Seja na sintaxe, seja no discurso: a correlação oracional em interface
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19573 |
Resumo: | O binômio texto/gramática é abordado, neste trabalho, de modo a oportunizar o debate em torno das categorias da gramática, necessárias à configuração de processos de textualidade e de usos linguísticos. Uma dessas categorias da gramática, do âmbito do período composto – as orações correlatas –, recebe enfoque aqui justamente por não figurar na lista de processos de articulação de orações da Nomenclatura Gramatical Brasileira (OITICICA, 1962, p. 20). No entanto, essa categoria oracional não é tratada aqui pelo mero viés descritivo, desgarrado de um projeto maior de figuração dessas unidades e suas respectivas ocorrências e registros textuais em língua portuguesa; pelo contrário, estudos em torno do complexo oracional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014, p. 428-555) têm demonstrado que o estatuto das orações paratáticas e hipotáticas serve a propósitos mais pretensiosos, quais sejam: i) assinalar que a organização dos textos e, por consequência, da textualidade vale-se dos processos paratáticos e hipotáticos no que se pode chamar de escolhas linguísticas; ii) reconhecer que, no âmbito da arquitetura textual, falante e escritor, dentre as várias opções possíveis na estrutura da língua, recorrem à estrutura que mais assume peso textual. No caso da correlação sintática, pode-se, por meio de sua ocorrência, mapear seu uso no gênero discurso de posse da Academia Brasileira de Letras, o que sugere pontuar alguns tópicos para discussão, a saber: a estrutura potencial do gênero discurso de posse (HASAN, 1989, 52-109) permite-nos assumir que há um investimento, por parte de quem escreve/profere, de processos complexos na organização correlacional de orações; o gênero discurso de posse, analisado por meio do contexto de situação, traz no seu bojo argumentativo um expediente retórico comum em cerimônias e eventos formais. |
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Seja na sintaxe, seja no discurso: a correlação oracional em interfaceWhether it is in syntax, or in discourse: the clause correlation in interfaceSyntaxSpeechParataxisHypotaxisCorrelationSintaxeDiscursoParataxeHipotaxeCorrelaçãoLíngua portuguesa – SintaxeLíngua portuguesa – OraçõesDiscursos - AlocuçõesLíngua portuguesa – GramáticaLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUA PORTUGUESAO binômio texto/gramática é abordado, neste trabalho, de modo a oportunizar o debate em torno das categorias da gramática, necessárias à configuração de processos de textualidade e de usos linguísticos. Uma dessas categorias da gramática, do âmbito do período composto – as orações correlatas –, recebe enfoque aqui justamente por não figurar na lista de processos de articulação de orações da Nomenclatura Gramatical Brasileira (OITICICA, 1962, p. 20). No entanto, essa categoria oracional não é tratada aqui pelo mero viés descritivo, desgarrado de um projeto maior de figuração dessas unidades e suas respectivas ocorrências e registros textuais em língua portuguesa; pelo contrário, estudos em torno do complexo oracional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014, p. 428-555) têm demonstrado que o estatuto das orações paratáticas e hipotáticas serve a propósitos mais pretensiosos, quais sejam: i) assinalar que a organização dos textos e, por consequência, da textualidade vale-se dos processos paratáticos e hipotáticos no que se pode chamar de escolhas linguísticas; ii) reconhecer que, no âmbito da arquitetura textual, falante e escritor, dentre as várias opções possíveis na estrutura da língua, recorrem à estrutura que mais assume peso textual. No caso da correlação sintática, pode-se, por meio de sua ocorrência, mapear seu uso no gênero discurso de posse da Academia Brasileira de Letras, o que sugere pontuar alguns tópicos para discussão, a saber: a estrutura potencial do gênero discurso de posse (HASAN, 1989, 52-109) permite-nos assumir que há um investimento, por parte de quem escreve/profere, de processos complexos na organização correlacional de orações; o gênero discurso de posse, analisado por meio do contexto de situação, traz no seu bojo argumentativo um expediente retórico comum em cerimônias e eventos formais.The binomial text/grammar is addressed in this work in order to provide opportunities for the debate around the categories of grammar, since they are necessary for the configuration of processes of textuality and linguistic uses. One of these grammatical categories, within the scope of the compound sentence – the correlated clauses – receives focus here precisely because it does not appear in the list of clause articulation processes of the Brazilian Grammatical Nomenclature (OITICICA, 1962, p. 20). However, this clause category is not treated here by a mere descriptive perspective, which is known for putting the linguistics unit aside from a deep project of analysis and from their respective occurrences in textual genres in Portuguese. In opposition, the studies realated to the clause building (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014, p. 428-555) demonstrate that the categories of paratactic and hypotactic clauses can be used for ambitious purposes, such as: i) pointing out that the text’s organization and, consequently, paratactic and hypotactic processes make use from textuality, what can be called linguistic choices. ii) Recognizing that, within the scope of textual architecture, the speaker and the writer, among the various possible options in language structure, resort to the structure that has the greatest textual impact. In the case of syntactic correlation, it is possible, through its occurrence, to map its use in the inaugural speech genre of the Brazilian Academy of Letters, which enable this research to highlight some topics for discussion, namely: the potential structure of the inaugural speech genre (HASAN, 1989, 52-109) allows us to assume that there is a choice, on the part of the person who writes/utters, for using complex processes in the correlational organization of sentences; the inaugural speech genre, analyzed through the context of the situation, brings in its argumentative core, a common rhetorical device in ceremonies and formal events.Universidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Educação e Humanidades::Instituto de LetrasBrasilUERJPrograma de Pós-Graduação em LetrasConforte, André Nemihttp://lattes.cnpq.br/6385720491591190Valente, André Crimhttp://lattes.cnpq.br/8488119295144631Azeredo, José Carlos Santos dehttp://lattes.cnpq.br/6832862656902243Peixoto Filho, Fernando Vieirahttp://lattes.cnpq.br/4460558739305737Araujo, Lúcia Deborah Ramos dehttp://lattes.cnpq.br/9608748081362707Constancio, Felipe de Andrade2023-05-12T20:30:00Z2023-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCONSTANCIO, Felipe de Andrade. Seja na sintaxe, seja no discurso: a correlação oracional em interface. 2023. 201 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19573porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-27T19:15:45Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/19573Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-27T19:15:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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Seja na sintaxe, seja no discurso: a correlação oracional em interface Constancio, Felipe de Andrade Syntax Speech Parataxis Hypotaxis Correlation Sintaxe Discurso Parataxe Hipotaxe Correlação Língua portuguesa – Sintaxe Língua portuguesa – Orações Discursos - Alocuções Língua portuguesa – Gramática LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUA PORTUGUESA |
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