questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: postiglione, enrico
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30843
Resumo: "Filosofia para Crianças", primeiramente proposto por M. Lipman, e desenvolvido de maneira determinante com a contribuição de A. M. Sharp, visa nutrir tanto o pensamento crítico quanto a capacidade argumentativa dos participantes, aprimorando sua disposição dialógica e estimulando sua atitude inclusiva e respeitosa. O modelo concebe a criança como um recurso crucial para o desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, para a investigação filosófica: como o pensamento das crianças é supostamente isento de dogmas e teorias incontestáveis que predominam nas visões dos adultos, suas perguntas ou argumentos acerca de questões filosóficas podem lançar nova luz sobre elas, ou mesmo evidenciar algumas contradições da sociedade adulta, que em condições normais são inconscientemente desconsideradas. Em resumo, então, o pano de fundo filosófico do P4C (Philosophy for Children) defende uma filosofia prática, destacando o valor do pensamento crítico e questionamento ambicioso contra uma aceitação dócil de teorias (e práticas sociais) consolidadas. Dinâmicas dialógicas compartilhadas e inclusivas são então consideradas como um meio para melhorar tanto o desenvolvimento social quanto o nível de pesquisa. No entanto, subestimar alguns perigos escondidos no emaranhado da atividade dialógica poderia desviar modelos como o P4C de seus próprios objetivos. Neste artigo, a partir da observação de várias sessões do P4C, enfrento um desses possíveis riscos, concentrando-me no processo de escolha de perguntas. Argumento que, embora sejam supostamente recortes da sociedade, as comunidades de investigação definidas por Lipman são contextos regidos por convenções, em que os integrantes participam de um procedimento: as sentenças pronunciadas dentro da comunidade possuem um alto valor performativo. De acordo com o modelo, uma questão combinada é o ponto de partida para a discussão, cuja natureza depende de vários fatores: a abertura epistêmica da questão inicial é uma delas. Nesta fase (a saber, durante a atividade de questionamento), independentemente de uma intenção explícita, em alguns casos, as diferenças sociais e culturais entre os participantes não são completamente eliminadas. Assim, em comunidades de investigação heterogêneas, o processo de passar da escolha da questão para a discussão planejada esconde algumas dificuldades para o facilitador. Em tais circunstâncias, a atividade questionadora é frequentemente a premissa de uma discussão menos proveitosa. Proponho, portanto, uma inclusão metodológica ao modelo padrão P4C, como um meio adicional para possibilitar que o facilitador promova tanto a participação quanto a abertura epistêmica, mesmo em comunidades heterogêneas.
id UERJ-22_fb29a9c19fe0e882cc352e37863b1701
oai_identifier_str oai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/30843
network_acronym_str UERJ-22
network_name_str Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
repository_id_str
spelling questions and performatives - communities of inquiry as conventional contextspreguntas y performatividad - comunidades de investigação como contextos convencionalesperguntas e performatividades - comunidades de investigação como contextos convencionaiscommunities of inquiryquestionsperformative language"Filosofia para Crianças", primeiramente proposto por M. Lipman, e desenvolvido de maneira determinante com a contribuição de A. M. Sharp, visa nutrir tanto o pensamento crítico quanto a capacidade argumentativa dos participantes, aprimorando sua disposição dialógica e estimulando sua atitude inclusiva e respeitosa. O modelo concebe a criança como um recurso crucial para o desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, para a investigação filosófica: como o pensamento das crianças é supostamente isento de dogmas e teorias incontestáveis que predominam nas visões dos adultos, suas perguntas ou argumentos acerca de questões filosóficas podem lançar nova luz sobre elas, ou mesmo evidenciar algumas contradições da sociedade adulta, que em condições normais são inconscientemente desconsideradas. Em resumo, então, o pano de fundo filosófico do P4C (Philosophy for Children) defende uma filosofia prática, destacando o valor do pensamento crítico e questionamento ambicioso contra uma aceitação dócil de teorias (e práticas sociais) consolidadas. Dinâmicas dialógicas compartilhadas e inclusivas são então consideradas como um meio para melhorar tanto o desenvolvimento social quanto o nível de pesquisa. No entanto, subestimar alguns perigos escondidos no emaranhado da atividade dialógica poderia desviar modelos como o P4C de seus próprios objetivos. Neste artigo, a partir da observação de várias sessões do P4C, enfrento um desses possíveis riscos, concentrando-me no processo de escolha de perguntas. Argumento que, embora sejam supostamente recortes da sociedade, as comunidades de investigação definidas por Lipman são contextos regidos por convenções, em que os integrantes participam de um procedimento: as sentenças pronunciadas dentro da comunidade possuem um alto valor performativo. De acordo com o modelo, uma questão combinada é o ponto de partida para a discussão, cuja natureza depende de vários fatores: a abertura epistêmica da questão inicial é uma delas. Nesta fase (a saber, durante a atividade de questionamento), independentemente de uma intenção explícita, em