É inerente ao ser humano! A naturalização das hierarquias sociais frente às expressões de preconceito e discriminação na perspectiva juvenil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro,Simone Souza
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Villela,Wilza Vieira, Soares,Priscilla da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Physis (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312014000200421
Resumo: Este trabalho objetiva analisar como mulheres e homens jovens, com diferentes inserções sociais, cor/raça e orientação sexual, frequentadores de espaços de sociabilidade no Rio de Janeiro, concebem e vivenciam as expressões de preconceito e discriminação na vida cotidiana. Considerase que o preconceito e a discriminação fazem parte de um processo social de produção de desigualdades que articula diferentes marcadores sociais (classe social, gênero, sexualidade, raça/etnia) e opera por meio da naturalização dos atos de discriminar e de ser discriminado. Todavia, há perspectivas teóricas dissonantes, que concebem a discriminação e o preconceito como decorrentes de interações inerentes e circunscritas ao âmbito das relações sociais interpessoais, desvinculadas dos fatores macrossociais. Os depoimentos dos/das jovens do estudo revelam que os agentes da ação discriminatória evitam falar de preconceito, justificando suas práticas com base no gosto, preferência ou estranhamento frente a algo incomum. Entretanto, alguns sujeitos que são objeto de ações homofóbicas, sexistas e/ou racistas percebem que essas situações expressam uma tentativa de garantia de privilégios de grupos específicos e que a classe social dos envolvidos tem influência nessas manifestações. Outros consideram que a homofobia e o racismo resultam da falta de conhecimento e/ou socialização. Observa-se a ausência de referências à ação política para confrontar situações de discriminação. O desenvolvimento de estudos voltados para a apreensão do preconceito e da discriminação como fenômenos sociais complexos, associados à (re)produção de marcadores sociais da diferença, podem orientar as ações de enfrentamento desses processos em diferentes contextos sociais.
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