Expressão de genes de virulência por Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) sorotipo O157: H7 em diferentes concentrações de disponibilidade de ferro, em multiplicação extracelular e no compartimento intracelular de enterócitos humanos (linhagem Caco-2)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Thays Araujo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
Texto Completo: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14347
Resumo: E. coli produtoras de toxina Shiga (STEC) colonizam o intestino de ruminantes e são veiculadas por alimentos, como carne crua e leite não pasteurizado. Aquelas associadas a casos severos ou surtos em humanos são conhecidas como EHEC (E.coli enterohemorrágicas) e pertencem a certos sorotipos, particularmente O157:H7. Além de produzirem uma ou mais toxinas Shiga, carreiam uma ilha de patogenicidade denominada LEE e um grande número de genes cromossômicos e plasmidiais envolvidos na sua virulência. Atualmente, admite-se que a patogenicidade de EHEC O157:H7 envolve interações com células fagocíticas profissionais. Neste estudo, investigou-se a transcrição por PCR quantitativo (qPCR) de genes envolvidos na virulência (gadE, fliC, nleD, espJ, pagC, espL2, stx2a, chuA, iha, ler, tir, soxR, lpfA2) em duas cepas de EHEC O157:H7 (EDL 933 [ATCC 43895] e EDL 931 [ATCC 35150]) para as quais verificou-se diferenças marcantes (10 a 20 vezes) na invasão de células enterocíticas humanas da linhagem Caco-2. Inicialmente, verificou-se se ocorriam diferenças entre as cepas na expressão de genes putativos de virulência regulados pela disponibilidade de ferro (chuA,iha, ler, soxR, stx2a e lpfA2), quando cultivadas em meio DMEM sem ferro ou suplementado com o metal. Ambas as cepas apresentaram perfil semelhante quanto a transcrição dos genes de virulência e detectou-se aumento na transcrição do gene iha em função da carência de ferro, sugerindo que em EHEC O157:H7 a adesina Iha deve atuar como um sideróforo, como já descrito para E. coli uropatogênicas. Em seguida, investigou-se a expressão de todos os genes em populações bacterianas recuperadas do compartimento intracelular de células Caco-2 nos tempos de infecção de 2 e 24 horas. Como referência foi utilizado o perfil de expressão gênica dos micro-organismos extracelulares aderidos (2 horas) à superfície celular e impedidos de invadir pela ação de citocalasina D. As duas cepas mostraram diferenças marcantes na expressão de vários genes putativos de virulência quando provenientes de infecção intracelular. A cepa EDL 931 mostrou em 24 horas de infecção aumento na transcrição de genes relevantes para resistência ao stress oxidativo (soxR) e ácido (gadE), genes da adesina Lpf1 e genes associados à sobrevivência intracelular (pagC) e à inibição da apoptose e mitigação da resposta inflamatória da célula hospedeira (nleD). Já a cepa prototípica EDL 933, apresentou em 2 horas repressão na expressão dos genes investigados, com exceção de ler, porém em 24 horas mostrou aumento na transcrição de genes relacionados à captação de ferro (como chuA e iha), resistência ao stress oxidativo (soxR) e gene da adesina Lpf2. Para ambas as cepas, durante a infecção intracelular ocorreu repressão na transcrição de stx2a, sugerindo que a localização intracelular de EHEC O157:H7 em células Caco-2 determina a repressão na transcrição do gene da subunidade A da toxina Stx2. Nossos achados sugerem que diferentes cepas de EHEC O157:H7 respondem de forma distinta a estímulos que transcorrem no contexto de uma infecção intracelular.
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Aquelas associadas a casos severos ou surtos em humanos são conhecidas como EHEC (E.coli enterohemorrágicas) e pertencem a certos sorotipos, particularmente O157:H7. Além de produzirem uma ou mais toxinas Shiga, carreiam uma ilha de patogenicidade denominada LEE e um grande número de genes cromossômicos e plasmidiais envolvidos na sua virulência. Atualmente, admite-se que a patogenicidade de EHEC O157:H7 envolve interações com células fagocíticas profissionais. Neste estudo, investigou-se a transcrição por PCR quantitativo (qPCR) de genes envolvidos na virulência (gadE, fliC, nleD, espJ, pagC, espL2, stx2a, chuA, iha, ler, tir, soxR, lpfA2) em duas cepas de EHEC O157:H7 (EDL 933 [ATCC 43895] e EDL 931 [ATCC 35150]) para as quais verificou-se diferenças marcantes (10 a 20 vezes) na invasão de células enterocíticas humanas da linhagem Caco-2. Inicialmente, verificou-se se ocorriam diferenças entre as cepas na expressão de genes putativos de virulência regulados pela disponibilidade de ferro (chuA,iha, ler, soxR, stx2a e lpfA2), quando cultivadas em meio DMEM sem ferro ou suplementado com o metal. Ambas as cepas apresentaram perfil semelhante quanto a transcrição dos genes de virulência e detectou-se aumento na transcrição do gene iha em função da carência de ferro, sugerindo que em EHEC O157:H7 a adesina Iha deve atuar como um sideróforo, como já descrito para E. coli uropatogênicas. Em seguida, investigou-se a expressão de todos os genes em populações bacterianas recuperadas do compartimento intracelular de células Caco-2 nos tempos de infecção de 2 e 24 horas. Como referência foi utilizado o perfil de expressão gênica dos micro-organismos extracelulares aderidos (2 horas) à superfície celular e impedidos de invadir pela ação de citocalasina D. As duas cepas mostraram diferenças marcantes na expressão de vários genes putativos de virulência quando provenientes de infecção intracelular. A cepa EDL 931 mostrou em 24 horas de infecção aumento na transcrição de genes relevantes para resistência ao stress oxidativo (soxR) e ácido (gadE), genes da adesina Lpf1 e genes associados à sobrevivência intracelular (pagC) e à inibição da apoptose e mitigação da