filosofar com as crianças: um trabalho sobre o excesso das palavras
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/26655 |
Resumo: | Filosofar com as crianças e as professoras na escola consiste basicamente em conversar com elas, em perguntar-nos e explorar em forma coletiva os sentidos que o mundo nos apresenta ou nos nega. De outro modo, poderíamos dizer que a prática do filosofar implica um trabalho com e a partir da linguagem. Foucault convidava a considerar a filosofia como um exercício de si no pensamento. Esse exercício implica um exercício de si na linguagem, com a linguagem e a partir da linguagem. A linguagem é nosso modo de habitar o mundo. Por isso, trabalhar com as palavras não é um mero exercício técnico gramatical ou sintático. Perceber as palavras com que nomeamos o mundo, explorá-las, aproximá-las ou afastá-las de outras, deixar nascer novas combinações entre elas, etc. permite que nosso mundo (esse que para cada um de nós se apresenta como “o mundo”) também entre em exercício e possa transformar-se, abrir-se a novas possibilidades. Conversar é um modo de colocar em exercício nosso mundo, de pensá-lo. Esse exercício, aparentemente simples, supõe mais do que uma destreza técnica ou o desdobramento de metodologias. Demanda um trabalho sobre o limite da linguagem e implica um trabalho permanente sobre certa capacidade de perceber aquilo que habita nas palavras e que, ao mesmo tempo, escapa delas. Alejandra Pizarnik, Michel Foucault e Pierre Alféri oferecem pistas para poder explorar essa dimensão da linguagem. |
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filosofar com as crianças: um trabalho sobre o excesso das palavrasfilosofar con niños: un trabajo sobre el exceso de las palabrasto philosophize with children: a work on the excess of wordsFilosofar com as crianças e as professoras na escola consiste basicamente em conversar com elas, em perguntar-nos e explorar em forma coletiva os sentidos que o mundo nos apresenta ou nos nega. De outro modo, poderíamos dizer que a prática do filosofar implica um trabalho com e a partir da linguagem. Foucault convidava a considerar a filosofia como um exercício de si no pensamento. Esse exercício implica um exercício de si na linguagem, com a linguagem e a partir da linguagem. A linguagem é nosso modo de habitar o mundo. Por isso, trabalhar com as palavras não é um mero exercício técnico gramatical ou sintático. Perceber as palavras com que nomeamos o mundo, explorá-las, aproximá-las ou afastá-las de outras, deixar nascer novas combinações entre elas, etc. permite que nosso mundo (esse que para cada um de nós se apresenta como “o mundo”) também entre em exercício e possa transformar-se, abrir-se a novas possibilidades. Conversar é um modo de colocar em exercício nosso mundo, de pensá-lo. Esse exercício, aparentemente simples, supõe mais do que uma destreza técnica ou o desdobramento de metodologias. Demanda um trabalho sobre o limite da linguagem e implica um trabalho permanente sobre certa capacidade de perceber aquilo que habita nas palavras e que, ao mesmo tempo, escapa delas. Alejandra Pizarnik, Michel Foucault e Pierre Alféri oferecem pistas para poder explorar essa dimensão da linguagem.Filosofar con los niños y las maestras en la escuela consiste, básicamente, en conversar, en preguntarnos y explorar en forma colectiva los sentidos que el mundo nos presenta o nos niega. De otro modo, podríamos decir que la práctica del filosofar implica un trabajo con y a partir del lenguaje. Foucault invitaba a considerar la filosofía como un ejercicio de sí en el pensamiento. Ese ejercicio implica un ejercicio de sí en el lenguaje, con el lenguaje y a partir del lenguaje. El lenguaje es nuestro modo de habitar el mundo. Por eso, trabajar con las palabras no es un mero ejercicio técnico gramatical o sintáctico. Percibir las palabras con las que nombramos el mundo, explorarlas, aproximarlas o alejarlas de otras, dejar nacer nuevas combinaciones entre ellas, etc. permite que nuestro mundo (ese que para cada uno de nosotros se presenta como “el mundo”) también entre en ejercicio y pueda transformarse, abrirse a nuevas posibilidades. Conversar es un modo de poner en ejercicio nuestro mundo, de pensarlo. Ese ejercicio, aparentemente simple, supone más que una destreza técnica o el despliegue de metodologías. Demanda un trabajo sobre el límite del lenguaje e implica un trabajo permanente sobre cierta capacidad de percibir aquello que habita en las palabras y que, al mismo tiempo, les escapa. Alejandra Pizarnik, Michel Foucault e Pierre Alféri ofrecen pistas para poder explorar esa dimensión del lenguaje.To philosophize with the children and teachers at school is basically to talk to them, to ask ourselves and to explore in a collective way the senses that the world presents or denies us. Otherwise, we could say that the practice of philosophizing implies working with and from language. Foucault invited to consider philosophy as an exercise of self in thought. This exercise implies an exercise of self in language, with language and from language. Language is our way of inhabiting the world. Therefore, working with words is not a mere technical or grammatical exercise. To perceive the words with which we name the world, to explore them, to bring them closer or to separate them from others, to let new combinations be born among them, and so on, allows our world (which for each of us presents itself as "the world") also to exercise and to transform itself, to open itself to new possibilities. Talking is a way of putting our world into practice, of thinking about it. This seemingly simple exercise presupposes more than a technical dexterity or the unfolding of methodologies. It demands a work on the limit of language and implies a permanent work on a certain capacity to perceive what dwells in words and, at the same time, escapes them. Alejandra Pizarnik, Michel Foucault and Pierre Alféri offer clues to explore this dimension of language.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2017-01-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/2665510.12957/childphilo.2017.26655childhood & philosophy; Vol. 13 Núm. 26 (2017): ene./abr.; 21-34childhood & philosophy; v. 13 n. 26 (2017): jan./abr.; 21-34childhood & philosophy; Vol. 13 No. 26 (2017): jan./apr.; 21-341984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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