Fatores de risco do câncer de mama e sua associação com os subtipos moleculares em uma população do nordeste brasileiro

• Autor(a) principal: Guimarães, Clarissa Maria Cardoso
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4316
• topic: Neoplasia mamária; Fator de risco; Câncer de mama; Saúde ública; Breast neoplasms; Risk factors; Breast cancer; Public health; CIENCIAS DA SAUDE; CIENCIAS BIOLOGICAS::GENETICA; SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA

O câncer de mama (CM) é considerado como um conjunto de doenças que diferem no nível molecular e celular, mantém-se como a neoplasia de maior incidência e mortalidade entre a população feminina mundial e brasileira. No Brasil, estima-se para o triênio 2020-2022, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres, enquanto na Paraíba se contabilizam 52,93 novos casos por 100.000 mulheres. A classificação molecular caracteriza os subtipos moleculares do CM pela presença ou ausência de receptores hormonais de estrogênio (ER), e de progesterona (PR), do fator de crescimento epidérmico humano (HER-2) e o marcador proliferativo Ki-67. O presente estudo caso-controle objetivou identificar os fatores de risco de CM em uma população de 313 casos e 321 controles e a associação diferencial dos fatores de risco com CM Triplo Negativo (TN) e outros subtipos moleculares. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa e de avaliação epidemiológica analítica, realizada no Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) em Campina Grande-PB, de setembro a dezembro de 2020, e fevereiro e março de 2021, com dados de usuárias diagnosticadas com a neoplasia mamária e em tratamento local. Foi utilizado um questionário próprio para a avaliação das variáveis demográficas, socioeconômicas; antecedentes familiares, dados clínicos, hábitos de vida e a prática de atividade física. A análise estatística, a partir do teste exato de Fisher e o qui-quadrado de Pearson (χ2) para avaliar as variáveis categóricas, e o teste T de Student Não Paramétrico de Wilcoxon nas variáveis contínuas. Para quantificar as associações entre os fatores de risco para CM, foi aplicada a análise de regressão logística multinominal. Os dados dos controles serviram como grupo de referência. Os resultados foram apresentados como razão de chances/odds ratio (ORs), intervalos de confiança de 95% (ICs) e valores de p dos testes de razão de verossimilhança. Ao todo, 145 (51,2%) dos 283 pacientes apresentavam estágio avançado (III e IV) da doença. A expressão de Ki67 foi detectada em média em 60,80% das células de tumores triplo negativo (TN) e 25 (61,0%) deles eram tumores de grau III (p <0,001; p <0,001). Os casos apresentaram mais frequência em história familiar de CM em comparação aos controles (p <0,001). De todos os 313 casos e 321 controles 91 (30,1%) e 68 (21,2%) eram obesos (p = 0,011). Os casos informaram com maior frequência o consumo de álcool, tabagismo e uso de anticoncepcionais (p <0,001; p = 0,008; p <0,001). Em comparação com os outros subtipos moleculares, os casos de TN foram mais frequentemente <40 e ≥60 anos (p = 0,010). Idade da menarca <12 anos foi encontrada em 14 (32,6%) dos 43 casos de TN (p = 0,001). A obesidade esteve mais associada ao subtipo TN, enquanto o número de pacientes que informaram consumo de álcool aumentou para o subtipo Luminal A (p = 0,021; p = 0,009). O estudo identificou um risco aumentado de CM em um grupo de estudo de mulheres do Nordeste do Brasil, que tinham história familiar, eram obesas, consumiam álcool e usavam anticoncepcionais. Além disso, a obesidade foi associada a um risco aumentado de TNBC entre essas mulheres.