Uso e conhecimento do Narguilé entre estudantes universitários e fatores associados

• Autor(a) principal: Oliveira, Margarete Aparecida de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
• Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2926
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Hábitos de fumar; Produtos do tabaco; Transtornos mental; Smoking habits; Tobacco products; Mental disorders

O narguilé, forma milenar de utilização do tabaco e comum nos países do oriente médio, ganhou popularidade nas últimas décadas como atividade social, principalmente entre os jovens. Existem no mundo cerca de 100 milhões de pessoas que fazem uso diário desse derivado do tabaco, sendo considerado a nova epidemia do século XXl. Objetivos: Avaliar o uso e conhecimento do narguilé entre estudantes universitários da área da saúde de uma universidade pública e possíveis fatores associados. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal e comparativo. O estudo foi realizado em uma universidade pública localizada no Sul do Brasil com 564 estudantes regularmente matriculados em cursos da área da saúde (enfermagem, farmácia, medicina e odontologia). Foram utilizados dois instrumentos autoaplicáveis. O primeiro com perguntas sobre as variáveis socioeconômicas, autoavaliação da saúde, hábitos de vida e informações sobre o uso e conhecimento das consequências do uso do narguilé. O segundo foi a Depression, Anxiety and Stress Scale, traduzida e validada para o português, com o objetivo de avaliar os sintomas de ansiedade, depressão e estresse. A significância estatística foi estabelecida com valor de p<0,05. Resultados: A prevalência de uso ocasional de narguilé para o total de estudantes foi de 51,8% e odontologia apresentou a maior prevalência (56,8%). Foram associados ao uso ocasional do narguilé: ter renda familiar mensal per capita maior de R$ 2.000,00 (p= 0,02; OR=1,8; IC95% 1,10-3,13) e ingerir bebida alcoólica (p<0,001; OR=5,6; IC95% 3,50- 8,94). A maioria (52,3%) relatou fumar narguilé em casa ou na casa de amigos. Familiares e amigos foram as maiores influências para fumar narguilé (71,4% dos casos). A média de idade da primeira experimentação do narguilé foi 17,1 anos. A maioria, 66,3%, nunca foi instruída por um profissional de saúde sobre os riscos desse derivado do tabaco, sendo que estudantes de odontologia foram os que mais receberam orientações (43,3%) (p<0,001). Maiores proporções de estudantes que referiram uso ocasional de narguilé responderam incorretamente as perguntas sobre o narguilé ser prejudicial à saúde (p=0,02), sobre o nível de nicotina que está exposto durante uma sessão do narguilé ser menor quando comparado com a forma tradicional de fumar (p<0,001) e sobre fumar narguilé não fazer mal, pois as impurezas da fumaça são filtradas pela água colocada no recipiente (p<0,01). Estudantes de enfermagem que relataram uso ocasional de narguilé apresentaram 2,8 vezes mais chance de apresentar sintomas graves ou extremamente graves de depressão (IC95%=1,07-7,14). Conclusão: O uso do narguilé entre os estudantes da área da saúde pesquisados foi alto. Enfatiza-se a importância de ações de prevenção e tratamento direcionadas ao uso do narguilé nas universidades, especialmente para desmistificar a ideia de segurança relacionada a esse derivado do tabaco.