THE VICIOUS CYCLE OF FORCED DISPLACEMENTS AND THE FORMATION OF INCOMPLETE SPACES IN MOZAMBIQUE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raimundo, Inês M.
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Geo UERJ
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/53912
Resumo: Este artigo baseou-se em vários estudos realizados pela autora sobre Migracões Forçadas em Moçambique e, apresenta a radiografia de um país com espaços habitacionais resultantes da conjugação de fatores político-militares, desastres naturais, projetos de desenvolvimento e de imigrações internacionais. Moçambique é um país da África Austral situado na costa oriental de África. É banhado pelo Canal de Moçambique em uma extensão de 2700Km. Desde que ficou independente de Portugal em 1975, tem sofrido metamorfoses significativas em seu espaço geográfico, originadas por fenômenos cíclicos de desastres naturais, por eventos político-militares, sociais e econômicos que não permitem que a sua população não conheça o real significado de sedentarismo com o aparecimento da chamada População Deslocada Internamente e população refugiada. Após a sua independência, o país adotou uma “política hospitaleira” de acolhimento dos povos em fuga de países de regimes opressores, como são os casos do Chile, Rodésia do Sul (atual Zimbabwe) e África do Sul. Pela sua localização geográfica e pelo fato de ter experimentado uma paz militar entre 1992 e 2013, o país passou também a receber requerentes de asilo e refugiados, particularmente da região dos Grandes Lagos de África e do Corno de África, além de investidores ou pretensos investidores provenientes de várias partes do mundo com destaque para a África, Ásia Menor, Europa, China, América do Norte e Brasil que em muito contribuíram para a configuração espacial de Moçambique. Importa referir que a população imigrante e em ‘fuga’ raramente fixa “raízes” nos países de acolhimento, razão pela qual é possível observar em quase todo o território nacional a existência de lugares cuja ocupação reflete cenários de projetos não concluidos (ruínas) e  infraestruturas destruídas ou inacabadas. Por exemplo, no Sul de Moçambique o Distrito de Xai-Xai e o projeto de areias pesadas, no Centro de Moçambique nos Distritos de Manica e Sofala e no Norte de Moçambique no Distrito de Mandimba, na Província de Niassa. Os  projetos de desenvolvimento em curso, espelham sem dúvidas a emergência de um país em conflitos permanentes e em reconstituição. Trata-se de um processo vicioso e cíclico que, ao longo do tempo aqui considerado, faz surgir espaços habitacionais de construção e de destruição/desconstrução, razão pela qual os chamamos espaços incompletos/inacabados.
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spelling THE VICIOUS CYCLE OF FORCED DISPLACEMENTS AND THE FORMATION OF INCOMPLETE SPACES IN MOZAMBIQUEO CICLO VICIOSO DE DESLOCAMENTOS FORÇADOS E A FORMAÇÃO DE ESPAÇOS INCOMPLETOS EM MOÇAMBIQUEMigrationsInternally Displaced PersonsRefugeesincomplete spacesMigrações. População Deslocada Internamente. Refugiados. espaços incompletosEste artigo baseou-se em vários estudos realizados pela autora sobre Migracões Forçadas em Moçambique e, apresenta a radiografia de um país com espaços habitacionais resultantes da conjugação de fatores político-militares, desastres naturais, projetos de desenvolvimento e de imigrações internacionais. Moçambique é um país da África Austral situado na costa oriental de África. É banhado pelo Canal de Moçambique em uma extensão de 2700Km. Desde que ficou independente de Portugal em 1975, tem sofrido metamorfoses significativas em seu espaço geográfico, originadas por fenômenos cíclicos de desastres naturais, por eventos político-militares, sociais e econômicos que não permitem que a sua população não conheça o real significado de sedentarismo com o aparecimento da chamada População Deslocada Internamente e população refugiada. Após a sua independência, o país adotou uma “política hospitaleira” de acolhimento dos povos em fuga de países de regimes opressores, como são os casos do Chile, Rodésia do Sul (atual Zimbabwe) e África do Sul. Pela sua localização geográfica e pelo fato de ter experimentado uma paz militar entre 1992 e 2013, o país passou também a receber requerentes de asilo e refugiados, particularmente da região dos Grandes Lagos de África e do Corno de África, além de investidores ou pretensos investidores provenientes de várias partes do mundo com destaque para a África, Ásia Menor, Europa, China, América do Norte