human education and ontological condition of childhood
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20657 |
Resumo: | O ensaio reconstrói, na primeira parte, o conceito de descontinuidade da infância como condição ontológica da existência humana, amparando-se na definição desenvolvida por Walter Kohan, em seu livro Infância. Entre educação e filosofia. Procura mostrar, brevemente, o vínculo dessa tese, por um lado, com a noção heideggeriana de ontologia e, por outro, com a concepção foucaultiana de ontologia do presente. No que se refere à Heidegger, retém a noção de temporalização do Dasein como crítica à tradição metafísica ocidental. Essa noção será decisiva à historicização foucaultiana do sujeito e o tratamento que esse pensador oferece da atualidade como forma de pensamento sobre nós mesmos. Nesse sentido, temporalização do Dasein e historicização do sujeito estão na base da noção de infância como descontinuidade, destacando o aspecto indeterminado da condição humana e, com ele, a possibilidade de criação inerente à ação humana. Contudo, o ensaio se esforça também, na segunda parte, para evidenciar o quanto a noção de descontinuidade da infância lança raízes no discurso filosófico moderno, encontrando guarida na noção rousseauniana de perfectibilité. Tal noção antecipa, ainda no início da modernidade, a dimensão flexível e indeterminada da condição humana, exigindo que o amplo processo educacional e formativo do ser humano, esboçado por Rousseau no Émile, por meio de seu educando fictício, seja aberto e plural. O ensaio foca sua análise na imbricação entre a noção aberta e indeterminada da condição humana, assegurada pela perfectibilidade, e o processo formativo que pressupõe a própria descontinuidade da infância. Nesse contexto, a descontinuidade é compreendida como espontaneidade e criatividade da ação, intrínsecas à capacidade que cada criança e educando possuem para fazer suas próprias experiências. Por defender essa ideia em seu projeto educacional, o Émile de Rousseau torna-se uma obra indispensável para pensar de modo criativo problemas de fronteira entre filosofia e educação, tomando inclusive a própria noção de infância como mediadora da relação entre reflexão filosófica e práxis pedagógica. |
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Nesse sentido, temporalização do Dasein e historicização do sujeito estão na base da noção de infância como descontinuidade, destacando o aspecto indeterminado da condição humana e, com ele, a possibilidade de criação inerente à ação humana. Contudo, o ensaio se esforça também, na segunda parte, para evidenciar o quanto a noção de descontinuidade da infância lança raízes no discurso filosófico moderno, encontrando guarida na noção rousseauniana de perfectibilité. Tal noção antecipa, ainda no início da modernidade, a dimensão flexível e indeterminada da condição humana, exigindo que o amplo processo educacional e formativo do ser humano, esboçado por Rousseau no Émile, por meio de seu educando fictício, seja aberto e plural. O ensaio foca sua análise na imbricação entre a noção aberta e indeterminada da condição humana, assegurada pela perfectibilidade, e o processo formativo que pressupõe a própria descontinuidade da infância. Nesse contexto, a descontinuidade é compreendida como espontaneidade e criatividade da ação, intrínsecas à capacidade que cada criança e educando possuem para fazer suas próprias experiências. Por defender essa ideia em seu projeto educacional, o Émile de Rousseau torna-se uma obra indispensável para pensar de modo criativo problemas de fronteira entre filosofia e educação, tomando inclusive a própria noção de infância como mediadora da relação entre reflexão filosófica e práxis pedagógica.Este ensayo reconstruye, en la primera parte, el concepto de discontinuidad de la infancia como condición ontológica de la existencia humana, con apoyo en la definición desarrollada por Walter Kohan en su libro Infancia. Entre educación y filosofía. Busca mostrar, en pocas palabras, el vínculo de esta tesis, en primer lugar, con la noción heideggeriana de ontología y, en segundo lugar, con la concepción de Foucault de la ontología del presente. Con respecto a Heidegger, mantiene la noción de temporalización del Dasein como crítica a la tradición metafísica occidental. Esta idea será crucial para la historización foucaultiana del sujeto y el tratamiento de la actualidad que ese pensador ofrece como forma de pensamiento sobre nosotros mismos. En este sentido, temporalización del Dasein e historicidad del sujeto están a la base de la noción de infancia como discontinuidad, destacando el aspecto indeterminado de la condición humana y, con él, la posibilidad de creación inherente a la acción humana. Sin embargo, este ensayo también se esfuerza, en la segunda parte, para mostrar cómo la noción de discontinuidad de la infancia hecha raíces en el discurso filosófico moderno, encontrando refugio en la noción rousseauniana de perfectibilité. Esta noción anticipa, aun en el principio de la modernidad, la dimensión flexible e indeterminada de la condición humana, lo que exige que el amplio proceso de educación y formación del ser humano, esbozado por Rousseau en el Emilio, a través de su educando ficticio, sea abierto y plural. El ensayo centra su análisis en la conexión entre la noción abierta e indeterminada de la condición humana, asegurada por la perfectibilidad y el proceso formativo que presupone la propia discontinuidad de la infancia. En este contexto, la discontinuidad se entiende como espontaneidad y creatividad de la acción, intrínsecas a la capacidad que cada niño y cada educando poseen para hacer sus propias experiencias. Por defender esta idea en su proyecto educativo, el Émile de Rousseau se convierte en una obra indispensable para pensar creativamente problemas de frontera entre la filosofía y la educación, tomando incluso a la propia noción de infancia como mediadora de la relación entre reflexión filosófica y praxis pedagógica.The first part of this essay reconstructs the concept of childhood discontinuity as an ontological condition of human existence, following the definition developed by Walter Kohan, in his book Infância. Entre educação e Filosofia. The text briefly shows the connection between his thesis and both Heidegger's and Foucault’s notions of ontology. In relation to Heidegger, Kohan’s definition retains the temporal notion of Dasein as a critique of Western metaphysical tradition. That notion was crucial to Foucault's historicizing of the subject and his treatment of the present as a way of thinking about ourselves. In this sense, Dasein as temporality and the subject’s historicity are based on the notion of childhood as a discontinuity, emphasizing the unlimited aspect of the human condition and the possibility of creating inherent in human action. The second part of the essay describes how the notion of childhood as discontinuity took root in modern philosophical discourse, finding a place in Rousseau’s notion of perfectibilité. In early modern times, that notion anticipated the flexible and indeterminate dimension of the human condition, requiring an open and pluralistic process of human education and formation, exemplified by Rousseau in his Émile. Here the essay focuses its analysis on the overlap between an open and indeterminate notion of the human condition, secured by perfectibility, and the formative process which presupposes the childhood’s own discontinuity. In this context, this discontinuity is understood as spontaneity and creativity of action, the intrinsic ability of each child and student has to make their own experiences. Because of the fact that it defends this idea, the Émile of Rousseau is an indispensable work for thinking the boundary problems between philosophy and education in a creative way, taking the notion of childhood as a mediator of the relation between philosophical reflection and pedagogical praxis.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2014-02-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20657childhood & philosophy; Vol. 9 Núm. 18 (2013): jul./dic.; 245-271childhood & philosophy; v. 9 n. 18 (2013): jul./dez.; 245-271childhood & philosophy; Vol. 9 No. 18 (2013): july/dec.; 245-2711984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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