fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: iiritano, massimo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: ita
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30434
Resumo: A análise do Sócrates de Hannah Arendt abre a possibilidade de uma fértil reinterpretação do sentido e do modo de conceber a filosofia com crianças. Um modo que dentro da presente proposta é definido como “utópico”, dado que pretende retomar, com a lição socrática, o quanto permanece nele aberto, indeterminado, passível de renascimento do encanto na viva oralidade de um diálogo filosófico – absolutamente sem precedentes e imprevisível – como o que é travado com uma criança. O espaço dado ao inesperado, à escuta, à livre divergência, se torna então radical, passa a se tornar uma fundação paradoxal de uma “metodologia” que não pode ser captada por esquemas e caminhos estruturados, dado que permanece aberta ao espaço “utópico” do filosofar. A comparação com Arendt é então oferecida, por referências à outras leituras que são contemporâneas à lição socrática, com a experiência vivenciada pela autora, que liderou por anos laboratórios de filosofia com crianças de escolas primárias. De fato, Sócrates nunca foi e nunca pretendeu atuar como “mestre”: sua condução do diálogo, mesmo sendo sempre assimétrica, teve sempre como objetivo explorar no interlocutor a sua própria linha de raciocínio, e nunca o oposto (evidente e quase que paradoxal em Platão), nunca tendo como fim o ensinamento de uma doutrina. Mais vale, ao invés, levar o interlocutor da suposta certeza até uma radical incerteza, da opinião até a dúvida, da afirmação à aporia. Disso temos que autenticamente experimentar, antes de tudo, quando nos colocamos a ouvir as questões das crianças, quando tentamos dialogar com elas, “fazer filosofia”, “pensar junto”.
id UERJ-22_c7f8bb5d7bb547a2deea31731186a282
oai_identifier_str oai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/30434
network_acronym_str UERJ-22
network_name_str Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
repository_id_str
spelling fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendtdoing philosophy with children. an utopian path from socrates to hannah arendthaciendo filosofía con niños y niñas. un camino utópico desde sócrates hasta hannah arendt.fazendo filosofia com crianças. um caminho utópico desde sócrates até hannah arendtutopíadiálogopensando juntosfilosofia con i bambinisocratedialogoutopiadiálogopensamento em conjuntoutopiadialoguethinking togetherA análise do Sócrates de Hannah Arendt abre a possibilidade de uma fértil reinterpretação do sentido e do modo de conceber a filosofia com crianças. Um modo que dentro da presente proposta é definido como “utópico”, dado que pretende retomar, com a lição socrática, o quanto permanece nele aberto, indeterminado, passível de renascimento do encanto na viva oralidade de um diálogo filosófico – absolutamente sem precedentes e imprevisível – como o que é travado com uma criança. O espaço dado ao inesperado, à escuta, à livre divergência, se torna então radical, passa a se tornar uma fundação paradoxal de uma “metodologia” que não pode ser captada por esquemas e caminhos estruturados, dado que permanece aberta ao espaço “utópico” do filosofar. A comparação com Arendt é então oferecida, por referências à outras leituras que são contemporâneas à lição socrática, com a experiência vivenciada pela autora, que liderou por anos laboratórios de filosofia com crianças de escolas primárias. De fato, Sócrates nunca foi e nunca pretendeu atuar como “mestre”: sua condução do diálogo, mesmo sendo sempre assimétrica, teve sempre como objetivo explorar no interlocutor a sua própria linha de raciocínio, e nunca o oposto (evidente e quase que paradoxal em Platão), nunca tendo como fim o ensinamento de uma doutrina. Mais vale, ao invés, levar o interlocutor da suposta certeza até uma radical incerteza, da opinião até a dúvida, da afirmação à aporia. Disso temos que autenticamente experimentar, antes de tudo, quando nos colocamos a ouvir as questões das crianças, quando tentamos dialogar com elas, “fazer filosofia”, “pensar junto”.The analysis of Hannah Arendt's Socrate opens up the possibility of a fruitful rethinking of the sense and way of conceiving philosophy with children. A way that in this proposal is defined as "Utopian", since it intends to resume, with the Socratic lesson, just how much remains in it open, undetermined, capable of reviving with enchantment in the living of the orality of a philosophical dialogue- absolutely unprecedented and unpredictable - such as that with children. The space given to the unexpected, to listening, to free divergence, then becomes radical, comes to be a paradoxical foundation of a "methodology" that cannot be captured