Folkcomunicação em Portugal: a esfera permeável da literatura oral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Internacional de Folkcomunicação |
Texto Completo: | https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/18549 |
Resumo: | O intercâmbio entre o património folk artístico-verbal e os meios de comunicação de massa configura uma curiosa forma moderna de compatibilização entre o antigo, o integral ou residual da tradição oral, o progresso tecnológico acelerado e a voragem cada vez mais intensa da publicidade. Sinalizar, conhecer e estudar essa nova biblioteca ou videoteca oral, esses produtos simultaneamente arcaicos e modernos, compreendê-los no novo quadro social, histórico, económico, antropológico e cultural, significa interpretar melhor os valores simbólicos e psicológicos associados à voz humana, o homem moderno e a sociedade da informação. No espaço mediático português (e ibero-americano), a oralidade mediatizada mecanicamente, portanto diferida, adiada, prolongada, repetida no tempo e no espaço, interioriza a memória colectiva e ao mesmo tempo expressa-a, espacializa-a. É por isso que a voz, mais habitualmente do que a escrita, assume na poesia um discurso erótico explícito, a que modernamente se junta a força da imagem estilizada. A reiteração que caracteriza essas vozes mediatizadas despersonaliza-as, mas essa propriedade não lhes retira a sua vocação comunitária, o que significa que uma oralidade mediatizada que se alimente do folclore oral pertence assim, por direito, à cultura de massas. |
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Folkcomunicação em Portugal: a esfera permeável da literatura oralO intercâmbio entre o património folk artístico-verbal e os meios de comunicação de massa configura uma curiosa forma moderna de compatibilização entre o antigo, o integral ou residual da tradição oral, o progresso tecnológico acelerado e a voragem cada vez mais intensa da publicidade. Sinalizar, conhecer e estudar essa nova biblioteca ou videoteca oral, esses produtos simultaneamente arcaicos e modernos, compreendê-los no novo quadro social, histórico, económico, antropológico e cultural, significa interpretar melhor os valores simbólicos e psicológicos associados à voz humana, o homem moderno e a sociedade da informação. No espaço mediático português (e ibero-americano), a oralidade mediatizada mecanicamente, portanto diferida, adiada, prolongada, repetida no tempo e no espaço, interioriza a memória colectiva e ao mesmo tempo expressa-a, espacializa-a. É por isso que a voz, mais habitualmente do que a escrita, assume na poesia um discurso erótico explícito, a que modernamente se junta a força da imagem estilizada. A reiteração que caracteriza essas vozes mediatizadas despersonaliza-as, mas essa propriedade não lhes retira a sua vocação comunitária, o que significa que uma oralidade mediatizada que se alimente do folclore oral pertence assim, por direito, à cultura de massas.Editora UEPG2008-12-02info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/18549Revista Internacional de Folkcomunicação; v. 1 n. 1 (2003): (jan./jun. 2003)1807-4960reponame:Revista Internacional de Folkcomunicaçãoinstname:Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)instacron:UEPGporhttps://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/18549/209209214490Nogueira, Carlosinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-07-29T16:40:37Zoai:uepg.br:article/18549Revistahttp://www.revistas.uepg.br/index.php?journal=folkcomPUBhttp://www.revistas.uepg.br/index.php/folkcom/oairevistafolkcom@uepg.br||sergiogadini@yahoo.com.br1807-49601807-4960opendoar:2021-07-29T16:40:37Revista Internacional de Folkcomunicação - Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)false |
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