Machado de Assis, Lima Barreto e a ‘verdade’ da loucura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hidalgo, Luciana
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Matraga (Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/27891
Resumo: A comparação entre a novela “O alienista”, de Machado de Assis, e Diário do hospício, de Lima Barreto, revela-se fértil para a investigação de afinidades e diferenças nas perspectivas dos dois autores em relação a um tema relevante para ambos: a loucura. Machado utilizou suporte ficcional para estruturar o perfil do alienista no século XIX, Simão Bacamarte, o símbolo da ciência como poder supremo. Lima escreveu o diário sob emergência, durante sua segunda internação no Hospital Nacional dos Alienados (1919/20), na desprivilegiada condição de paciente psiquiátrico. Cada qual em seu estilo e gênero, eles inverteram a mão do poder ao desqualificarem a autoridade do alienista, levando- o ao ridículo ou denunciando-lhe a arbitrariedade, o abuso, o equívoco. Os autores encontram outro viés na busca da verdade da loucura, investindo contra o saber-poder psiquiátrico que manipulou o personagem louco numa época dominada pela verdade científica.
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