Delírios conservadores+fundamentalistas:cisnormatividade, linguagem e educação

• Autor(a) principal: Oliveira, Ronna Freitas de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
• Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3789
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES; linguagem; transgeneridade; cisgeneridade; transfeminismos; educação linguística; desobediência; language; transgender; cisgender; transfeminisms; linguistic education; disobedience

A linguagem é um campo imensurável. Tem tantas coisas articuladas quando paramos para sentir essa coisa que é a linguagem que se piscamos, algo passa, mas tão rápido outra coisa surge. Acho que esse trabalho todo é um pouco sobre isso. Olhei para minha vida, e esse trabalho é uma extensão de mim. É como eu sinto o mundo, leio o mundo, a partir de quais lentes. Quem ler, estará entrando em minha corpa+mente+espírita e sentindo, como eu percebo, nesse momento, as discussões sobre linguagem, escola, educação linguística, desobediência, desobediência de gênero. Além disso, sentirá também como leio campos conservadores+fundamentalistas se utilizando dessa instituição na produção das violências cisnormativas, e as demais violências que esse mundo articula. Sei que boa parte desses grupos sabem muito bem que a escola re+produz ativamente as violências raciais, étnicas, de gênero, sexualidade, classe, enfim, as incontáveis violências da modernidade+colonialidade+capitalista+cisheteropatriarcal. Essas páginas tentam também dizer sobre isso, mas muito além disso, digo sobre nossa potência desobediente, que de fato é muito além da nossa potência resistente. Esse trabalho passa por essas discussões todas, olhando para projetos de lei (PL117/2021 e PL120/2021) apresentados à Câmara de Ponta Grossa, tentando mostrar como as supostas tentativas de “defesa da família e das crianças” não passam de buscas dos campos conservadores+fundamentalistas de manter seus acessos e seus privilégios, olhando de forma mais direta para as produções de cisnormatividade e cissupremacia, mas necessariamente articuladas à supremacia branca, à riqueza e à heteronormatividade. Mas, além disso, essa produção também é um aglomerado de produções que, apesar de todas essas desgraças, buscam criar outras possibilidades de mundo.