Memória, testemunho e escrita de presidiário: Luiz Alberto Mendes e a voz do subalterno

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cantalice Neto, Abdias Correia
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2421
Resumo: O presente trabalho analisa a obra Memórias de um sobrevivente, de Luiz Alberto Mendes, que resultando de uma escrita autobiográfica, produzida sobre a experiência de cárcere, se coloca na condição de literatura marginal. Analisaremos o pertencimento desse autor ao campo da criação literária, sendo ele o Um, que não lhe é permitida ter voz, no meio de uma multidão, que também busca através deste ―um‖ se representar. A construção da obra se dá através de recursos de memória e se enquadra naquilo que se convenciona chamar de literatura de testemunho. Sendo, portanto, obra literária propícia aos estudos interculturais, pois conserva em si, além da própria característica literária, inúmeras outras possibilidades interpretativas. A obra traz elementos da memória e da história de vida do próprio autor, narrando os momentos críticos vivenciados por ele na infância, sufocada pelo pai, na adolescência, enclausurado nos reformatórios e sua fase adulta, já num presídio de São Paulo. Sendo assim, levantaremos as seguintes questões: em que medida o testemunho e o posicionamento de um sujeito, na experiência do cárcere, podem repercutir no campo literário? Como o preso, através de suas memórias e escritas de si, se posiciona e reposiciona no campo literário a condição da qual ele é testemunha? Para responder a essas perguntas, discutiremos neste trabalho inúmeras outras questões relacionadas à vida na periferia. Abordaremos nuanças da autobiografia, da ficcionalidade e da autoficção. Além de dissertar sobre a memória, a história e a sociologia, enquadrando o estudo em torno da interculturalidade. O presente estudo abordará em seu primeiro capítulo a autobiografia e o testemunho de um escritor preso. Num outro momento tratará sobre a multidão e o que o preso representa dentre os muitos na construção do espaço do discurso. No terceiro e último capítulo aborda-se a questão da subalternidade e o posicionamento do escritor pobre e preso, o qual assume a performance do subalterno. Observam-se as formas de vida contemporâneas em seus espaços paratópicos, tendo o preso como pertencimento a tais espaços. Portanto, tenta-se adequar o conceito de obra literária produzida na prisão com o conceito de literatura de multidão. Escrita de muitos. Posicionamento e reposicionamento do subalterno no campo literário.
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A obra traz elementos da memória e da história de vida do próprio autor, narrando os momentos críticos vivenciados por ele na infância, sufocada pelo pai, na adolescência, enclausurado nos reformatórios e sua fase adulta, já num presídio de São Paulo. Sendo assim, levantaremos as seguintes questões: em que medida o testemunho e o posicionamento de um sujeito, na experiência do cárcere, podem repercutir no campo literário? Como o preso, através de suas memórias e escritas de si, se posiciona e reposiciona no campo literário a condição da qual ele é testemunha? Para responder a essas perguntas, discutiremos neste trabalho inúmeras outras questões relacionadas à vida na periferia. Abordaremos nuanças da autobiografia, da ficcionalidade e da autoficção. Além de dissertar sobre a memória, a história e a sociologia, enquadrando o estudo em torno da interculturalidade. O presente estudo abordará em seu primeiro capítulo a autobiografia e o testemunho de um escritor preso. Num outro momento tratará sobre a multidão e o que o preso representa dentre os muitos na construção do espaço do discurso. No terceiro e último capítulo aborda-se a questão da subalternidade e o posicionamento do escritor pobre e preso, o qual assume a performance do subalterno. Observam-se as formas de vida contemporâneas em seus espaços paratópicos, tendo o preso como pertencimento a tais espaços. Portanto, tenta-se adequar o conceito de obra literária produzida na prisão com o conceito de literatura de multidão. Escrita de muitos. Posicionamento e reposicionamento do subalterno no campo literário.This study aims to analyze the work Memórias de um sobrevivente, by Luiz Alberto Mendes, in a witness perspective which resulting from an autobiographical writing, produced on a prison experience, it is placed in the marginal literature condition. We will analyze this author belonging to the field of literary creation, it is him the One who is not allowed to have voice in the midst of a crowd of prisoners, that also seek through this ‗one‘ to represent themselves. The making of this work is performed by memory resources and fits in what is usually called the testimony of literature. It is, therefore, literary conducive to intercultural literary studies because preserves in itself, besides the own literary characteristic, a countless of others possible interpretations. It bears elements of memory and the author's own life story, narrating critical moments experienced in his childhood, suffocated by his father, in the adolescence, enclosed in reformatories and his adulthood, in a prison in São Paulo. Therefore, the following issues arise: to what extent the testimony and the positioning of a subject in the prison experience can impact on the literary field? How is the prisoner, through his memories and writing about himself positioned and repositioned in the literary field according to the condition of him as a witness? To answer these questions, this paper will discuss several other issues related to life in the periphery. We discuss nuances of the autobiography of fictionality and auto fiction. In addition, besides the discourse on memory, history and sociology, we will be framing the study around Interculturalism. This study will address in its first chapter the autobiography and the testimony of an imprisoned writer. In another moment, it will deal on the crowd and what the prisoner represent in the construction of the space of speech. In the third and final chapter, it addresses the question of subordination and the position of the poor and imprisoned writer, which takes the performance of the subordinate. It is observed contemporary forms of life in their paratopics spaces, having the prisoner as belonging to such spaces. Therefore, attempts to adapt the concept of literary work produced in prison with the concept of the multitude of literature. Positioning and repositioning of the subordinate in the literary field.UEPBUniversidade Estadual da ParaíbaCentro de Educação - CEDUCBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLIJustino, Luciano BarbosaCantalice Neto, Abdias Correia2016-08-10T13:27:45Z2014-09-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCantalice Neto, Abdias Correia. Memória, testemunho e escrita de presidiário: Luiz Alberto Mendes e a voz do subalterno. 2014. 125 p. 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