A Hegemonia Empresarial na Educação Brasileira: uma análise do Movimento Todos Pela Educação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG |
Texto Completo: | http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3028 |
Resumo: | A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o Movimento Todos Pela Educação (TPE), na perspectiva de compreendê-lo como uma expressão da hegemonia empresarial na educação. A partir desse objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: i) identificar as contribuições da produção acadêmica sobre os elementos que configuram historicamente a ação empresarial na educação brasileira; ii) discutir o papel do Estado e suas ações para o desenvolvimento da hegemonia empresarial no Brasil e; iii) analisar o TPE como um aparelho da hegemonia empresarial na educação brasileira. A pesquisa foi qualitativa, se caracterizou como documental, bibliográfica, e teve como fundamentação teórica o materialismo histórico-dialético, especialmente as contribuições de Antonio Gramsci. A partir das análises realizadas, identificamos que a formação da hegemonia empresarial aconteceu com o próprio desenvolvimento do Estado Burguês no Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1950, a sociedade civil organizada promoveu, na articulação com a sociedade política, o desenvolvimento do capitalismo, o fortalecimento do mercado interno brasileiro para a concentração e a centralização de seu capital. No campo da educação e no cenário o Estado, a consolidação da hegemonia empresarial, ganha expressividade nas décadas de 1990 e 2000. Com a criação do Movimento Todos Pela Educação, em 2006, essa organização faz com que os interesses particulares de frações da classe dominante ultrapassem o campo econômico de atuação, dirigindo e dominando as políticas educacionais. Ao realizar essa universalização da particularidade de seus interesses, o TPE, na educação, faz com que as necessidades de reprodução do Capital pareçam universais, tais como a ideia de ―qualidade da educação‖, da necessidade de índices educacionais, da escolarização em idade adequada para a formação de força de trabalho, do investimento na teoria do capital humano e na preparação para o mercado de trabalho capitalista. A construção do consenso necessário para essa adesão coletiva aos interesses particulares dessas frações de classe acontece por meio da atuação dos intelectuais, das organizações e pela via da opinião pública presentes no TPE. Nesse sentido, argumentamos que o TPE é uma expressão da hegemonia empresarial na educação, pois representa uma unidade na diversidade de frações da classe dominante que o constituem e monopolizam a educação no Brasil. Essas frações da classe dominante, as quais estão presentes no interior do Estado, como parte da sociedade civil organizada, articulada à sociedade política, têm dominado e dirigido as políticas educacionais no país, de modo a desenvolver um projeto de educação necessário ao Capital na sua fase contemporânea. |
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A Hegemonia empresarial na Educação Brasileira: uma análise do Movimento Todos Pela Educação. 2019. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2019.http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3028A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o Movimento Todos Pela Educação (TPE), na perspectiva de compreendê-lo como uma expressão da hegemonia empresarial na educação. A partir desse objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: i) identificar as contribuições da produção acadêmica sobre os elementos que configuram historicamente a ação empresarial na educação brasileira; ii) discutir o papel do Estado e suas ações para o desenvolvimento da hegemonia empresarial no Brasil e; iii) analisar o TPE como um aparelho da hegemonia empresarial na educação brasileira. A pesquisa foi qualitativa, se caracterizou como documental, bibliográfica, e teve como fundamentação teórica o materialismo histórico-dialético, especialmente as contribuições de Antonio Gramsci. A partir das análises realizadas, identificamos que a formação da hegemonia empresarial aconteceu com o próprio desenvolvimento do Estado Burguês no Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1950, a sociedade civil organizada promoveu, na articulação com a sociedade política, o desenvolvimento do capitalismo, o fortalecimento do mercado interno brasileiro para a concentração e a centralização de seu capital. No campo da educação e no cenário o Estado, a consolidação da hegemonia empresarial, ganha expressividade nas décadas de 1990 e 2000. Com a criação do Movimento Todos Pela Educação, em 2006, essa organização faz com que os interesses particulares de frações da classe dominante ultrapassem o campo econômico de atuação, dirigindo e dominando as políticas educacionais. Ao realizar essa universalização da particularidade de seus interesses, o TPE, na educação, faz com que as necessidades de reprodução do Capital pareçam universais, tais como a ideia de ―qualidade da educação‖, da necessidade de índices educacionais, da escolarização em idade adequada para a formação de força de trabalho, do investimento na teoria do capital humano e na preparação para o mercado de trabalho capitalista. A construção do consenso necessário para essa adesão coletiva aos interesses particulares dessas frações de classe acontece por meio da atuação dos intelectuais, das organizações e pela via da opinião pública presentes no TPE. Nesse sentido, argumentamos que o TPE é uma expressão da hegemonia empresarial na educação, pois representa uma unidade na diversidade de frações da classe dominante que o constituem e monopolizam a educação no Brasil. Essas frações da classe dominante, as quais estão presentes no interior do Estado, como parte da sociedade civil organizada, articulada à sociedade política, têm dominado e dirigido as políticas educacionais no país, de modo a desenvolver um projeto de educação necessário ao Capital na sua fase contemporânea.The goal of the present research was to analyze the Movimento Todos Pela Educação –TPE (‗Everybody for the Education‘ Movement) in order to