Acompanhamento de doentes renais crônicos em hemodiálise através da monitoração não invasiva da pressão intracraniana.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Cristiane Rickli
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3699
Resumo: A doença renal crônica (DRC) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade, além de um crescente problema de saúde pública. A hemodiálise é o tratamento mais utilizado, contudo, tem sido associada a frequentes intercorrências durante as sessões, onde a forma mais grave é conhecida como síndrome do desequilíbrio da diálise (SDD) que tem como contribuinte o edema cerebral e o aumento da pressão intracraniana (PIC). Estudos anteriores sugerem que a DRC em estágio terminal e a hemodiálise impactem na complacência cerebral, entretanto, a literatura em torno deste assunto é escassa. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo realizar um acompanhamento de um grupo de pacientes com DRC (estágio terminal) em hemodiálise através da monitoração da PIC não invasiva antes e ao final das sessões, buscando compreender como este parâmetro se comporta no decorrer do tratamento dialítico, correlacionando os resultados obtidos com o perfil clínico e laboratorial dos pacientes. Tratase de um estudo longitudinal prospectivo, em que foram incluídos 42 pacientes com DRC em estágio terminal em tratamento por hemodiálise três vezes por semana, acompanhados por um período de 6 meses. Também foram incluídos 20 voluntários sem doença renal crônica conhecida, para compor o grupo controle. Foram obtidos dados clínicos e laboratoriais via prontuário médico eletrônico e fichas das sessões de diálise, além de monitorada a PIC de forma não invasiva pelo método Brain4care® antes e ao final das sessões de diálise. Os dados foram tratados através do programa estatístico SPSS 17.0® . Dentro do período de acompanhamento mencionado obteve-se um total de 4.881 monitorações de PIC. Observou-se uma redução dos parâmetros de PIC, time to peak (TTP) e Relação P2/P, pós-diálise, considerando os diferentes momentos (1ª, 2ª e 3ª sessão de diálise) e os diferentes meses de acompanhamento (p<0,01, teste t de student pareado). A complacência cerebral mostrou-se mais alterada na 1ª sessão de hemodiálise da semana (p<0,05, ANOVA para medidas repetidas). A hemodiálise foi capaz de melhorar a complacência cerebral dos voluntários independente do gênero e dos valores de Kt/V. Não foi observada correlação significativa entre pressão arterial média, frequência cardíaca e ganho de peso interdialítico e parâmetros TTP e relação P2/P1 (p>0,05, correlação de Person). Houve uma correlação positiva significativa entre os níveis séricos de potássio e os parâmetros TTP e relação P2/P1 (p<0,05, correlação de Person) e percebeu-se que a relação P2/P1 dos pacientes com DRC em hemodiálise é significativamente maior em comparação com o grupo controle. Conclui-se, a partir dos resultados apresentados que pacientes em hemodiálise apresentam uma pior complacência cerebral, comparando-os com indivíduos sem DRC conhecida; que há diferenças entre a PIC pré-diálise e pós-diálise, com valores mais alterados antes do tratamento hemodialítico; que o padrão de alterações se mantém ao longo dos meses e que uma pior complacência cerebral é observada na primeira sessão da semana.
