As condições de trabalho dos professores em escolas do/no campo: análise dos municípios da microrregião de Prudentópolis – PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Tânia Parolin da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4004
Resumo: Esta tese tem por objetivo geral analisar as condições de trabalho dos professores em escolas do/no campo da Rede Municipal de Ensino dos municípios da microrregião de Prudentópolis, no estado do Paraná. Os municípios que compõem a referida microrregião são: Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Prudentópolis e Teixeira Soares. Ancorados no materialismo histórico e dialético, realizou-se um estudo bibliográfico e documental e aplicação de questionários. Inicialmente, foi realizada uma discussão sobre as relações entre a nova morfologia do trabalho na sociedade capitalista e as políticas de valorização docente, no Brasil, partindo da constituição ontológica do trabalho e seus desdobramentos em suas formas de ser posteriores, na sociedade capitalista, para compreender o seu impacto no campo educacional e na práxis docente. A exposição também contempla a análise das políticas de valorização de professores, no Brasil, e de dados estatísticos; a análise documental de leis e atos normativos que versam sobre a valorização docente e as políticas de Educação do Campo; e a análise dos planos de carreira dos professores da Rede Municipal de Ensino da microrregião de Prudentópolis. A investigação foi realizada em escolas municipais do/no campo desses municípios, por meio de questionários voltados aos docentes, via formulário online do Google Forms, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação de cada município. O estudo identificou que, em um processo histórico-social, as escolas do/no campo seguem entre precarização das condições de trabalho e desmonte das escolas. Trata-se, por um lado, da negação do direito à educação aos sujeitos do campo e, por outro, da institucionalização de uma nova precariedade do trabalho, própria da acumulação flexível. Os trabalhadores do campo, invisibilizados pelo poder público, têm seus direitos negados ou conquistados de forma parcial e fragmentada, e o mesmo ocorre com os professores que atuam nesse contexto. As escolas que resistiram no campo são um espaço de profissionais sobrecarregados, cuja atuação vai além do desenvolvimento de atividades pedagógicas, e, também, administrativas e de serviços gerais, funcionando com uma infraestrutura precária, com poucos profissionais e recursos limitados. As condições de trabalho, decisivas para a permanência dos professores na docência no campo, são tratadas de forma tangencial e genérica nas políticas educacionais, permanecendo invisibilizadas nos planos de carreira municipais e na materialidade da realidade objetiva. As normativas que tratam das condições de trabalho dos professores do/no campo, nos planos de carreira, limitam se a uma gratificação irrisória de deslocamento e docência em escolas multisseriadas, evidenciando uma situação de desvalorização, considerando as especificidades do trabalho que desenvolvem. A práxis docente no campo preserva suas formas originárias de precarização e multifuncionalidade, com condições inadequadas de trabalho, seguindo um sentido diametralmente oposto ao da valorização docente, gerando impactos nas condições de trabalho dos professores do/no campo, sobretudo na intensificação, na precarização e na desregulação da jornada de trabalho. Opondo se a esse processo de desmonte das escolas do/no campo, processos de resistência são criados. Apesar das condições inadequadas de trabalho, há um movimento de luta de muitos professores que atuam nessas instituições para manter as escolas no campo.