understand it as an expression of business hegemony in education. From this general objective, the following specific objectives were defined: i) identify the contributions of academic production on the elements that historically configure business action in Brazilian education; ii) discuss the role of the State and its actions for the development of business hegemony in Brazil and; iii) analyze the TPE as a device of business hegemony in Brazilian education. The research was qualitative, characterized as documental, bibliographic, and had historical-dialectical materialism as its theoretical foundation, especially the contributions of Antonio Gramsci. From the analysis performed, we identified that the formation of business hegemony happened with the very development of the Bourgeois State in Brazil. Between the 1930‘s and 1950‘s, organized civil society promoted, in articulation with political society, the development of capitalism, the strengthening of the Brazilian internal market for the concentration and centralization of its capital. In the field of education and within the structure of the State, the consolidation of business hegemony gained expressiveness in the 1990s and 2000s. With the creation of the ‗Everybody for the Education‘ Movement in 2006, this organization made the private interests of fractions of the ruling class go beyond the economic field of action, directing and dominating educational policies. In carrying out this universalization of the particularity of its interests in education, TPE makes the capital reproduction needs to seem universal, such as the idea of ―quality of education‖, the need for educational indexes, schooling at an appropriate age for training labor force, investing in the theory of human capital and preparing for the capitalist labor market. The construction of the necessary consensus for this collective adhesion to the particular interests of these class fractions happens through the work of intellectuals, organizations and through public opinion present in the TPE. In this sense, we argue that TPE is an expression of corporate hegemony in education, as it represents a unity in the diversity of fractions of the ruling class that constitute and monopolize education in Brazil. These fractions of the ruling class, which are present within the state, as part of organized civil society, articulated with political society, have dominated and directed educational policies in the country in order to develop an education project necessary to Capital in its contemporary phase.Submitted by Angela Maria de Oliveira (amolivei@uepg.br) on 2020-03-03T14:14:47Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Juliano Marcelino Deitos.pdf: 3279888 bytes, checksum: 578c4ebe840a11ea45ca923b1bf22d16 (MD5)Made available in DSpace on 2020-03-03T14:14:47Z (GMT). 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CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO Política educacional Hegemonia empresarial Movimento Todos Pela Educação Estado Educational Policy Business Hegemony Movimento Todos Pela Educação State |
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Política educacional Hegemonia empresarial Movimento Todos Pela Educação Estado Educational Policy Business Hegemony Movimento Todos Pela Educação State |
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A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o Movimento Todos Pela Educação (TPE), na perspectiva de compreendê-lo como uma expressão da hegemonia empresarial na educação. A partir desse objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: i) identificar as contribuições da produção acadêmica sobre os elementos que configuram historicamente a ação empresarial na educação brasileira; ii) discutir o papel do Estado e suas ações para o desenvolvimento da hegemonia empresarial no Brasil e; iii) analisar o TPE como um aparelho da hegemonia empresarial na educação brasileira. A pesquisa foi qualitativa, se caracterizou como documental, bibliográfica, e teve como fundamentação teórica o materialismo histórico-dialético, especialmente as contribuições de Antonio Gramsci. A partir das análises realizadas, identificamos que a formação da hegemonia empresarial aconteceu com o próprio desenvolvimento do Estado Burguês no Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1950, a sociedade civil organizada promoveu, na articulação com a sociedade política, o desenvolvimento do capitalismo, o fortalecimento do mercado interno brasileiro para a concentração e a centralização de seu capital. No campo da educação e no cenário o Estado, a consolidação da hegemonia empresarial, ganha expressividade nas décadas de 1990 e 2000. Com a criação do Movimento Todos Pela Educação, em 2006, essa organização faz com que os interesses particulares de frações da classe dominante ultrapassem o campo econômico de atuação, dirigindo e dominando as políticas educacionais. Ao realizar essa universalização da particularidade de seus interesses, o TPE, na educação, faz com que as necessidades de reprodução do Capital pareçam universais, tais como a ideia de ―qualidade da educação‖, da necessidade de índices educacionais, da escolarização em idade adequada para a formação de força de trabalho, do investimento na teoria do capital humano e na preparação para o mercado de trabalho capitalista. A construção do consenso necessário para essa adesão coletiva aos interesses particulares dessas frações de classe acontece por meio da atuação dos intelectuais, das organizações e pela via da opinião pública presentes no TPE. Nesse sentido, argumentamos que o TPE é uma expressão da hegemonia empresarial na educação, pois representa uma unidade na diversidade de frações da classe dominante que o constituem e monopolizam a educação no Brasil. Essas frações da classe dominante, as quais estão presentes no interior do Estado, como parte da sociedade civil organizada, articulada à sociedade política, têm dominado e dirigido as políticas educacionais no país, de modo a desenvolver um projeto de educação necessário ao Capital na sua fase contemporânea. |
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