resposta inflamatória da célula hospedeira (nleD). Já a cepa prototípica EDL 933, apresentou em 2 horas repressão na expressão dos genes investigados, com exceção de ler, porém em 24 horas mostrou aumento na transcrição de genes relacionados à captação de ferro (como chuA e iha), resistência ao stress oxidativo (soxR) e gene da adesina Lpf2. Para ambas as cepas, durante a infecção intracelular ocorreu repressão na transcrição de stx2a, sugerindo que a localização intracelular de EHEC O157:H7 em células Caco-2 determina a repressão na transcrição do gene da subunidade A da toxina Stx2. Nossos achados sugerem que diferentes cepas de EHEC O157:H7 respondem de forma distinta a estímulos que transcorrem no contexto de uma infecção intracelular.Shiga toxin-producing E. coli (STEC) colonize the intestines of ruminants and are transmitted by food such as raw meat and unpasteurized milk. Those associated with severe cases or outbreaks in humans are known as EHEC (enterohemorrhagic E. coli) and belong to certain serotypes, particularly O157: H7. Besides producing one or more Shiga toxins, EHEC strains carries a pathogenicity island called LEE and a plethora of chromosomal and plasmid genes involved in its virulence. It is now recognized that EHEC O157:H7 pathogenicity involves interactions with professional phagocytic cells. In this study, we investigated by quantitative PCR (qPCR) the transcription of putative virulence genes (gadE, fliC, nleD, espJ, pagC, espL2, stx2a, chuA, iha, tir, soxR, lpfA2) in two EHEC O157:H7 strains (EDL 933 [ATCC 43895] and EDL 931 [ATCC 35150]) for which we found marked differences (10- to 20-fold) in bacterial invasion of human enterocytic cells (Caco-2). Firstly, we verified whether there were differences between EHEC strains in the expression of putative virulence genes regulated by iron availability (chuA, iha, ler, soxR, stx2a and lpfA2) when bacteria was cultured in DMEM medium without iron or supplemented with the metal. Both strains had a similar profile regarding the transcription of the virulence genes, and we observed an increase in iha gene transcription as a function of the iron deficiency, suggesting that in EHEC O157:H7 the Iha adhesin should act as a siderophore, as already described for uropathogenic E. coli. We also investigated the expression of all genes in bacterial populations recovered from the intracellular compartment of Caco-2 cells at infection times of 2 and 24 hours. We adopted, as a reference, the gene expression profile of the extracellular microorganisms attached (2 hours) to the cell surface and prevented from invading Caco-2 cells by cytochalasin D. The EHEC strains coming from intracellular infection showed marked differences in the expression of several putative virulence genes. EDL 931 strain showed an increased transcription of genes relevant to resistance to oxidative (soxR) and acid (gadE) stresses, Lpf1 adhesin genes, and genes associated with intracellular survival (pagC) and the inhibition of apoptosis and mitigation of the host cell inflammatory response (nleD). In addition, the EDL 933 prototype strain showed a repression in the transcription of all the investigated genes, except for ler, but within 24 hours showed an increase in the transcription of iron uptake genes (such as chuA and iha), resistance to oxidative stress (soxR) and the gene for Lpf2 adhesin. For both strains, repression of stx2a transcription occurred during intracellular infection, suggesting that the intracellular localization of EHEC O157: H7 in Caco-2 cells determines the repression in the transcription of the A subunit gene of the Stx2 toxin. Our findings suggest that distinct strains of EHEC O157:H7 behave differently to stimuli that occur in the context of an intracellular infection.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro Biomédico::Faculdade de Ciências MédicasBRUERJPrograma de Pós-Graduação em MicrobiologiaAndrade, Joao Ramos Costahttp://lattes.cnpq.br/0202273703020767Cordeiro, Fabianahttp://lattes.cnpq.br/7302341559618631Freitas-almeida, Angela Corrêa dehttp://lattes.cnpq.br/8108722210976841Cerqueira, Aloysio de Mello Figueiredohttp://lattes.cnpq.br/4995660558500048Ignacio, Ana Claudia de Paula Rosahttp://lattes.cnpq.br/7809403473011306Gonzalez, Alice Gonçalves Martinshttp://lattes.cnpq.br/4850195722023804Gonçalves, Thays Araujo2021-01-07T15:13:34Z2020-03-132018-03-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfGONÇALVES, Thays Araujo. Expressão de genes de virulência por Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) sorotipo O157: H7 em diferentes concentrações de disponibilidade de ferro, em multiplicação extracelular e no compartimento intracelular de enterócitos humanos (linhagem Caco-2). 2018. 118 f. Tese (Doutorado em Microbiologia Médica Humana) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14347porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-26T22:54:45Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/14347Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-26T22:54:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false
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Expression of virulence genes by enterohemorrhagic Escherichia coli (EHEC) serotype O157: H7 in different concentratios of iron availability, in extracellular multiplication and in the intracellular compartment of human enterocytes (Caco-2 cells)
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Gonçalves, Thays Araujo
EHEC O157:H7
Gene transcription
Intracellular multiplication
Caco-2 cells
Iron
EHEC O157:H7
Transcrição gênica
Multiplicação intracelular
Células Caco-2
Ferro
Escherichia coli
Virulência (Microbiologia)
Escherichia coli O157
Expressão gênica
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