendas for the Conference and analyze them from a decolonial lens. Thus, the research seeks to establish the relationship of these representations with the Conference, in order to define considerations about their contributions to the confrontation of racism and coloniality in relation to the Global South.La Tercera Conferencia Mundial contra el Racismo, la Discriminación Racial, la Xenofobia y las Formas Relacionadas con la Intolerancia, mejor conocida como Conferencia Mundial de Durban, realizada en 2001 en Durban, Sudáfrica, representó un hito para la sociedad mundial en lo que respecta a la lucha contra el racismo en sus diversas facetas. Ante ello, la presente investigación tiene como objetivo analizar la Conferencia Mundial de Durban a la luz de la teoría decolonial, destacando la relación entre racismo y colonialidad y su enfrentamiento desde el Sur Global. Al tomar el pensamiento decolonial como una corriente que investiga la colonialidad y la construcción de medidas que identifican y buscan superar su lógica, se entiende que el factor raza, como elemento social e histórico, fue fundamental en la expansión del proyecto colonial occidental. y que el racismo es el resultado de su legado, experimentado principalmente por los actores que conforman el Sur Global, colocados en la condición de subalternidad. Así, su confrontación no puede desligarse de los proyectos decoloniales. De esta forma, se centra en responder sobre qué aspectos aportó la Conferencia Mundial de Durban como canal para el enfrentamiento al racismo y la colonialidad por parte del Sur Global. Para ello, se configura en tres objetivos específicos, que son (1) revisar la literatura sobre el Decolonialismo y establecer sus relaciones con el racismo y el Sur Global; (2) describir los procesos de articulación y desarrollo de la Conferencia Mundial de Durban, así como su Declaración y Plan de Acción como instrumento de combate resultante; (3) analizar las articulaciones de los movimientos sociales en el Sur Global, sus historias y la construcción de sus agendas para enfrentar los procesos de negociación de la Conferencia, y verlos desde una perspectiva decolonial. La metodología es bibliográfica y documental, históricodescriptiva, estudio de casos y análisis cualitativo. El argumento se divide en tres capítulos. El primero presenta las discusiones sobre lo que constituye el racismo y el Sur Global, y contempla estos dos conceptos desde el lente decolonial, al mismo tiempo que profundiza en esta línea teórica. El segundo busca resaltar los precedentes de la ONU contra el racismo y los rumbos que dieron origen a dicha conferencia, al tiempo que aborda sus desarrollos y su documento final. El tercero, por su parte, pretende identificar las principales articulaciones transnacionales de los movimientos sociales del Sur Global y la construcción de sus agendas para la Conferencia y analizarlas desde una lente decolonial. Así, la investigación busca establecer la relación de estas representaciones con la Conferencia, a fin de definir consideraciones sobre sus aportes al enfrentamiento del racismo y la colonialidad en relación al Sur Global.CapesUniversidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas - CCBSABrasilUEPBPrograma de Pós-graduação em Relações Internacionais - PPGRIKuhlmann, Paulo Roberto LoyollaKuhlman, Paulo Roberto LoyollaNobre, Fábio Rodrigo FerreiraMaciel, Regimeire OliveiraSantos, Éwerton Clécio Viturino dos2022-12-12T18:41:50Z2022-09-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTOS, E. C. V. dos. A conferência mundial de Durban sob a ótica da decolonialidade: o combate ao racismo em relação ao Sul global. 2022. 123f. 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