Política e racionalidade: os limites do debate argumentativo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Quaestio Iuris (Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/62779 |
Resumo: | Um dos grandes problemas de nossa época parece ser a dificuldade, ou em muitos casos, a impossibilidade de se estabelecer um debate mediante argumentos. Na maior parte das vezes, o que se vê são opiniões não fundamentadas brandidas como se fossem verdades incontestáveis, de uma parte e de outra. É como se houvéssemos retrocedido a uma época na qual nem sequer se soubesse que é possível procurar a verdade – por exemplo, a Grécia na época de Sócrates. Os Diálogos de Platão mostram como boa parte dos interlocutores de Sócrates nem sequer entende sua busca pela verdade, a busca pela essência das coisas e dos conceitos: o que é o Belo? (Lísias); O que é a virtude? (Protágoras); O que é a coragem (Laques) e assim por diante. O que nos propomos aqui, no entanto, é abordar a questão da “dissonância comunicativa” que parece ser uma característica de nossa época: a multiplicidade de concepções teóricas, políticas, ideológicas e/ou religiosas torna cada vez mais difícil se pensar em termos de um “consenso por sobreposição”, como queria Rawls. É a fim de compreender melhor esse fenômeno, e buscar soluções, que nos voltamos para as obras de de Chaïm Perelman e de John Rawls. |
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