Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mastrodi, Josué
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Precoma, Anna Maria
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Quaestio Iuris (Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/42506
Resumo: Doutrina e jurisprudência majoritárias têm negado o reconhecimento dos direitos trabalhistas dos profissionais do sexo, sob o argumento de que um contrato de trabalho dessa natureza configura ilícito penal ou, pelo menos, ilicitude civil, posto que o exercício da prostituição em si não constitui crime. O fato, porém, é que se sustenta que esse pacto violaria um dos requisitos de validade do negócio jurídico expresso no artigo 104 do Código Civil, qual seja, a licitude do objeto, bem como em razão da vedação, pelo Código Penal, de quaisquer condutas que visem à promoção da prostituição. Esse entendimento, contudo, não deveria subsistir, por precarizar ainda mais as relações reais de trabalho de prostituição, razão pela qual o presente artigo, por meio de uma breve exposição dos sistemas legais dispensados à prostituição no mundo, bem como do tratamento normativo da prostituição no Brasil, objetiva confirmar a possibilidade de reconhecimento e validade dos contratos de trabalho de natureza sexual, em especial, o reconhecimento do vínculo empregatício e seus reflexos trabalhistas e previdenciários, tendo em vista que a atividade em estudo é forma de trabalho lícito, merecendo, portanto, a devida tutela estatal, para o fim de zelar pelos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição Federal, aplicáveis a todos, sem distinção, o que deve portanto incluir as profissionais do sexo.
id UERJ-8_b8e54700539c75445e75f468e4bb10cc
oai_identifier_str oai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/42506
network_acronym_str UERJ-8
network_name_str Revista Quaestio Iuris (Online)
repository_id_str
spelling Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostitutaprostituiçãoprofissionais do sexosistemas legaisdireitos trabalhistas e garantias fundamentaisDireitos FundamentaisDoutrina e jurisprudência majoritárias têm negado o reconhecimento dos direitos trabalhistas dos profissionais do sexo, sob o argumento de que um contrato de trabalho dessa natureza configura ilícito penal ou, pelo menos, ilicitude civil, posto que o exercício da prostituição em si não constitui crime. O fato, porém, é que se sustenta que esse pacto violaria um dos requisitos de validade do negócio jurídico expresso no artigo 104 do Código Civil, qual seja, a licitude do objeto, bem como em razão da vedação, pelo Código Penal, de quaisquer condutas que visem à promoção da prostituição. Esse entendimento, contudo, não deveria subsistir, por precarizar ainda mais as relações reais de trabalho de prostituição, razão pela qual o presente artigo, por meio de uma breve exposição dos sistemas legais dispensados à prostituição no mundo, bem como do tratamento normativo da prostituição no Brasil, objetiva confirmar a possibilidade de reconhecimento e validade dos contratos de trabalho de natureza sexual, em especial, o reconhecimento do vínculo empregatício e seus reflexos trabalhistas e previdenciários, tendo em vista que a atividade em estudo é forma de trabalho lícito, merecendo, portanto, a devida tutela estatal, para o fim de zelar pelos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição Federal, aplicáveis a todos, sem distinção, o que deve portanto incluir as profissionais do sexo.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2020-06-05info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado por paresapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/4250610.12957/rqi.2020.42506REVISTA QUAESTIO IURIS; v. 13 n. 01 (2020): REVISTA QUAESTIO IURIS - VOL. 13, N°01; 148-1731516-03511807-8389reponame:Revista Quaestio Iuris (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/42506/33941Copyright (c) 2020 REVISTA QUAESTIO IURISinfo:eu-repo/semantics/openAccessMastrodi, JosuéPrecoma, Anna Maria2020-12-15T17:38:16Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/42506Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiurisPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/oaidanielqueiroz_uerj@infolink.com.br||revistaquaestiojuris@gmail.com1516-03511516-0351opendoar:2020-12-15T17:38:16Revista Quaestio Iuris (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
title Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
spellingShingle Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
Mastrodi, Josué
prostituição
profissionais do sexo
sistemas legais
direitos trabalhistas e garantias fundamentais
Direitos Fundamentais
title_short Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
title_full Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
title_fullStr Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
title_full_unstemmed Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
title_sort Prostituição: Da proteção jurídica da relação de emprego de prostituta
author Mastrodi, Josué
author_facet Mastrodi, Josué
Precoma, Anna Maria
author_role author
author2 Precoma, Anna Maria
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mastrodi, Josué
Precoma, Anna Maria
dc.subject.por.fl_str_mv prostituição
profissionais do sexo
sistemas legais
direitos trabalhistas e garantias fundamentais
Direitos Fundamentais
topic prostituição
profissionais do sexo
sistemas legais
direitos trabalhistas e garantias fundamentais
Direitos Fundamentais
description Doutrina e jurisprudência majoritárias têm negado o reconhecimento dos direitos trabalhistas dos profissionais do sexo, sob o argumento de que um contrato de trabalho dessa natureza configura ilícito penal ou, pelo menos, ilicitude civil, posto que o exercício da prostituição em si não constitui crime. O fato, porém, é que se sustenta que esse pacto violaria um dos requisitos de validade do negócio jurídico expresso no artigo 104 do Código Civil, qual seja, a licitude do objeto, bem como em razão da vedação, pelo Código Penal, de quaisquer condutas que visem à promoção da prostituição. Esse entendimento, contudo, não deveria subsistir, por precarizar ainda mais as relações reais de trabalho de prostituição, razão pela qual o presente artigo, por meio de uma breve exposição dos sistemas legais dispensados à prostituição no mundo, bem como do tratamento normativo da prostituição no Brasil, objetiva confirmar a possibilidade de reconhecimento e validade dos contratos de trabalho de natureza sexual, em especial, o reconhecimento do vínculo empregatício e seus reflexos trabalhistas e previdenciários, tendo em vista que a atividade em estudo é forma de trabalho lícito, merecendo, portanto, a devida tutela estatal, para o fim de zelar pelos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição Federal, aplicáveis a todos, sem distinção, o que deve portanto incluir as profissionais do sexo.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-06-05
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Avaliado por pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/42506
10.12957/rqi.2020.42506
url https://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/42506
identifier_str_mv 10.12957/rqi.2020.42506
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.e-publicacoes.uerj.br/quaestioiuris/article/view/42506/33941
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 REVISTA QUAESTIO IURIS
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 REVISTA QUAESTIO IURIS
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Estado do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv REVISTA QUAESTIO IURIS; v. 13 n. 01 (2020): REVISTA QUAESTIO IURIS - VOL. 13, N°01; 148-173
1516-0351
1807-8389
reponame:Revista Quaestio Iuris (Online)
instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron:UERJ
instname_str Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
instacron_str UERJ
institution UERJ
reponame_str Revista Quaestio Iuris (Online)
collection Revista Quaestio Iuris (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Quaestio Iuris (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
repository.mail.fl_str_mv danielqueiroz_uerj@infolink.com.br||revistaquaestiojuris@gmail.com
_version_ 1799318558956584960