Comportamentos de risco à saúde de reeducandas da Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Patrícia Regina Cardoso de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2748
Resumo: INTRODUÇÃO: A saúde da população carcerária em todo o mundo apresenta-se como um problema de saúde pública emergente, em que as condições de confinamento e superlotação aumentam a probabilidade de ocorrência de doenças crônicas e infecciosas e a exposição a comportamentos de risco à saúde. OBJETIVOS: Investigar o perfil sociodemográfico, o histórico jurídico-criminal e os comportamentos de risco para a saúde com ênfase no uso de drogas ilícitas e fatores associados em reeducandas de um município brasileiro e sua associação com fatores sociodemográficos, comportamentos de risco à saúde e doenças autorreferidas. MATERIAIS E MÉTODO: Consistiu em um estudo censitário, transversal com abordagem quantitativa que envolveu 64 mulheres encarceradas na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora. Para coleta de dados aplicou-se um questionário estruturado contendo dados sociodemográficos, história jurídico-criminal, comportamentos de risco, sendo o uso de drogas investigado através do instrumento ASSIST com adaptações para população privada de liberdade em ambiente prisional. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial, a partir do Teste do Qui-quadrado de Pearson ( ), com cálculo dos Odds Ratios (OR) bruto e intervalo de confiança (IC) de 95%. A análise multivariada de regressão logística também foi realizada a fim de observar o comportamento das variáveis em conjunto, adotou-se um nível de significância de 10% . RESULTADOS: As mulheres eram em sua maioria jovens (60,9%) , com poucos anos de estudo (79,7%) , baixa renda familiar (64,1%) sem companheiro (57,8%) , com filhos (84,4%) e sentenciadas (56,3%) . As doenças autorreferidas mais prevalentes foram a depressão (26,6%) e a hipertensão arterial (12,5%) A prevalência de uso de drogas ilícitas alguma vez na vida foi de 43,8%. O uso de drogas ilícitas teve relação com um grupo de variáveis que em conjunto representaram significância: faixa etária de 18 a 29 anos (p=0,022), uso de derivados do tabaco (p=0,005), não realizar atividade educacional na unidade prisional (p=0,017), realizar visitas na prisão (p=0,051), e não ser presa por tráfico (p=0,091). CONCLUSÕES: A prevalência de uso de drogas ilícitas alguma vez na vida foi elevada e associada a condições sociodemográficas mais precárias e exposição a comportamentos de risco à saúde. Estes fatores devem ser considerados nas estratégias de promoção a saúde, como a criação de políticas públicas que visualizem as condições epidemiológicas que favorecem a exclusão social e as vulnerabilidades sociais e especificidades da mulher presa, e com isto possam intervir naquilo que está no cerne da negatividade das condições de saúde da mulher encarcerada, estando em consonância com as ações nas demais esferas (educação, segurança pública).