alguns casos, as diferenças sociais e culturais entre os participantes não são completamente eliminadas. Assim, em comunidades de investigação heterogêneas, o processo de passar da escolha da questão para a discussão planejada esconde algumas dificuldades para o facilitador. Em tais circunstâncias, a atividade questionadora é frequentemente a premissa de uma discussão menos proveitosa. Proponho, portanto, uma inclusão metodológica ao modelo padrão P4C, como um meio adicional para possibilitar que o facilitador promova tanto a participação quanto a abertura epistêmica, mesmo em comunidades heterogêneas.El programa "Filosofía para Niños", inicialmente propuesto por M. Lipman, y desarrollado con la contribución determinante de A. M. Sharp, busca desarrollar tanto el pensamiento crítico como la capacidad argumentativa de los participantes, mejorando su disposición dialógica y estimulando su actitud inclusiva y respetuosa. El modelo concibe al niño como un recurso crucial para el desarrollo social y, al mismo tiempo, para la investigación filosófica: como el pensamiento de los niños está supuestamente libre de dogmas y teorías irrefutables que predominan en las visiones adultas, sus preguntas o argumentos acerca de cuestiones filosóficas pueden arrojar una nueva luz sobre ellas, o inclusive, dejar en evidencia algunas contradicciones de la sociedad adulta, que en condiciones normales son inconscientemente desconsideradas. En resumen, P4C (Philosophy for Children) defiende una filosofía práctica, que destaca el valor del pensamiento crítico y cuestionamiento que ambiciona oponerse a una aceptación dócil de teorías (y prácticas sociales) consolidadas. Dinámicas dialógicas compartidas e inclusivas son consideradas como un medio para mejorar tanto el desarrollo social como el nivel de indagación. Sin embargo, subestimar algunos peligros escondidos en la complejidad de la actividad dialógica podría desviar modelos como el de P4C de sus propios objetivos. En el presente artículo, a partir da observación de varias sesiones de P4C, abordo uno de esos posibles riesgos, concentrándome en el proceso de selección de preguntas. Argumento que, aunque sean supuestos recortes de la sociedad, las comunidades de investigación definidas por Lipman son contextos regidos por convenciones, en los que los integrantes participan de un procedimiento: las sentencias pronunciadas dentro de la comunidad poseen un alto valor performativo. De acuerdo con el modelo, una cuestión escogida colectivamente es el punto de partida de la discusión, cuya naturaleza depende de varios factores: la apertura epistémica de la pregunta inicial es una de ellas. En esta fase (a saber, durante la actividad de cuestionamiento), independientemente de una intención explícita, en algunos casos, las diferencias sociales y culturales entre los participantes no son completamente eliminadas. Así, en las comunidades de investigación heterogéneas, el proceso de pasar de la elección de la pregunta a la discusión planeada esconde algunas dificultades para el facilitador. En tales circunstancias, la actividad cuestionadora es frecuentemente la premisa de una discusión menos provechosa. Propongo, por lo tanto, una inclusión metodológica al modelo P4C, como un medio adicional para posibilitar que el facilitador promueva tanto la participación como la apertura epistémica, incluso en comunidades heterogéneas.‘Philosophy for Children’, firstly proposed by Matthew Lipman, aims to nourish both critical thinking and argumentative ability of participants. This model conceives of children as a crucial resource for social development: their thought is supposed to be free from undisputable dogmas and theories. Therefore, their questions about philosophical issues can shed new light on them, or even underline some contradictions of the adult-like society, that we unconsciously tend to disregard. The philosophical background of P4C pushes for an in-practice philosophy, highlighting the value of critical thinking and ambitious questioning against a docile acceptance of well-established theories (and social practices). Yet, a radical interpretation of this claim results in a widespread relativism that would mislead models such as P4C from their own goals. In this paper, resulting from the observation of several P4C sessions, I argue that, although they are supposed to be cross-sections of social environments, communities of inquiry as defined by Lipman are conventional (ceremonial) contexts: the sentences pronounced within the community, are highly performative. Moreover, the quality of research crucially rests on the epistemic openness of a jointly-chosen question, that influences the following discussion. However, sometimes social and cultural differences among participants are not completely erased within heterogeneous communities of inquiry. Hence, by rejecting the radical interpretation, I propose a methodological integration to the standard P4C model, that could assure both participation and epistemic openness even in heterogeneous communities.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2018-09-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/3084310.12957/childphilo.2018.30843childhood & philosophy; Vol. 14 Núm. 31 (2018): sep./dec.; 697-714childhood & philosophy; v. 14 n. 31 (2018): set./dez.; 697-714childhood & philosophy; Vol. 14 No. 31 (2018): sep./dec.; 697-7141984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJenghttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30843/26396Copyright (c) 2018 childhood & philosophyinfo:eu-repo/semantics/openAccesspostiglione, enrico2020-01-22T15:01:15Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/30843Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhoodPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhood/oaiwokohan@gmail.com || wokohan@gmail.com1984-59871984-5987opendoar:2020-01-22T15:01:15Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
