Violência doméstica, indicadores de vulnerabilidade socioespacial e traumas maxilofaciais: um estudo ecológico para identificar áreas de alto risco
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB |
Texto Completo: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3946 |
Resumo: | O objetivo do presente estudo foi determinar a distribuição espaço-temporal dos casos de traumas maxilofaciais resultantes de violência doméstica e avaliar a influência de indicadores de vulnerabilidade socioespacial. Para tanto, realizou-se um estudo ecológico envolvendo a análise de casos de violência doméstica atendidos no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande-PB, bem como de dados populacionais extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes às características socioeconômicas, de habitação e moradia dos bairros onde as vítimas residiam. Aplicou-se a ferramenta de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para integração dos dados. Procedeu-se à construção de mapas em alta resolução com auxílio do software QGIS versão 2.18.22 (QGIS Geographic Information System, Open Source Geospatial Foundation). Três tipos de técnicas de análise espaço-temporal foram realizados: (i) análise de trajetória da incidência dos casos, usando modelagem de mistura finita; (ii) análise de autocorrelação espacial; (iii) análise de regressão espacial, para avaliar a influência de condições de vulnerabilidade socioespacial sobre a incidência dos eventos. O nível de significância foi fixado em 5% (p ≤ 0,05). Os resultados confirmaram que existe heterogeneidade estatisticamente significativa na distribuição dos eventos no espaço geográfico analisado, com concentração das registros em determinados bairros. A análise de trajetória revelou padrões diferentes de evolução das taxas de violência doméstica e violência por parceiros íntimos contra mulheres, com tendência de aumento no último ano de observação em alguns bairros. O indicador de autocorrelação espacial de Getis-Ord (Gi*) reconheceu clusters estatisticamente significativos de alto risco na zona Leste (p < 0,05) e na zona Oeste (p < 0,05), e de baixo risco na zona Norte (p < 0,05). Os modelos de regressão espacial revelaram que o indicador 2 (proxy de condição socioeconômica) permaneceu significativamente associado às taxas de incidência de traumas maxilofaciais associados à violência doméstica de modo geral (β = 8,403; EP = 2,738; p < 0,001) e às situações de violência por parceiro íntimo contra mulheres (β = 5,305; EP = 1,741; p = 0,002). Portanto, os resultados sugerem associação entre maior registro de casos e elevada vulnerabilidade socioespacial, evidenciando a necessidade de desenvolver políticas públicas locais de prevenção e enfrentamento da violência doméstica. |
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Violência doméstica, indicadores de vulnerabilidade socioespacial e traumas maxilofaciais: um estudo ecológico para identificar áreas de alto riscoSaúde PúblicaTraumatismos maxilofaciaisVulnerabilidade socialSistemas de Informação GeográficaODONTOLOGIA::CLINICA ODONTOLOGICAO objetivo do presente estudo foi determinar a distribuição espaço-temporal dos casos de traumas maxilofaciais resultantes de violência doméstica e avaliar a influência de indicadores de vulnerabilidade socioespacial. Para tanto, realizou-se um estudo ecológico envolvendo a análise de casos de violência doméstica atendidos no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande-PB, bem como de dados populacionais extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes às características socioeconômicas, de habitação e moradia dos bairros onde as vítimas residiam. Aplicou-se a ferramenta de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para integração dos dados. Procedeu-se à construção de mapas em alta resolução com auxílio do software QGIS versão 2.18.22 (QGIS Geographic Information System, Open Source Geospatial Foundation). Três tipos de técnicas de análise espaço-temporal foram realizados: (i) análise de trajetória da incidência dos casos, usando modelagem de mistura finita; (ii) análise de autocorrelação espacial; (iii) análise de regressão espacial, para avaliar a influência de condições de vulnerabilidade socioespacial sobre a incidência dos eventos. O nível de significância foi fixado em 5% (p ≤ 0,05). Os resultados confirmaram que existe heterogeneidade estatisticamente significativa na distribuição dos eventos no espaço geográfico analisado, com concentração das registros em determinados bairros. A análise de trajetória revelou padrões diferentes de evolução das taxas de violência doméstica e violência por parceiros íntimos contra mulheres, com tendência de aumento no último ano de observação em alguns bairros. O indicador de autocorrelação espacial de Getis-Ord (Gi*) reconheceu clusters estatisticamente significativos de alto risco na zona Leste (p < 0,05) e na zona Oeste (p < 0,05), e de baixo risco na zona Norte (p < 0,05). Os modelos de regressão espacial revelaram que o indicador 2 (proxy de condição socioeconômica) permaneceu significativamente associado às taxas de incidência de traumas maxilofaciais associados à violência doméstica de modo geral (β = 8,403; EP = 2,738; p < 0,001) e às situações de violência por parceiro íntimo contra mulheres (β = 5,305; EP = 1,741; p = 0,002). Portanto, os resultados sugerem associação entre maior registro de casos e elevada vulnerabilidade socioespacial, evidenciando a necessidade de desenvolver políticas públicas locais de prevenção e enfrentamento da violência doméstica.The aim of the present study was to determine the