Pode a testemunha modesta falar? a biomedicina em trânsito paradigmático
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Physis (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312011000400010 |
Resumo: | Este ensaio discute a hipótese aventada por Boaventura de Sousa Santos, em Um discurso sobre as ciências, de que a ciência moderna atravessa uma transição paradigmática. Ancorando essa reflexão no campo disciplinar da biomedicina, buscar-se-á aprofundar a proposta para uma "dupla ruptura epistemológica" que promova a emergência de "um paradigma prudente para uma vida decente". A partir do exame dos filamentos ideológicos que urdem a matriz epistemológica da biomedicina, bem como da sua substanciação heterogênea enquanto prática social mediada por relações de poder, defender-se-á, num primeiro momento, que a "primeira ruptura epistemológica" entre a ciência moderna e o senso comum deteve um cunho preponderantemente discursivo, e que é, por conseguinte, na transformação desse nexo que, embora invisibilizado, não cessou de existir, que se poderá operar uma "dupla ruptura epistemológica". Para isso, será proposto, com base na análise da expansão contemporânea do campo da biomedicina para a inclusão de objetos e metodologias que destabilizam as dicotomias modernas, que o saber fenomenológico, historicamente marginalizado, do paciente seja ponderado como um senso comum emancipatório que descerra o caminho para uma "epistemologia das consequências", transformando, com isso, a testemunha modesta da ciência moderna numa testemunha subalterna que fala a partir da densidade experiencial que abrange a amplitude social do posicionamento do corpo-próprio. |
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