e Brasil que em muito contribuíram para a configuração espacial de Moçambique. Importa referir que a população imigrante e em ‘fuga’ raramente fixa “raízes” nos países de acolhimento, razão pela qual é possível observar em quase todo o território nacional a existência de lugares cuja ocupação reflete cenários de projetos não concluidos (ruínas) e  infraestruturas destruídas ou inacabadas. Por exemplo, no Sul de Moçambique o Distrito de Xai-Xai e o projeto de areias pesadas, no Centro de Moçambique nos Distritos de Manica e Sofala e no Norte de Moçambique no Distrito de Mandimba, na Província de Niassa. Os  projetos de desenvolvimento em curso, espelham sem dúvidas a emergência de um país em conflitos permanentes e em reconstituição. Trata-se de um processo vicioso e cíclico que, ao longo do tempo aqui considerado, faz surgir espaços habitacionais de construção e de destruição/desconstrução, razão pela qual os chamamos espaços incompletos/inacabados.This article is based on various studies undertaken by the author on Forced Migrations in Mozambique and it introduces to the radiography of a country, which has brought forth  housing spaces deemed incomplete, that have resulted from a combination of political-military tensions, natural disasters, development projects and international migration trends. Mozambique is a Southern African country, located in the southern East side of the continent. The Channel of Mozambique lies in east coast limit zone of Mozambique in an extension of 2700Km stretch. Since its independence from Portugal in 1975, the country has undergone through some significant metamorphoses in its geographical territorial space, originated by cyclical natural disasters, political and military events; social and economic factors that hindered development and made people not realize the true meaning of sedentary, as there is an emergency call towards Internally Displaced persons and refugees.  It is on record that upon its independence, the country adopted a “hospitable policy” of hosting people that were escaping from oppressive regimes such as “the likes” of Chile, former Southern Rhodesia (currently Zimbabwe), East Timor and South Africa. Due to geographical location factors and the fact that the country  enjoyed military peace between 1992 and 2013, Mozambique played an important role in  hosting asylum seekers and refugees from  the Region of Great lakes of Africa and the Horn of Africa, apart from investors and those who pretended to be investors, the country saw an  influx of people from different parts of the world, Africa being the main contributor, Middle East, Europe, China, North America and Brazil have contributed to the spatial shape of Mozambique. It is important to refer that the immigrant population and those that are fleeing rarely fixe their “roots” in hosting countries. The reason being, it is possible to observe in all national territory the existence of places which reflects the reminiscent of a war thorn scenario, which either construction buildings are not yet concluded or are partially destroyed. The example of such, for instance the City of Xai-Xai in Southern Mozambique, with the heavy sand project, the province of Sofala and the unfinished Sugar plantation project while in Mandimba district in northern Mozambique, a place filled with ruins. The development projects in course reflect without a doubt the emergency character of a country with never-ending conflicts and under reconstruction. It is about a vicious cycle that along time remained an obstacle in allocating, housing spaces for construction purposes and for that I call incomplete spaces or unfinished spaces.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2020-08-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/5391210.12957/geouerj.2020.53912Geo UERJ; n. 37 (2020): Jul/Dez - Olhares Geográficos sobre o Moçambique; e539121981-90211415-7543reponame:Geo UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/53912/34786Copyright (c) 2020 Inês M. Raimundoinfo:eu-repo/semantics/openAccessRaimundo, Inês M.2022-02-20T22:23:21Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/53912Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/geouerjPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/oaitunesregina@gmail.com || ppeuerj@eduerj.uerj.br || geouerj.revista@gmail.com || glauciomarafon@hotmail.com1981-90211415-7543opendoar:2022-02-20T22:23:21Geo UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
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