Avaliação da alteração da microbiota bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva

• Autor(a) principal: Miléo, Fernanda Couto
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
• Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3053
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Biofilmes; Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica; Unidades de Terapia Intensiva; Biofilms; Pneumonia, Ventilator-Associated; Intensive Care Units

Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a microbiota bucal dos pacientes em uso de intubação orotraqueal (IOT) pode sofrer alterações e acarretar na presença de microrganismos antes incomuns, surgirem e causarem a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV). Por essa razão, o estudo tem como objetivos: avaliar a presença de Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Enterococcus spp. na cavidade bucal dos pacientes com IOT internados na UTI do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais em três momentos: inicial – 0 hora, 48 horas e 96 horas do internamento e relacioná-los com o diagnóstico de PAV, além de comparar dentados com desdentados, realizar a análise semi-quantitativa dos quatro meios utilizados e compará-los entre si; avaliar a resistência dos microrganismos através de antibiogramas; e associar a presença destes com o percentual de alta e mortalidade. A pesquisa é caracterizada como um estudo observacional, prospectivo e longitudinal, realizada com amostra de 20 pacientes, dividida em dois grupos: desdentados e dentados, em uso de IOT na UTI. O material biológico foi coletado em dorso de língua com escova citológica estéril, e seguidamente semeado em meio de cultura seletivo: meio Bile esculina com azida para Enterococcus spp., meio Cetrimide para Pseudomonas aeruginosa, meio Manitol sal para Staphylococcus aureus e meio MacConkey para Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Decorrido 48 horas em estufa, os meios foram avaliados macroscopicamente, através da análise semi-quantitativa, e os morfotipos coloniais que cresceram foram armazenados, descritos e enumerados, para então ser realizados os testes bioquímicos específicos e confirmar as espécies bacterianas. Para os microrganismos com crescimento em meio Bile esculina foram realizados os testes de catalase e NaCl 6,5%; para os que tiveram crescimento em meio Cetrimide os testes foram da motilidade, oxidase, caldo BHI e gelatina; microrganismos que cresceram em meio Manitol sal foram testados com gram, catalase, oxidase, Dnase e MRVP; e aos que cresceram em meio MacConkey os testes elegidos foram EPM, lisina, MIO, citrato Simmons e Rhamnose. Após serem identificados, foram feitos os testes de sensibilidades aos antimicrobianos. Os resultados encontrados demonstram que não há diferença significativa entre os três tempos de coleta para cada um dos meios utilizados e para a resistência bacteriana nos diferentes tempos quando avaliados todos os microrganismos conjuntamente. Entretanto, o trabalho verificou diferença significativa na comparação entre a microbiota de pacientes dentados e desdentados no tempo de 96 horas, entre o escore de crescimento bacteriano nos diferentes meios e também que existe uma associação significativa entre a presença de bactérias e a taxa de óbitos dos pacientes intubados da UTI. Perante os dados obtidos, pode-se concluir que é de suma importância a inserção do cirurgião-dentista na equipe interdisciplinar das unidades hospitalares, principalmente da UTI, para reduzir as taxas de mortalidade associada com a presença de bactérias patogênicas na cavidade bucal.