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Acompanhamento de doentes renais crônicos em hemodiálise através da monitoração não invasiva da pressão intracraniana. 2021. Tese (Doutorado em Farmácia) - Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa. 2022.http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3699A doença renal crônica (DRC) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade, além de um crescente problema de saúde pública. A hemodiálise é o tratamento mais utilizado, contudo, tem sido associada a frequentes intercorrências durante as sessões, onde a forma mais grave é conhecida como síndrome do desequilíbrio da diálise (SDD) que tem como contribuinte o edema cerebral e o aumento da pressão intracraniana (PIC). Estudos anteriores sugerem que a DRC em estágio terminal e a hemodiálise impactem na complacência cerebral, entretanto, a literatura em torno deste assunto é escassa. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo realizar um acompanhamento de um grupo de pacientes com DRC (estágio terminal) em hemodiálise através da monitoração da PIC não invasiva antes e ao final das sessões, buscando compreender como este parâmetro se comporta no decorrer do tratamento dialítico, correlacionando os resultados obtidos com o perfil clínico e laboratorial dos pacientes. Tratase de um estudo longitudinal prospectivo, em que foram incluídos 42 pacientes com DRC em estágio terminal em tratamento por hemodiálise três vezes por semana, acompanhados por um período de 6 meses. Também foram incluídos 20 voluntários sem doença renal crônica conhecida, para compor o grupo controle. Foram obtidos dados clínicos e laboratoriais via prontuário médico eletrônico e fichas das sessões de diálise, além de monitorada a PIC de forma não invasiva pelo método Brain4care® antes e ao final das sessões de diálise. Os dados foram tratados através do programa estatístico SPSS 17.0® . Dentro do período de acompanhamento mencionado obteve-se um total de 4.881 monitorações de PIC. Observou-se uma redução dos parâmetros de PIC, time to peak (TTP) e Relação P2/P, pós-diálise, considerando os diferentes momentos (1ª, 2ª e 3ª sessão de diálise) e os diferentes meses de acompanhamento (p<0,01, teste t de student pareado). A complacência cerebral mostrou-se mais alterada na 1ª sessão de hemodiálise da semana (p<0,05, ANOVA para medidas repetidas). A hemodiálise foi capaz de melhorar a complacência cerebral dos voluntários independente do gênero e dos valores de Kt/V. Não foi observada correlação significativa entre pressão arterial média, frequência cardíaca e ganho de peso interdialítico e parâmetros TTP e relação P2/P1 (p>0,05, correlação de Person). Houve uma correlação positiva significativa entre os níveis séricos de potássio e os parâmetros TTP e relação P2/P1 (p<0,05, correlação de Person) e percebeu-se que a relação P2/P1 dos pacientes com DRC em hemodiálise é significativamente maior em comparação com o grupo controle. Conclui-se, a partir dos resultados apresentados que pacientes em hemodiálise apresentam uma pior complacência cerebral, comparando-os com indivíduos sem DRC conhecida; que há diferenças entre a PIC pré-diálise e pós-diálise, com valores mais alterados antes do tratamento hemodialítico; que o padrão de alterações se mantém ao longo dos meses e que uma pior complacência cerebral é observada na primeira sessão da semana.Chronic kidney disease (CKD) is a major cause of mortality and morbidity, in addition to an increasing public health problem. Hemodialysis is the most used treatment, however, it has been associated with frequent complications during sessions, where the most severe form is known as dialysis disequilibrium syndrome (DDS), which contributes to cerebral edema and increased intracranial pressure (ICP). Previous studies suggest that end-stage CKD and hemodialysis impact cerebral compliance, however, the literature on this subject is scarce. In this context, this study aimed to monitor a group of patients with CKD (terminal stage) undergoing hemodialysis by monitoring non-invasive ICP before and at the end of the sessions, seeking to understand how this parameter behaves during the dialysis treatment, correlating the results obtained with the clinical and laboratory profile of the patients. This is a prospective longitudinal study, in which 42 patients with end-stage CKD undergoing hemodialysis treatment were included three times a week, followed up for a period of 6 months. Twenty volunteers with no known chronic kidney disease were also included to make up the control group. Clinical and laboratory data were obtained via electronic medical records and dialysis session files, in addition to non-invasively monitored ICP by the Brain4care® method before and at the end of dialysis sessions. The data were processed using the SPSS 17.0® statistical program. Within the follow-up period, a total of 4,881 PIC monitors were obtained. There was a reduction in the parameters of PIC, time to peak (TTP) and P2/P1 ratio, post-dialysis, considering