in structured schemes and paths, since it remains open to the "utopian" space of philosophizing. The comparison with Arendt is therefore interleaved, through references to other readings that are contemporary of the Socratic lesson, with the experience lived of the author, who has been leading for years philosophy workshops with primary school children. Of course, Socrates has never been and never wanted to act as a "master": his conducting the dialogue, although always being asymmetric, is aimed at bringing the interlocutor on his line of reasoning and never the opposite (obvious and almost paradoxical in Plato), has never had as end the teaching of some doctrine. How much, rather, to lead the interlocutor from the presumed certainty to radical uncertainty, from opinion to doubt, from affirmation to aporia. Thiswe must authentically experiment, before anything else, when we place ourselves inlistening to children's questions, when we try to dialogue with them, to "do philosophy", to "think together".El análisis de Sócrates hecho por Hannah Arendt abre la posibilidad a una fértil re-interpretación del sentido y del modo de concebir la filosofía con niños y niñas. Un modo que dentro de la presente propuesta es definido como “utópico”, dado que pretende retomar, con la lección socrática, lo que en él permanece abierto, indeterminado, capaz de renacer, con encanto, en la vida de la oralidad de un diálogo filosófico -absolutamente sin precedentes e imprevisible - como lo es el diálogo con una niña y/o un niño. El espacio dado a lo inesperado, a la escucha, a la libre divergencia, se hace entonces radical, pasa a ser una función paradojal de una “metodología” que no puede ser captada por esquemas y caminos estructurados, dado que permanece abierta al espacio “utópico” del filosofar. La comparación con Arendt es entonces ofrecida, por referencias a otras lecturas que son contemporáneas a la lección socrática, con la experiencia vivenciada por la autora de este artículo, que lideró por años laboratorios de Filosofía con Niños y Niñas en escuelas primarias. De hecho, Sócrates nunca fue y nunca pretendió actuar como “maestro”: su conducción del diálogo, incluso siendo asimétrica, tuvo siempre como objetivo explorar en el interlocutor su propia línea de raciocinio, y nunca lo opuesto (evidente y casi que paradojal en Platón), nunca tuvo como fin el enseñamiento de una doctrina. Más bien, al revés, llevar al interlocutor de la supuesta certeza hasta una radical incerteza, de la opinión hasta la duda, de la afirmación a la aporía. Eso que tenemos que experimentar auténticamente, antes de todo, cuando nos disponemos a oír las preguntas de un niño y/o niña, cuando intentamos dialogar con ellas, “hacer filosofía”, “pensar juntos”.Incontrare il Socrate di Hannah Arendt, per chi come e da anni tenta di “fare filosofia” con i bambini, è un’esperienza esistenziale, prima ancora che filosofica. Lo è stata per me, credo che non possa non esserlo per chiunque lo legga. La sua verità esistenziale, per dirla con Kierkegaard, va infatti al di là, o più esattamente sta al di qua, di qualsiasi considerazione storico-filosofica sulla sua indubbia rilevanza e originalità. Quanto possa essere utile tutto ciò per ripensare una possibile via “utopica” del dialogo socratico da riscoprire attraverso la filosofia con i bambini, è quanto cercherò brevemente di sostenere in questo mio contributo. I tre punti centrali della riflessione di Hannah Arendt su Socrate (La verità nella doxa, Pensare insieme, So di non sapere), sono quindi ripercorsi e approfonditi attarverso un confronto diretto con la mia esperienza di filosofia con i bambini. Universidade do Estado do Rio de Janeiro2018-05-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/3043410.12957/childphilo.2018.30434childhood & philosophy; Vol. 14 Núm. 30 (2018): mayo/sep.; 471-482childhood & philosophy; v. 14 n. 30 (2018): maio/ago.; 471-482childhood & philosophy; Vol. 14 No. 30 (2018): may/aug.; 471-4821984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJitahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30434/24067Copyright (c) 2018 childhood & philosophyinfo:eu-repo/semantics/openAccessiiritano, massimo2018-10-17T18:20:37Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/30434Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhoodPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhood/oaiwokohan@gmail.com || wokohan@gmail.com1984-59871984-5987opendoar:2018-10-17T18:20:37Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
dc.title.none.fl_str_mv fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
doing philosophy with children. an utopian path from socrates to hannah arendt
haciendo filosofía con niños y niñas. un camino utópico desde sócrates hasta hannah arendt.
