O laboratório da liberdade: horizontes da poética de Eduardo Kac

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Rafael Rubens de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3724
Resumo: A presente tese de doutorado intitulada “O laboratório da liberdade: horizontes da poética de Eduardo Kac” aborda as vertentes da biopoesia, corrente artística desenvolvida pelo brasileiro Eduardo Kac, atentando para as perspectivas do texto poético inserido no meio maquínico e digital, bem como para as problematizações éticas e estéticas decorrentes das relações entre os seres biológicos e o meio tecno- científico na esfera de produção da bioarte. Dessa forma, estudam-se as bioproduções de Kac considerando as relações semióticas que elas estabelecem no contexto artístico contemporâneo, discutindo as propriedades semióticas que o signo estético incorpora em face dos devires maquínicos e da evolução tecnológica. Procedimentos de produção novos surgem dentro do contexto cultural que marcam o advento biotecnológico no que diz respeito às ferramentas de reprodutibilidade e à multiplicidade dos suportes de circulação do objeto artístico. Na biopoesia, a poiesis é entendida como sujeito e não apenas como objeto da arte, entendendo-se a perspectiva do pós-humano como a representação do contexto das semioses híbridas bem como das transformações socioculturais da contemporaneidade, dada sua dinamicidade e considerada a perspectiva cada vez mais contundente da interface homem-máquina. O caminho metodológico de produção desta pesquisa percorre a produção de três capítulos. No primeiro deles estudamos as relações que se estabelecem entre a biopoesia e a ecocrítica, pontuando-se que a biopoesia figura como uma corrente poética cujos horizontes estéticos e semióticos encontram-se além da relação com os novos meios, pressupondo novas abordagens e estruturas alternativas de recepção. Nesse contexto, frisa-se que as teorias da literatura apresentam limitações para abordar a dinamicidade da biopoesia, consideradas suas propriedades semióticas, uma vez que esta expande a vanguarda do fazer poético assim como do pensar acerca da literatura. Em seguida, pesquisamos as linhas de produção de Eduardo Kac desde as poéticas visuais, digitais e performáticas até o desenvolvimento de sua poética realizada a partir de organismos vivos, arte de telepresença e tecnologia de manipulação genética, analisando os horizontes estéticos e teóricos que consubstanciam sua poiesis. Por fim, no terceiro capítulo deste trabalho realiza-se um estudo analítico à luz da caosmose guattariana e das tessituras teóricas no campo da arte conceitual acerca das principais produções de Kac que integram a perspectiva estética da biopoesia, sobretudo as produções “Genesis”, “Microrobot” e “Cypher” estabelecendo que a biopoesia kaciana se configura como uma autopoiesis que se desenha como vanguarda no seio da arte poética.
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Procedimentos de produção novos surgem dentro do contexto cultural que marcam o advento biotecnológico no que diz respeito às ferramentas de reprodutibilidade e à multiplicidade dos suportes de circulação do objeto artístico. Na biopoesia, a poiesis é entendida como sujeito e não apenas como objeto da arte, entendendo-se a perspectiva do pós-humano como a representação do contexto das semioses híbridas bem como das transformações socioculturais da contemporaneidade, dada sua dinamicidade e considerada a perspectiva cada vez mais contundente da interface homem-máquina. O caminho metodológico de produção desta pesquisa percorre a produção de três capítulos. No primeiro deles estudamos as relações que se estabelecem entre a biopoesia e a ecocrítica, pontuando-se que a biopoesia figura como uma corrente poética cujos horizontes estéticos e semióticos encontram-se além da relação com os novos meios, pressupondo novas abordagens e estruturas alternativas de recepção. Nesse contexto, frisa-se que as teorias da literatura apresentam limitações para abordar a dinamicidade da biopoesia, consideradas suas propriedades semióticas, uma vez que esta expande a vanguarda do fazer poético assim como do pensar acerca da literatura. Em seguida, pesquisamos as linhas de produção de Eduardo Kac desde as poéticas visuais, digitais e performáticas até o desenvolvimento de sua poética realizada a partir de organismos vivos, arte de telepresença e tecnologia de manipulação genética, analisando os horizontes estéticos e teóricos que consubstanciam sua poiesis. Por fim, no terceiro capítulo deste trabalho realiza-se um estudo analítico à luz da caosmose guattariana e das tessituras teóricas no campo da arte conceitual acerca das principais produções de Kac que integram a perspectiva estética da biopoesia, sobretudo as produções “Genesis”, “Microrobot” e “Cypher” estabelecendo que a biopoesia kaciana se configura como uma autopoiesis que se desenha como vanguarda no seio da arte poética.The present doctoral dissertation entitled “O laboratório da liberdade: horizontes da poética de Eduardo Kac” (The laboratory of Freedom: horizons of Eduardo Kac's poetics) addresses the aspects of the biopoetry, artistic current developed by of the Brazilian poet Eduardo Kac, focusing on the perspectives of the poetic text inserted in the machinic and digital environment, as well as on the ethical and aesthetic problematizations arising. of relationships between biological beings and the techno- scientific environment in the sphere of bioart production. That way, we study the bioproductions of Kac considering the semiotic relationships they establish in the artistic context. Contemporary, discussing the semiotic properties that the aesthetic sign incorporates in the face of machinic becomings and technological evolution. New production procedures emerge within the cultural context that mark the biotechnological advent with respect to the reproducibility tools and the multiplicity of circulation supports of the artistic object. In biopoetry, poiesis is understood as a subject and not only as an object of art. The posthuman perspective is understood as the representation of the context of hybrid semioses as well as the sociocultural transformations of the contemporaneity, given their dynamicity and considering the increasingly perspective from the forceful man-machine interface. The methodological path of production of this research runs through a production of three chapters. In the first one, we studied the relationships that establish biopoetry and ecocriticism, punctuating it as a biopoetry, as a poetic current, which uses aesthetic and semiotic horizons, in addition to the relationship with new methods, pressing for new approaches and methods of reception. In this context, it is emphasized that the theories of literature have limitations to address the dynamics that biopoetry, considering its semiotic properties, expands the vanguard of poetic doing as well as thinking about literature. Next, we research Eduardo Kac's production lines from visual, digital and perfomatic poetics to the development of his poetics made from living organisms, telepresence art and genetic manipulation technology, analyzing the aesthetic and theoretical horizons that substantiate his poiesis. Finally, in the third chapter of this work, an analytical study is carried out in the light of the Guattarian chaosmosis and theoretical writings in the field of conceptual art about the main productions of Kac that integrate the aesthetic perspective of biopoetry, especially the productions “Genesis”, “Microrobot” and “Cypher”, establishing that Kac’s biopoetry configured as an autopoiesis that is designed as avant-garde within poetic art.Universidade Estadual da ParaíbaCentro de Educação - CEDUCBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLIJustino, Luciano BarbosaMedeiros, Rafael Rubens de2021-05-13T00:57:52Z2020-03-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMEDEIROS, R. R. O laboratório da liberdade: horizontes da poética de Eduardo Kac. 2020. 151 f. 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