Os dois Teodoros: mutações do Gótico de Horace Walpole a E. T. A. Hoffmann

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wanderleey, André de Sena
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Soletras (São Gonçalo. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/soletras/article/view/11273
Resumo: O presente artigo visa analisar, teórica e comparativamente, os aspectos imaginativos ligados ao universo noturno da prosa gótica, dos inícios, com O castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole (1717-1797), até a consolidação da novela noturna alemã (Nachtstück), através do cotejo daquela obra com o conto O morgadio (1816), de E. T. A. Hoffmann (1776-1822). Busca-se, desse modo, compreender o início da verticalização autoconsciente do gênero horror, visto como uma das vertentes imaginativas da literatura romântica, de sua ânsia verossimilhante inicial até o surgimento de uma nova postura mimética (imaginativa), mais metalinguística e intertextual, que homenageia o Gótico inicial ao tempo que propõe novos aprofundamentos psicológicos. Compreende-se que o Gótico inicial ainda está ligado às imposições do métron e decoro classicistas, apesar dos textos teóricos iniciais (os prefácios) de O castelo de Otranto se referencializarem nas obras do dramaturgo William Shakespeare para compor uma precursora possibilidade de binomia romântica (união do grotesco com o sublime), só efetivamente consubstanciada nas obras do Gótico tardio, como são exemplos vários contos de Hoffmann, que efetivam à perfeição a referida binomia, no óbvio incremento positivo e autoconsciente relativo à categoria do grotesco, em suas conexões com o horror. É graças a este incremento que há o aprofundamento das tipologias iniciais do Gótico e a abertura de espaço para todas as criações artísticas posteriores ligadas ao horror, incluindo as dos dias atuais.
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