O câncer e sua representação social : do diagnóstico à sobrevida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ |
Texto Completo: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15444 |
Resumo: | Este trabalho objetivou analisar as representações sociais sobre o câncer, em associação a qualidade de vida, sobrevida e cura, formadas por pessoas acometidas por essa doença. Os objetivos específicos são: descrever a representação social do câncer formada por pessoas que tenham diagnóstico recente da doença; descrever a representação social do câncer formada por pessoas que tenham sobrevivido à doença por pelo menos dois anos desde o diagnóstico; comparar as representações sociais dos dois grupos de sujeitos, especificamente no que se refere aos temas da qualidade de vida, da sobrevida e da cura. A fundamentação teórica deste trabalho consiste na teoria das representações sociais, em sua perspectiva geral, como proposta por S. Moscovici, e nos termos da abordagem estrutural complementar, devida a J-C. Abric. Os sujeitos da pesquisa são 120 (cento e vinte) pacientes em tratamento ambulatorial no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no município do Rio de Janeiro. A pesquisa compreendeu a aplicação de um breve questionário, que em parte focaliza os dados gerais do entrevistado e, em outra, apresenta questões abertas e fechadas incluindo a tarefa de evocação livre ante o termo indutor viver com câncer com todos os 120 sujeitos e uma de escolha das palavras que melhor caracterizem o que eles têm vivenciado em relação ao câncer. Além disso, foram realizadas 12 entrevistas semi-estruturadas - com 6 sujeitos de cada grupo -, com o objetivo de levantar os conteúdos e a estrutura interna da representação social do câncer formada pelos dois grupos acima descritos. Os dados coletados nas entrevistas foram submetidos a uma análise de conteúdo, com vistas a um levantamento extenso dos conteúdos temáticos cuja presença nas representações dos dois grupos de sujeitos possa ser investigada. Uma atenção especial foi dada à análise dos dados das evocações livres, considerando o propósito comparativo da pesquisa. Dentre os principais resultados encontrados, observa-se que a representação social do viver com câncer foi construída tendo como elemento nuclear a fé, mostrando-se marcadamente positiva, mas, como era esperado, sem deixar de incluir, de forma realística, conteúdos negativos. A partir da articulação entre a presença de valores centrais a fé e a expectativa de cura , a detecção de tendências para a atenuação de um elemento derrotista, a morte, num dos grupos, e a acentuação de elementos positivos de enfrentamento no outro, podemos inferir o desenvolvimento de um processo de transformação da representação social do viver com câncer na direção de uma superação otimista da doença, após a passagem por uma série de sofrimentos |
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O câncer e sua representação social : do diagnóstico à sobrevidaThe cancer and its social representation: from treatment to survivalRepresentationCancerSurvivalQuality of lifeRepresentação socialCâncerSobrevidaQualidade de vidaCâncer - Aspectos psicológicosCâncer - PacientesCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIALEste trabalho objetivou analisar as representações sociais sobre o câncer, em associação a qualidade de vida, sobrevida e cura, formadas por pessoas acometidas por essa doença. Os objetivos específicos são: descrever a representação social do câncer formada por pessoas que tenham diagnóstico recente da doença; descrever a representação social do câncer formada por pessoas que tenham sobrevivido à doença por pelo menos dois anos desde o diagnóstico; comparar as representações sociais dos dois grupos de sujeitos, especificamente no que se refere aos temas da qualidade de vida, da sobrevida e da cura. A fundamentação teórica deste trabalho consiste na teoria das representações sociais, em sua perspectiva geral, como proposta por S. Moscovici, e nos termos da abordagem estrutural complementar, devida a J-C. Abric. Os sujeitos da pesquisa são 120 (cento e vinte) pacientes em tratamento ambulatorial no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no município do Rio de Janeiro. A pesquisa compreendeu a aplicação de um breve questionário, que em parte focaliza os dados gerais do entrevistado e, em outra, apresenta questões abertas e fechadas incluindo a tarefa de evocação livre ante o termo indutor viver com câncer com todos os 120 sujeitos e uma de escolha das palavras que melhor caracterizem o que eles têm vivenciado em relação ao câncer. Além disso, foram realizadas 12 entrevistas semi-estruturadas - com 