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MATERIAIS E MÉTODO: Consistiu em um estudo censitário, transversal com abordagem quantitativa que envolveu 64 mulheres encarceradas na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora. Para coleta de dados aplicou-se um questionário estruturado contendo dados sociodemográficos, história jurídico-criminal, comportamentos de risco, sendo o uso de drogas investigado através do instrumento ASSIST com adaptações para população privada de liberdade em ambiente prisional. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial, a partir do Teste do Qui-quadrado de Pearson ( ), com cálculo dos Odds Ratios (OR) bruto e intervalo de confiança (IC) de 95%. A análise multivariada de regressão logística também foi realizada a fim de observar o comportamento das variáveis em conjunto, adotou-se um nível de significância de 10% . RESULTADOS: As mulheres eram em sua maioria jovens (60,9%) , com poucos anos de estudo (79,7%) , baixa renda familiar (64,1%) sem companheiro (57,8%) , com filhos (84,4%) e sentenciadas (56,3%) . As doenças autorreferidas mais prevalentes foram a depressão (26,6%) e a hipertensão arterial (12,5%) A prevalência de uso de drogas ilícitas alguma vez na vida foi de 43,8%. O uso de drogas ilícitas teve relação com um grupo de variáveis que em conjunto representaram significância: faixa etária de 18 a 29 anos (p=0,022), uso de derivados do tabaco (p=0,005), não realizar atividade educacional na unidade prisional (p=0,017), realizar visitas na prisão (p=0,051), e não ser presa por tráfico (p=0,091). CONCLUSÕES: A prevalência de uso de drogas ilícitas alguma vez na vida foi elevada e associada a condições sociodemográficas mais precárias e exposição a comportamentos de risco à saúde. Estes fatores devem ser considerados nas estratégias de promoção a saúde, como a criação de políticas públicas que visualizem as condições epidemiológicas que favorecem a exclusão social e as vulnerabilidades sociais e especificidades da mulher presa, e com isto possam intervir naquilo que está no cerne da negatividade das condições de saúde da mulher encarcerada, estando em consonância com as ações nas demais esferas (educação, segurança pública).INTRODUCTION: The health of the prison population in the world presents itself as an emerging public health problem, in that the conditions of confinement and overcrowding increase the likelihood of chronic and infectious diseases and exposure to risk factors to health. OBJECTIVE: To investigate the socio-demographic profile, the legal and criminal history and risk behaviors to health with emphasis on the use of illicit drugs and associated factors among inmates of a municipality and its association with socio-demographic factors, risk behaviors to health and disease self-reported. MATERIALS AND METHODS: Study consisted of a census, cross with a quantitative approach which involved 64 women incarcerated in Campina Grande Regional Penitentiary Raimundo Asfora. For data collection applied a structured questionnaire containing demographic data, legal and criminal history, risk behaviors, and drug use investigated by ASSIST instrument with adaptations for prisoners in the prison environment. Descriptive and inferential statistical analysis was carried out from Pearson's chi-square test ( ), with calculation of Odds Ratios (OR) gross and confidence interval (CI) of 95%. Multivariate logistic regression analysis was also performed in order to observe the behavior of the variables together, we adopted a significance level of 10%. RESULTS: The results showed a profile composed of young (60,9% ) with few years of schooling (79,7%), low family income (64,1% ), unmarried (57,8%) with children (84,4%) and sentenced (56,3%). Self said the most prevalent diseases were depression (26,6%) and hypertension (12,5%) . The prevalence of illicit drugs in their lifetime was 43.8%. The use of illicit drugs was related to a group of variables which together accounted significance: age 18- 29 years (p = 0.022), use of tobacco (p = 0.005), not carry out educational activities in the prison unit (p = 0.017), conduct visits in prison (p = 0.051), and not be arrested for trafficking (p = 0.091). CONCLUSIONS: The prevalence of illicit drug use sometime in life was high and associated with poorer socio-demographic conditions and exposure to risk behaviors to health. These factors should be considered in strategies to promote health, such as creating public policy who view the epidemiological conditions that favor social exclusion and social vulnerabilities and specificities of the woman trapped, and how it can intervene in what is at the heart of negativity the health conditions of incarcerated women, being in line with actions in other spheres (education, public safety).Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Saúde Pública - PPGSPSoares, Renata de Souza Coelho04084278416http://lattes.cnpq.br/9587557565279282Cavalcanti, Alessandro Leite63093421420http://lattes.cnpq.br/4751883787176824Valença, Ana Maria Gondim36368520434http://lattes.cnpq.br/3186920393443928Almeida, Patrícia Regina Cardoso de2017-03-07T16:47:30Z2016-02-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfALMEIDA, P. R. C. de. Comportamentos de risco à saúde de reeducandas da Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora. 2016. 83f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública - PPGSP) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016.http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2748porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPBinstname:Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)instacron:UEPB2017-03-08T04:08:37Zoai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/2748Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/PUBhttp://tede.bc.uepb.edu.br/oai/requestbc@uepb.edu.br||opendoar:2017-03-08T04:08:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)false
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