LINGUAGENS DO INSÓLITO: A CONSTRUÇÃO ESTILÍSTICO-TEXTUAL DO GROTESCO NA FICÇÃO DECADENTE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Abusões |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/abusoes/article/view/30141 |
Resumo: | Tanto a literatura gótica quanto a ficção fantástica empregaram técnicas características das poéticas do grotesco para criar personagens e situações não apenas sobrenaturais, mas também capazes de causar horror e repulsa como efeitos de recepção. Por gerar seres disformes, sem unidade aparente e de difícil subsunção a categorias racionais, a arte grotesca é, de fato, pródiga em produzir tanto a hesitação própria ao fantástico quanto o medo essencial às narrativas de horror. No final do século XIX, a ficção decadente, tributária dessas duas tradições literárias, em sua busca por experiências estéticas originais e intensas, valeu-se sistematicamente de procedimentos típicos do grotesco literário. Este trabalho irá se centrar na descrição dos elementos grotescos no plano estilístico, como a partir do uso recorrente de neologismos e de palavras raras, de construções sintáticas inesperadas, além de inversões na ordem típica das estruturas sintagmáticas. Ao contrário do que a crítica muitas vezes apontou, tal estilo de escrita não foi fruto de uma erudição vazia ou de simples diletantismo artístico; na verdade, sua utilização foi intencional, voltada exatamente para intensificar a fruição estética. A fim de demonstrar o emprego dessas estratégias textuais e estilísticas empregadas pela ficção decadente, analisamos trechos do romance Là-bas (1891), de J.-K. Huysmans, e o conto “Agonia por semelhança”, publicado por Gonzaga Duque em Horto de mágoas (1914).DOI: 10.12957/abusoes.2017.30141 |
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