6 sujeitos de cada grupo -, com o objetivo de levantar os conteúdos e a estrutura interna da representação social do câncer formada pelos dois grupos acima descritos. Os dados coletados nas entrevistas foram submetidos a uma análise de conteúdo, com vistas a um levantamento extenso dos conteúdos temáticos cuja presença nas representações dos dois grupos de sujeitos possa ser investigada. Uma atenção especial foi dada à análise dos dados das evocações livres, considerando o propósito comparativo da pesquisa. Dentre os principais resultados encontrados, observa-se que a representação social do viver com câncer foi construída tendo como elemento nuclear a fé, mostrando-se marcadamente positiva, mas, como era esperado, sem deixar de incluir, de forma realística, conteúdos negativos. A partir da articulação entre a presença de valores centrais a fé e a expectativa de cura , a detecção de tendências para a atenuação de um elemento derrotista, a morte, num dos grupos, e a acentuação de elementos positivos de enfrentamento no outro, podemos inferir o desenvolvimento de um processo de transformação da representação social do viver com câncer na direção de uma superação otimista da doença, após a passagem por uma série de sofrimentosThis study aimed to analyze the social representations of cancer, in association with quality of life, survival and healing, formed by people affected by this disease. The specific objectives are to describe the social representation of cancer formed by people who have newly diagnosed disease, to describe the social representation of cancer formed by people who have survived the disease for at least two years from diagnosis, to compare the social representations of two groups of subjects, specifically with regard to issues of quality of life, survival and healing. The theoretical foundation of this work is the theory of social representations, in its general approach, as proposed by S. Moscovici, and under additional structural approach, due to JC. Abric. The subjects were 120 (one hundred and twenty) patients at the University Hospital Pedro Ernesto (HUPE), in Rio de Janeiro. The research included the application of a brief questionnaire, which focuses on the general data of the interviewee and has closed and open questions including the task of free recall before the term inducer "living with cancer" with all 120 subjects' and a choice of words that best characterize what they have experienced in relation to câncer. Have also been carried out 12 semi- structured interviews - with 6 subjects in each group - in order to raise the contents and internal structure of social representation of cancer formed by the two groups described above. The data collected in the interviews were subjected to content analysis, with a view to an extensive collection of thematic content, whose presence in the representations of two groups of subjects can be investigated. Special attention was given to the analysis of data from free evocations, considering the purpose of comparative research. Among the main results, we observe that the social representation of living with cancer was built as a core element of faith, showing markedly positive, but, as expected, while including, realistically, negative content. From the relationship between the presence of core values - faith and hope of healing - the detection of trends for the mitigation of an element of defeatism, death, one of the groups, and the accentuation of positive coping on the other, we can infer the development of a process of social representation of living with cancer toward an optimistic overcoming the disease, after passing through great sufferingCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Educação e Humanidades::Instituto de PsicologiaBRUERJPrograma de Pós-Graduação em Psicologia SocialSá, Celso Pereira dehttp://lattes.cnpq.br/1455543858431600Oliveira, Denize Cristina dehttp://lattes.cnpq.br/0539303957929668D´ávila Neto, Maria Ináciahttp://lattes.cnpq.br/8807153833148782Vetere, Renata2021-01-07T18:43:29Z2018-10-232010-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVETERE, Renata. O câncer e sua representação social : do diagnóstico à sobrevida. 2010. 129 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15444porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJinstname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ2024-02-27T18:55:19Zoai:www.bdtd.uerj.br:1/15444Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bdtd.uerj.br/PUBhttps://www.bdtd.uerj.br:8443/oai/requestbdtd.suporte@uerj.bropendoar:29032024-02-27T18:55:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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