dc.title.none.fl_str_mv questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
preguntas y performatividad - comunidades de investigação como contextos convencionales
perguntas e performatividades - comunidades de investigação como contextos convencionais
title questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
spellingShingle questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
postiglione, enrico
communities of inquiry
questions
performative language
title_short questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
title_full questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
title_fullStr questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
title_full_unstemmed questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
title_sort questions and performatives - communities of inquiry as conventional contexts
author postiglione, enrico
author_facet postiglione, enrico
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv postiglione, enrico
dc.subject.por.fl_str_mv communities of inquiry
questions
performative language
topic communities of inquiry
questions
performative language
description "Filosofia para Crianças", primeiramente proposto por M. Lipman, e desenvolvido de maneira determinante com a contribuição de A. M. Sharp, visa nutrir tanto o pensamento crítico quanto a capacidade argumentativa dos participantes, aprimorando sua disposição dialógica e estimulando sua atitude inclusiva e respeitosa. O modelo concebe a criança como um recurso crucial para o desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, para a investigação filosófica: como o pensamento das crianças é supostamente isento de dogmas e teorias incontestáveis que predominam nas visões dos adultos, suas perguntas ou argumentos acerca de questões filosóficas podem lançar nova luz sobre elas, ou mesmo evidenciar algumas contradições da sociedade adulta, que em condições normais são inconscientemente desconsideradas. Em resumo, então, o pano de fundo filosófico do P4C (Philosophy for Children) defende uma filosofia prática, destacando o valor do pensamento crítico e questionamento ambicioso contra uma aceitação dócil de teorias (e práticas sociais) consolidadas. Dinâmicas dialógicas compartilhadas e inclusivas são então consideradas como um meio para melhorar tanto o desenvolvimento social quanto o nível de pesquisa. No entanto, subestimar alguns perigos escondidos no emaranhado da atividade dialógica poderia desviar modelos como o P4C de seus próprios objetivos. Neste artigo, a partir da observação de várias sessões do P4C, enfrento um desses possíveis riscos, concentrando-me no processo de escolha de perguntas. Argumento que, embora sejam supostamente recortes da sociedade, as comunidades de investigação definidas por Lipman são contextos regidos por convenções, em que os integrantes participam de um procedimento: as sentenças pronunciadas dentro da comunidade possuem um alto valor performativo. De acordo com o modelo, uma questão combinada é o ponto de partida para a discussão, cuja natureza depende de vários fatores: a abertura epistêmica da questão inicial é uma delas. Nesta fase (a saber, durante a atividade de questionamento), independentemente de uma intenção explícita, em alguns casos, as diferenças sociais e culturais entre os participantes não são completamente eliminadas. Assim, em comunidades de investigação heterogêneas, o processo de passar da escolha da questão para a discussão planejada esconde algumas dificuldades para o facilitador. Em tais circunstâncias, a atividade questionadora é frequentemente a premissa de uma discussão menos proveitosa. Proponho, portanto, uma inclusão metodológica ao modelo padrão P4C, como um meio adicional para possibilitar que o facilitador promova tanto a participação quanto a abertura epistêmica, mesmo em comunidades heterogêneas.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-09-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30843
10.12957/childphilo.2018.30843
url https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30843
identifier_str_mv 10.12957/childphilo.2018.30843
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/30843/26396
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 childhood & philosophy
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 childhood & philosophy
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv childhood & philosophy; Vol. 14 Núm. 31 (2018): sep./dec.; 697-714
childhood & philosophy; v. 14 n. 31 (2018): set./dez.; 697-714
childhood & philosophy; Vol. 14 No. 31 (2018): sep./dec.; 697-714
1984-5987
reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
instname_str Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron_str UERJ
institution UERJ
reponame_str Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
collection Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
repository.name.fl_str_mv Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
repository.mail.fl_str_mv wokohan@gmail.com || wokohan@gmail.com
_version_ 1799317591741693952