Norma e “desvio” em estruturas com clíticos no Português do Brasil: evolução de ontem, interferências de hoje
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Soletras (São Gonçalo. Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/soletras/article/view/12906 |
Resumo: | Este artigo pretende contribuir para analisar a morfossintaxe dos pronomes pessoaisna história da língua portuguesa. Tentar-se-á mostrar, através de um estudo empírico decaráter histórico, como certas estruturas em uso no português oral do Brasil e nas falas dascrianças em fase de aquisição estavam estruturalmente prefiguradas no sistema pronominal doportuguês desde a fase mais remota: a mim, a ele, a nós, a vós, de mim, me a mim, a ele, lhe aele, a nós, a vós. A estrutura V + ele da fala corrente brasileira encontra-se atestada nosprimeiros textos escritos, tendo desaparecido precocemente. Ao contrário do que se possaimaginar, deverá ter tido paralelo na primeira pessoa, a avaliar pela estrutura V + mim,documentada num texto de finais do século XIV. O processo de standardização da línguaescrita foi no sentido de eleger a próclise para todas as pessoas dos pronomes, embora atendência primitiva (de finais do século XIII, princípios do século XIV) tenha sido a ênclise.O facto de a mesóclise aflorar em vários textos de finais do século XIV obriga a colocar ahipótese de a ênclise ter sido altamente estigmatizada e ocultada pela rigidez dos modelossintáticos a que obedecia o texto escrito. |
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