the different moments (1st, 2nd and 3rd dialysis session) and the different months of follow-up (p<0.01, paired student t-test). Cerebral compliance was more altered in the first hemodialysis session of the week (p<0.05, ANOVA for repeated measures). Hemodialysis was able to improve the volunteers' brain compliance regardless of gender and Kt/V values. There was no significant correlation between mean arterial pressure, heart rate and interdialytic weight gain and TTP parameters and P2/P1 ratio (p>0.05, Person correlation). There was a significant positive correlation between serum potassium levels and TTP parameters and P2/P1 ratio (p<0.05, Person correlation) and it was noticed that the P2/ P1 ratio of patients with CKD on hemodialysis is significantly higher compared to the control group. It is concluded, based on the results presented, that patients on hemodialysis have a worse cerebral compliance, comparing them with individuals without known CKD; that there are differences between predialysis and post-dialysis ICP, with more altered values before hemodialysis treatment; that the pattern of changes remains over the months and that worse brain compliance is seen in the first session of the week.Submitted by arlindo kohlrausch (ajfk@uepg.br) on 2022-08-24T22:08:24Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Cristiane Rickli Barbosa.pdf: 4235139 bytes, checksum: 472dec9d4e7be75cfa1bfa6220dd0554 (MD5)Made available in DSpace on 2022-08-24T22:08:24Z (GMT). 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Barbosa, Cristiane Rickli
Complacência cerebral
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Hipertensão intracraniana
Hipotensão
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Intracranial hypertension
Hypotension
topic Complacência cerebral
Hipertensão intracraniana
Hipotensão
Cerebral complacency
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Hypotension
description A doença renal crônica (DRC) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade, além de um crescente problema de saúde pública. A hemodiálise é o tratamento mais utilizado, contudo, tem sido associada a frequentes intercorrências durante as sessões, onde a forma mais grave é conhecida como síndrome do desequilíbrio da diálise (SDD) que tem como contribuinte o edema cerebral e o aumento da pressão intracraniana (PIC). Estudos anteriores sugerem que a DRC em estágio terminal e a hemodiálise impactem na complacência cerebral, entretanto, a literatura em torno deste assunto é escassa. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo realizar um acompanhamento de um grupo de pacientes com DRC (estágio terminal) em hemodiálise através da monitoração da PIC não invasiva antes e ao final das sessões, buscando compreender como este parâmetro se comporta no decorrer do tratamento dialítico, correlacionando os resultados obtidos com o perfil clínico e laboratorial dos pacientes. Tratase de um estudo longitudinal prospectivo, em que foram incluídos 42 pacientes com DRC em estágio terminal em tratamento por hemodiálise três vezes por semana, acompanhados por um período de 6 meses. Também foram incluídos 20 voluntários sem doença renal crônica conhecida, para compor o grupo controle. Foram obtidos dados clínicos e laboratoriais via prontuário médico eletrônico e fichas das sessões de diálise, além de monitorada a PIC de forma não invasiva pelo método Brain4care® antes e ao final das sessões de diálise. Os dados foram tratados através do programa estatístico SPSS 17.0® . Dentro do período de acompanhamento mencionado obteve-se um total de 4.881 monitorações de PIC. Observou-se uma redução dos parâmetros de PIC, time to peak (TTP) e Relação P2/P, pós-diálise, considerando os diferentes momentos (1ª, 2ª e 3ª sessão de diálise) e os diferentes meses de acompanhamento (p<0,01, teste t de student pareado). A complacência cerebral mostrou-se mais alterada na 1ª sessão de hemodiálise da semana (p<0,05, ANOVA para medidas repetidas). A hemodiálise foi capaz de melhorar a complacência cerebral dos voluntários independente do gênero e dos valores de Kt/V. Não foi observada correlação significativa entre pressão arterial média, frequência cardíaca e ganho de peso interdialítico e parâmetros TTP e relação P2/P1 (p>0,05, correlação de Person). Houve uma correlação positiva significativa entre os níveis séricos de potássio e os parâmetros TTP e relação P2/P1 (p<0,05, correlação de Person) e percebeu-se que a relação P2/P1 dos pacientes com DRC em hemodiálise é significativamente maior em comparação com o grupo controle. Conclui-se, a partir dos resultados apresentados que pacientes em hemodiálise apresentam uma pior complacência cerebral, comparando-os com indivíduos sem DRC conhecida; que há diferenças entre a PIC pré-diálise e pós-diálise, com valores mais alterados antes do tratamento hemodialítico; que o padrão de alterações se mantém ao longo dos meses e que uma pior complacência cerebral é observada na primeira sessão da semana.
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