Vibrações, símbolos e lugares do Rio Maracatu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Larissa Lima de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ
Texto Completo: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13387
Resumo: O presente trabalho procura analisar os símbolos e significados do Maracatu. Mais especificamente, busca compreender a dinâmica do Bloco Rio Maracatu, investigando de que maneira os integrantes configuram lugares antes e durante o Carnaval carioca, seja a partir da identificação com determinadas formas simbólicas ou com os itinerários simbólicos atravessados pelo cortejo. Ademais, almeja contribuir para um diálogo entre conhecimento popular e conhecimento acadêmico, levando mais sensibilidade à ciência geográfica, a partir do estudo geográfico e humanista de um bloco carnavalesco de maracatu. Nesse sentido, este trabalho dissertativo abordará a cultura como construída nas experiências coletiva e individual, a partir de significações diversas. Para compreender como a Lapa, a orla de Ipanema e algumas comunidades se constituem em lugares simbólicos, será essencial abordar os símbolos dos lugares, apropriados por diversos indivíduos de maneira distinta. A base teórica para apreender tal quadro é composta pelos referenciais da Geografia Cultural, em suas vertentes Humanística e Crítica, considerando, igualmente, as contribuições de outras ciências humanas como a História, a Antropologia e a Sociologia. O presente trabalho adotou a pesquisa qualitativa e a observação participante como metodologia de investigação científica. Optar por este caráter de pesquisa permitiu uma maior conexão com o arcabouço teórico da Geografia Humanística, corrente ávida por desenredar os múltiplos significados construídos por diferentes indivíduos e grupos sociais a partir de sua experiência espacial, bem como facilitou a interpretação e a interação com o objeto de estudo em questão. Após revisão bibliográfica e três meses de trabalhos de campo, a perspectiva aqui apresentada é que não faz sentido buscar uma única raiz para o maracatu, seja a Igreja Católica ou o candomblé (culto nagô pernambucano). Seria mais apropriado considerar que o maracatu já nasce como uma cultura híbrida. No Rio de Janeiro, o maracatu-nação chega através do grupo Rio Maracatu, em 1997, (re)ssignificando determinados símbolos associados ao folguedo, mantendo outros e se apropriando de símbolos espaciais de determinados espaços da cidade, configurando lugares simbólicos. É importante lembrar que quanto mais elementos e características dos espaços apropriados pelo Rio Maracatu, quais sejam a Lapa, Ipanema ou as comunidades cariocas, podem ser comparados aos de Recife, maior é a identificação dos integrantes deste grupo percussivo e, portanto, maior é o sentido de lar, de lugar, quando ocorre um cortejo ou um arrastão
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Para compreender como a Lapa, a orla de Ipanema e algumas comunidades se constituem em lugares simbólicos, será essencial abordar os símbolos dos lugares, apropriados por diversos indivíduos de maneira distinta. A base teórica para apreender tal quadro é composta pelos referenciais da Geografia Cultural, em suas vertentes Humanística e Crítica, considerando, igualmente, as contribuições de outras ciências humanas como a História, a Antropologia e a Sociologia. O presente trabalho adotou a pesquisa qualitativa e a observação participante como metodologia de investigação científica. Optar por este caráter de pesquisa permitiu uma maior conexão com o arcabouço teórico da Geografia Humanística, corrente ávida por desenredar os múltiplos significados construídos por diferentes indivíduos e grupos sociais a partir de sua experiência espacial, bem como facilitou a interpretação e a interação com o objeto de estudo em questão. Após revisão bibliográfica e três meses de trabalhos de campo, a perspectiva aqui apresentada é que não faz sentido buscar uma única raiz para o maracatu, seja a Igreja Católica ou o candomblé (culto nagô pernambucano). Seria mais apropriado considerar que o maracatu já nasce como uma cultura híbrida. No Rio de Janeiro, o maracatu-nação chega através do grupo Rio Maracatu, em 1997, (re)ssignificando determinados símbolos associados ao folguedo, mantendo outros e se apropriando de símbolos espaciais de determinados espaços da cidade, configurando lugares simbólicos. É importante lembrar que quanto mais elementos e características dos espaços apropriados pelo Rio Maracatu, quais sejam a Lapa, Ipanema ou as comunidades cariocas, podem ser comparados aos de Recife, maior é a identificação dos integrantes deste grupo percussivo e, portanto, maior é o sentido de lar, de lugar, quando ocorre um cortejo ou um arrastãoThis paper intends to analyze the symbols and meanings of Maracatu. More specifically, it seeks to understand the dynamics of the Block called Rio Maracatu, investigating how the members make up places before and during the Rio Carnival, either by identifying with certain symbolic forms or with symbolic itineraries crossed by the procession. Besides, this research aims to contribute to a dialogue between popular and academic knowledge, providing more sensitivity to geographical science, from the geographical and humanistic study of a carnival group of maracatu. In this sense, this dissertation will approach culture as built on collective and individual experiences, from various meanings. To understand how Lapa, Ipanema`s edge and some slum communities constitute symbolic places, it will be essential to address the symbols of the places, appropriate by various individuals differently. The theoretical basis for apprehending such a framework consists of the references of Cultural Geography in its Humanistic and Critical aspects, also considering the contributions of other human sciences like History, Anthropology and Sociology. This study adopted the qualitative research and participant observation as a scientific research methodology. This option for this research character allowed a greater connection with the theoretical framework of humanistic geography, which is avid to extricate the multiple meanings built by different individuals and social groups from their spatial experience. This choice also facilitated the interpretation and interaction with the study object. After literature review and three months of field work, our perspective is that it makes no sense to seek a single root for the maracatu, either the Catholic Church or the candomblé (cult Nagô in Pernambuco). It would be more appropriate to consider the maracatu is born as a hybrid culture. In Rio de Janeiro, Maracatu Nation comes through Rio Maracatu group in 1997, (re)meaning certain symbols associated with merriment, keeping others and appropriating spatial symbols of certain areas of the city, creating symbolic places. Remember that the more parts and characteristics of appropriate spaces for Rio Maracatu, namely Lapa, Ipanema or Rio`s communities can be compared to Recife, the greater is the identification of members of this percussion group and, therefore, the greater the sense of home or place, when a procession occursUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Tecnologia e Ciências::Instituto de GeografiaBRUERJPrograma de Pós-Graduação em GeografiaMello, João Baptista Ferreira dehttp://lattes.cnpq.br/0188029934316718Corrêa, Aureanice de Mellohttp://lattes.cnpq.br/2683721622875494Bezerra, Amélia Cristina Alveshttp://lattes.cnpq.br/0009821613766005Souza, Larissa Lima de2021-01-07T00:04:15Z2017-12-072015-05-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSOUZA, Larissa Lima de. Vibrações, símbolos e lugares do Rio Maracatu. 2015. 170 f. 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