fazendo filosofia com crianças. um caminho utópico desde sócrates até hannah arendt
title fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
spellingShingle fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
iiritano, massimo
utopía
diálogo
pensando juntos
filosofia con i bambini
socrate
dialogo
utopia
diálogo
pensamento em conjunto
utopia
dialogue
thinking together
title_short fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
title_full fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
title_fullStr fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
title_full_unstemmed fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
title_sort fare filosofia con i bambini. un percorso utopico da Socrate ad Hannah Arendt
author iiritano, massimo
author_facet iiritano, massimo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv iiritano, massimo
dc.subject.por.fl_str_mv utopía
diálogo
pensando juntos
filosofia con i bambini
socrate
dialogo
utopia
diálogo
pensamento em conjunto
utopia
dialogue
thinking together
topic utopía
diálogo
pensando juntos
filosofia con i bambini
socrate
dialogo
utopia
diálogo
pensamento em conjunto
utopia
dialogue
thinking together
description A análise do Sócrates de Hannah Arendt abre a possibilidade de uma fértil reinterpretação do sentido e do modo de conceber a filosofia com crianças. Um modo que dentro da presente proposta é definido como “utópico”, dado que pretende retomar, com a lição socrática, o quanto permanece nele aberto, indeterminado, passível de renascimento do encanto na viva oralidade de um diálogo filosófico – absolutamente sem precedentes e imprevisível – como o que é travado com uma criança. O espaço dado ao inesperado, à escuta, à livre divergência, se torna então radical, passa a se tornar uma fundação paradoxal de uma “metodologia” que não pode ser captada por esquemas e caminhos estruturados, dado que permanece aberta ao espaço “utópico” do filosofar. A comparação com Arendt é então oferecida, por referências à outras leituras que são contemporâneas à lição socrática, com a experiência vivenciada pela autora, que liderou por anos laboratórios de filosofia com crianças de escolas primárias. De fato, Sócrates nunca foi e nunca pretendeu atuar como “mestre”: sua condução do diálogo, mesmo sendo sempre assimétrica, teve sempre como objetivo explorar no interlocutor a sua própria linha de raciocínio, e nunca o oposto (evidente e quase que paradoxal em Platão), nunca tendo como fim o ensinamento de uma doutrina. Mais vale, ao invés, levar o interlocutor da suposta certeza até uma radical incerteza, da opinião até a dúvida, da afirmação à aporia. Disso temos que autenticamente experimentar, antes de tudo, quando nos colocamos a ouvir as questões das crianças, quando tentamos dialogar com elas, “fazer filosofia”, “pensar junto”.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-05-07
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30434
10.12957/childphilo.2018.30434
url https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30434
identifier_str_mv 10.12957/childphilo.2018.30434
dc.language.iso.fl_str_mv ita
language ita
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30434/24067
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 childhood & philosophy
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 childhood & philosophy
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv childhood & philosophy; Vol. 14 Núm. 30 (2018): mayo/sep.; 471-482
childhood & philosophy; v. 14 n. 30 (2018): maio/ago.; 471-482
childhood & philosophy; Vol. 14 No. 30 (2018): may/aug.; 471-482
1984-5987
reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
instname_str Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron_str UERJ
institution UERJ
reponame_str Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
collection Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
repository.name.fl_str_mv Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
repository.mail.fl_str_mv wokohan@gmail.com || wokohan@gmail.com
_version_ 1799317591693459456