Por uma virada ontológica no Judiciário brasileiro: um novo papel a ser desempenhado por negros e indígenas
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Revista Direito e Práxis |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/65752 |
Resumo: | https://doi.org/10.1590/2179-8966/2022/65752 The historical disregard of non-Eurocentric knowledge is one of the characteristics of the phenomenon known as colonialism. It persists in Brazil under the current Constitution and reaches the Judiciary. This article examines how such disregard may hinder the judicial application of black and indigenous populations rights. Then, the paper proposes an ontological turn in the judiciary. That means the functioning of a judicial system that expands the consideration of various knowledge in the exercise of its functions. Methodologically, the article is based on interdisciplinary bibliographic research. In addition, it examines two justice system initiatives: the Indigenous Conciliation Center in the Maturuca Community in Roraima and the Vozes dos Quilombos Project in Piauí. The analysis is conducted from semi-structured interviews with the coordinators of those initiatives. Under such method, the article seeks to innovate using the anthropological concept of ontological turn to apply it legally to the judiciary. It was found that the both examined initiatives are able to reveal possibilities of judicial listening in favor of historically colonized populations. Keywords: Judiciary; Colonialism; Ontological turn. |
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Por uma virada ontológica no Judiciário brasileiro: um novo papel a ser desempenhado por negros e indígenasFor an ontological turn in the Brazilian judiciary: a new role to be played by blacks and indigenous peoplesJudiciárioColonialismoVirada ontológicaJudiciaryColonialismOntological turnhttps://doi.org/10.1590/2179-8966/2022/65752 The historical disregard of non-Eurocentric knowledge is one of the characteristics of the phenomenon known as colonialism. It persists in Brazil under the current Constitution and reaches the Judiciary. This article examines how such disregard may hinder the judicial application of black and indigenous populations rights. Then, the paper proposes an ontological turn in the judiciary. That means the functioning of a judicial system that expands the consideration of various knowledge in the exercise of its functions. Methodologically, the article is based on interdisciplinary bibliographic research. In addition, it examines two justice system initiatives: the Indigenous Conciliation Center in the Maturuca Community in Roraima and the Vozes dos Quilombos Project in Piauí. The analysis is conducted from semi-structured interviews with the coordinators of those initiatives. Under such method, the article seeks to innovate using the anthropological concept of ontological turn to apply it legally to the judiciary. It was found that the both examined initiatives are able to reveal possibilities of judicial listening in favor of historically colonized populations. Keywords: Judiciary; Colonialism; Ontological turn.https://doi.org/10.1590/2179-8966/2022/65752 A histórica desconsideração de saberes não eurocêntricos configura uma das características do colonialismo, fenômeno que persiste no Brasil sob a vigente Constituição, alcançando o Judiciário. O presente artigo examina como tal desconsideração judicial pode obstar a aplicação dos direitos das populações negras e indígenas. Em seguida, propõe uma virada ontológica no Judiciário, para que este amplie a consideração de diversas formas de conhecimento no exercício de suas funções. Metodologicamente, o artigo é assentado em pesquisa bibliográfica interdisciplinar que se soma a exame de duas iniciativas do Sistema de Justiça, realizados a partir de entrevistas semiestruturadas com seus coordenadores: o Polo Indígena de Conciliação na Comunidade de Maturuca em Roraima e o Projeto Vozes dos Quilombos no Piauí. Sob tal método, o artigo procura inovar utilizando o conceito antropológico de virada ontológica para aplicá-lo juridicamente ao Judiciário. Verificou-se, ao final, que as iniciativas examinadas são aptas a revelar possibilidades de escutas judiciais de populações historicamente colonizadas. Palavras-chave: Judiciário; Colonialismo; Virada ontológica. https://doi.org/10.1590/2179-8966/2022/65752i Abstract The historical disregard of non-Eurocentric knowledge is one of the characteristics of the phenomenon known as colonialism. It persists in Brazil under the current Constitution and reaches the Judiciary. This article examines how such disregard may hinder the judicial application of black and indigenous populations rights. Then, the paper proposes an ontological turn in the judiciary. That means the functioning of a judicial system that expands the consideration of various knowledge in the exercise of its functions. Methodologically, the article is based on interdisciplinary bibliographic research. In addition, it examines two justice system initiatives: the Indigenous Conciliation Center in the Maturuca Community in Roraima and the Vozes dos Quilombos Project in Piauí. The analysis is conducted from semi-structured interviews with the coordinators of those initiatives. Under such method, the article seeks to innovate using the anthropological concept of ontological turn to apply it legally to the judiciary. It was found that the both examined initiatives are able to reveal possibilities of judicial listening in favor of historically colonized populations. Keywords: Judiciary; Colonialism; Ontological turn.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2023-09-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/65752Direito e Práxis; Vol. 15 Núm. 1 (2024): REVISTA DIREITO E PRÁXIS; 1-25Direito e Práxis; Vol. 15 No. 1 (2024): REVISTA DIREITO E PRÁXIS; 1-25Revista Direito e Práxis; v. 15 n. 1 (2024): REVISTA DIREITO E PRÁXIS; 1-252179-8966reponame:Revista Direito e Práxisinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporenghttps://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/65752/1https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/65752/2Copyright (c) 2022 Revista Direito e Práxishttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessBezerra, Andre Augusto Salvador2024-05-02T18:28:45Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/65752Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/indexPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaceaju/oai||carolvestena@gmail.com|| jr-cunha@uol.com.br|| direitoepraxis@gmail.com2179-89662179-8966opendoar:2024-05-02T18:28:45Revista Direito e Práxis - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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