spatio-temporal distribution of cases of maxillofacial trauma resulting from domestic violence and to assess the influence of socio-spatial vulnerability indicators. Thus, an ecological study was carried out involving the analysis of cases of domestic violence treated at the Nucleus of Medicine and Legal Dentistry (NUMOL) of Campina Grande-PB, as well as population data extracted from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) referring to the socioeconomic, habitation and housing characteristics of the neighborhoods where the victims lived. The Geographic Information Systems (GIS) tool was applied for data integration. High resolution maps were built using QGIS software version 2.18.22 (QGIS Geographic Information System, Open Source Geospatial Foundation). Three types of spatio-temporal analysis techniques were performed: (i) trajectory analysis of the incidence of cases, using finite mixture modeling; (ii) spatial autocorrelation analysis; (iii) spatial regression analysis, to assess the influence of socio-spatial vulnerability conditions on the incidence of events. The level of significance was set at 5% (p ≤ 0.05). The results confirmed that there is a statistically significant heterogeneity in the distribution of events in the analyzed geographical space, with the concentration of records in certain neighborhoods. The trajectory analysis revealed different patterns of evolution in the rates of domestic violence and violence by intimate partners against women, with an increasing trend in the last year of observation in some neighborhoods. The Getis-Ord spatial autocorrelation indicator (Gi*) recognized statistically significant high-risk clusters in the East (p<0.05) and West (p<0.05), and low risk clusters in the North (p<0.05). The spatial regression models revealed that indicator 2 (socioeconomic status proxy) remained significantly associated with the incidence rates of maxillofacial trauma associated with domestic violence in general (β = 8.403; SE = 2.738; p<0.001) and with situations of intimate partner violence against women (β = 5.305; SE = 1.741; p = 0.002). Therefore, the results suggest an association between increased case reporting and high socio-spatial vulnerability, highlighting the need to develop local public policies for preventing and combating domestic violence.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Odontologia - PPGOCavalcanti, Sérgio d'Avila Lins Bezerra46760776453http://lattes.cnpq.br/8178780570352971Cavalcanti, Sérgio d’Ávila Lins Bezerra46760776453http://lattes.cnpq.br/8178780570352971Martins, Renata de Castro02392076618http://lattes.cnpq.br/9830587097758541Alencar, Catarina Ribeiro Barros de07197474493http://lattes.cnpq.br/7424949076869713Soares, Renata de Souza Coelho04084278416http://lattes.cnpq.br/9587557565279282Cavalcanti, Alidianne Fábia Cabral06491932451http://lattes.cnpq.br/7010340903426566Bernardino, Ítalo de Macedo2021-12-21T12:17:03Z2999-12-312021-06-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfBERNARDINO, Ítalo de Macedo. 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O objetivo do presente estudo foi determinar a distribuição espaço-temporal dos casos de traumas maxilofaciais resultantes de violência doméstica e avaliar a influência de indicadores de vulnerabilidade socioespacial. Para tanto, realizou-se um estudo ecológico envolvendo a análise de casos de violência doméstica atendidos no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande-PB, bem como de dados populacionais extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes às características socioeconômicas, de habitação e moradia dos bairros onde as vítimas residiam. Aplicou-se a ferramenta de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para integração dos dados. Procedeu-se à construção de mapas em alta resolução com auxílio do software QGIS versão 2.18.22 (QGIS Geographic Information System, Open Source Geospatial Foundation). Três tipos de técnicas de análise espaço-temporal foram realizados: (i) análise de trajetória da incidência dos casos, usando modelagem de mistura finita; (ii) análise de autocorrelação espacial; (iii) análise de regressão espacial, para avaliar a influência de condições de vulnerabilidade socioespacial sobre a incidência dos eventos. O nível de significância foi fixado em 5% (p ≤ 0,05). Os resultados confirmaram que existe heterogeneidade estatisticamente significativa na distribuição dos eventos no espaço geográfico analisado, com concentração das registros em determinados bairros. A análise de trajetória revelou padrões diferentes de evolução das taxas de violência doméstica e violência por parceiros íntimos contra mulheres, com tendência de aumento no último ano de observação em alguns bairros. O indicador de autocorrelação espacial de Getis-Ord (Gi*) reconheceu clusters estatisticamente significativos de alto risco na zona Leste (p < 0,05) e na zona Oeste (p < 0,05), e de baixo risco na zona Norte (p < 0,05). Os modelos de regressão espacial revelaram que o indicador 2 (proxy de condição socioeconômica) permaneceu significativamente associado às taxas de incidência de traumas maxilofaciais associados à violência doméstica de modo geral (β = 8,403; EP = 2,738; p < 0,001) e às situações de violência por parceiro íntimo contra mulheres (β = 5,305; EP = 1,741; p = 0,002). Portanto, os resultados sugerem associação entre maior registro de casos e elevada vulnerabilidade socioespacial, evidenciando a necessidade de desenvolver políticas públicas locais de prevenção e enfrentamento da violência doméstica. |
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