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Os municípios que compõem a referida microrregião são: Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Prudentópolis e Teixeira Soares. Ancorados no materialismo histórico e dialético, realizou-se um estudo bibliográfico e documental e aplicação de questionários. Inicialmente, foi realizada uma discussão sobre as relações entre a nova morfologia do trabalho na sociedade capitalista e as políticas de valorização docente, no Brasil, partindo da constituição ontológica do trabalho e seus desdobramentos em suas formas de ser posteriores, na sociedade capitalista, para compreender o seu impacto no campo educacional e na práxis docente. A exposição também contempla a análise das políticas de valorização de professores, no Brasil, e de dados estatísticos; a análise documental de leis e atos normativos que versam sobre a valorização docente e as políticas de Educação do Campo; e a análise dos planos de carreira dos professores da Rede Municipal de Ensino da microrregião de Prudentópolis. A investigação foi realizada em escolas municipais do/no campo desses municípios, por meio de questionários voltados aos docentes, via formulário online do Google Forms, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação de cada município. O estudo identificou que, em um processo histórico-social, as escolas do/no campo seguem entre precarização das condições de trabalho e desmonte das escolas. Trata-se, por um lado, da negação do direito à educação aos sujeitos do campo e, por outro, da institucionalização de uma nova precariedade do trabalho, própria da acumulação flexível. Os trabalhadores do campo, invisibilizados pelo poder público, têm seus direitos negados ou conquistados de forma parcial e fragmentada, e o mesmo ocorre com os professores que atuam nesse contexto. As escolas que resistiram no campo são um espaço de profissionais sobrecarregados, cuja atuação vai além do desenvolvimento de atividades pedagógicas, e, também, administrativas e de serviços gerais, funcionando com uma infraestrutura precária, com poucos profissionais e recursos limitados. As condições de trabalho, decisivas para a permanência dos professores na docência no campo, são tratadas de forma tangencial e genérica nas políticas educacionais, permanecendo invisibilizadas nos planos de carreira municipais e na materialidade da realidade objetiva. 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Apesar das condições inadequadas de trabalho, há um movimento de luta de muitos professores que atuam nessas instituições para manter as escolas no campo.This Doctoral dissertation has as main objective to analyze the working conditions of teachers in schools of/in the rural area of the Municipal Education Network in the municipalities of the Prudentópolis micro-region, in the state of Paraná, Brazil. The municipalities that make up this micro-region are: Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Prudentópolis and Teixeira Soares. Based on the historical and dialectical materialism, a bibliographic and documentary study and questionnaires were carried out. Initially, a discussion was held on the relationships between the new morphology of work in the capitalist society and the teaching valorization policies in Brazil, starting from the ontological constitution of work and its consequences in its subsequent forms of being, in the capitalist society, to understand its impact on the educational field and teaching practice. The exposition also includes an analysis of teacher valorization policies in Brazil and statistical data; the documentary analysis of laws and normative acts that deal with teacher valorization and Rural Education policies and the analysis of the career plans of teachers in the Municipal Education Network in the micro-region of Prudentópolis. The investigation was carried out in municipal schools of/in the rural area of these municipalities, through questionnaires aimed at teachers, via Google Forms, and through the Municipal Department of Education of each municipality. The study identified that, in a historical-social process, schools of/in the rural area continue between precarious working conditions and the dismantling of schools. It is, on the one hand, the denial of the right to education to rural subjects and, on the other, the institutionalization of a new precariousness of work, typical of flexible accumulation. Rural workers, made invisible by public authorities, have their rights denied or achieved in a partial and fragmented way, and the same happens with teachers who work in this context. The schools that resisted in the rural area are a space for overworked professionals, whose work goes beyond the development of pedagogical activities, and also administrative and general services, operating with a precarious infrastructure, with few professionals and limited resources. Working conditions, which are decisive for teachers to continue teaching in the rural area, are treated in a tangential and generic way in education policies, remaining invisible in municipal career plans and in the materiality of the objective reality. The regulations that deal with the working conditions of rural teachers, in their career plans, are limited to a derisory bonus for traveling and teaching in multigrade schools, highlighting a situation of devaluation, considering the specificities of the work they carry out. Teaching praxis in the rural area preserves its original forms of precariousness and multifunctionality, with inadequate working conditions, following a direction diametrically opposed to that of teaching valorization, generating impacts on the working conditions of teachers of/in the rural area, especially in intensification, precariousness and in the deregulation of working hours. Opposing this process of dismantling rural schools, resistance processes are created. In spite of the inadequate working conditions, there is a struggle movement conducted by many teachers who work in these institutions to keep rural schools.Submitted by Angela Maria de Oliveira (amolivei@uepg.br) on 2023-10-02T13:28:44Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Tânia Parolin da Cruz.pdf: 4793318 bytes, checksum: 9bd5d5d2b26f1a8f5352bf7a237adb4d (MD5)Made available in DSpace on 2023-10-02T13:28:44Z (GMT). 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