Construções gramaticais e ponto de vista: as concessivas [Embora P, Q] e as condicionais concessivas [Se P, Q]
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Matraga (Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/62828 |
Resumo: | Este trabalho contrasta construções concessivas [Embora P, Q] e condicionais concessivas [Se P, Q] em textos jornalísticos do português brasileiro. Com base no Princípio de Não-Sinonímia (GOLDBERG, 1995), evidencia-se que essas construções apresentam diferenças pragmáticas que podem ser explicadas a partir da alternância de ponto de vista na rede de espaços mentais na qual se inserem (FAUCONNIER, 1994, 1997; CUTRER, 1994; DANCYGIER & SWEETSER, 2012). A análise destaca que, nas concessivas [Embora P,Q], o ponto de vista é alocado no espaço Base, referente ao aqui e agora do jornalista. Já nas condicionais concessivas [Se P, Q], o ponto de vista é deslocado para um espaço de discurso reportado, referente à fala de uma terceira pessoa reportada anteriormente no discurso. Associadas às diferentes estratégias de sinalização de ponto de vista, essas construções também refletem posturas epistêmicas distintas. As concessivas refletem postura epistêmica positiva e, portanto, comprometimento do jornalista com a factualidade do evento descrito na cláusula introduzida por “embora”, enquanto as condicionais concessivas refletem postura epistêmica neutra, indicando que o jornalista expressa neutralidade com relação à factualidade do evento reportado na prótase condicional introduzida por “se”. |
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Construções gramaticais e ponto de vista: as concessivas [Embora P, Q] e as condicionais concessivas [Se P, Q]Grammatical constructions and viewpoint: Concessives [Embora P, Q] and concessive conditionals [Se P, Q]Concessive constructionConcessive conditional constructionViewpointconstrução concessivaconstrução condicional concessivaponto de vistaEste trabalho contrasta construções concessivas [Embora P, Q] e condicionais concessivas [Se P, Q] em textos jornalísticos do português brasileiro. Com base no Princípio de Não-Sinonímia (GOLDBERG, 1995), evidencia-se que essas construções apresentam diferenças pragmáticas que podem ser explicadas a partir da alternância de ponto de vista na rede de espaços mentais na qual se inserem (FAUCONNIER, 1994, 1997; CUTRER, 1994; DANCYGIER & SWEETSER, 2012). A análise destaca que, nas concessivas [Embora P,Q], o ponto de vista é alocado no espaço Base, referente ao aqui e agora do jornalista. Já nas condicionais concessivas [Se P, Q], o ponto de vista é deslocado para um espaço de discurso reportado, referente à fala de uma terceira pessoa reportada anteriormente no discurso. Associadas às diferentes estratégias de sinalização de ponto de vista, essas construções também refletem posturas epistêmicas distintas. As concessivas refletem postura epistêmica positiva e, portanto, comprometimento do jornalista com a factualidade do evento descrito na cláusula introduzida por “embora”, enquanto as condicionais concessivas refletem postura epistêmica neutra, indicando que o jornalista expressa neutralidade com relação à factualidade do evento reportado na prótase condicional introduzida por “se”.This work contrasts concessive constructions [Embora P, Q] and concessive conditionals [Se P, Q] in journalistic texts in Brazilian Portuguese. Based on the Non-Synonymy Principle (GOLDBERG, 1995), it is shown that these constructions present pragmatic differences that can be explained through viewpoint alternation in the relevant mental spaces configuration (FAUCONNIER, 1994, 1997; CUTRER, 1994; DANGYGIER & SWEETSER, 2005). The analysis claims that, in concessives [Embora P, Q], viewpoint is located in the base space, which refers to the journalist’s here and now. On the other hand, in concessive conditionals [Se P, Q], viewpoint moves to a reported speech space which refers to the speech of a third party previously reported in discourse. Associated to different strategies in viewpoint marking, these constructions also reflect distinct epistemic stances. Concessives reflect positive epistemic stance and thus the journalist’s commitment with the factuality of the event described in the clause introduced by “embora” (roughly, although), whereas concessive conditionals reflect neutral epistemic stance, indicating that the journalist exhibits neutrality with respect to the factuality of the event reported in the concessive conditional protasis introduced by “se” (roughly, if).Universidade do Estado do Rio de Janeiro2022-07-08info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionartigos de linguísticaartigos de linguísticaapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/6282810.12957/matraga.2022.62828Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ; v. 29 n. 56 (2022): Funcionalismo Linguístico; 379-393MATRAGA - Journal published by the Graduate Program in Letters at Rio de Janeiro State University (UERJ); Vol. 29 No. 56 (2022): Linguistic Functionalism; 379-3932446-69051414-7165reponame:Matraga (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/62828/42700Ferrari, Lilian VieiraRibeiro, Gabriela Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-09-26T21:06:11Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/62828Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matragaPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/oai||letrasmatraga@uerj.br2446-69051414-7165opendoar:2022-09-26T21:06:11Matraga (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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